2025/03/20

carpe nunc

 

por enquanto estamos assim... mas um dia destes a IA evitará erros grosseiros deste tipo...
a verdade deixou de ser importante desde que a informação se tornou um negócio, mas a massa crítica, animal em vias de extinção, está a dar as últimas.
e quando todos, mesmo mesmo todos, se estiverem nas tintas, tudo, mesmo tudo, estará normalizado.

it's a fucking brave new world.





2025/03/17

dee-fee culdade

andava aqui a tentar compilar umas notas sobre uma pessoa... pensei em deixar aqui o registo, mas estava aqui coiso com o título...
de repente não me ocorria nada.
tem-me acontecido bastante.
mas, em pesquisando, torna-se mais fácil. deste modo
o contrário de homenagem é: desmerecimento, demérito, desmérito, descrédito, depreciação, menosprezo, menoscabo

será menoscabo sinónimo de descompilar? aplica-se, either way

estas ideias tendem a passar-me assim que me lembro do que tenho para fazer:
comprar cenouras, couve lombarda, uma câmara de ar de 29" com gel.
fazer o relatório da acção de formação.
enviar os testes para a reprografia.
fazer desaparecer o cadáver.
planos, em geral.
alimentar a gata.
regar o manjericão (o projecto mais bem-sucedido dos últimos tempos, apesar dos pesares)
contar-lhe do fim de semana em que perdi a mota, me perdi, no estacionamento. 
apreciar a vida.
almoçar.

2025/03/13

three amigos

ontem à noite analisava as apresentações de 3-três-3 gajos algarvios.
são bombeiros em albufeira.
todos referiram o património local, cultural e natural, material e material, e todos referiram carapaus alimados.
foram unânimes, cada um na sua vez, na afirmação de que já ninguém, cito, usa, faz, come, liga, conhece, etc.

identifico-me.

mas, como no livro dos quinanços da laila (em recuperação de ideias positivistas de permanência na memória e o crl):

morrer e desaparecer para sempre são coisas diferentes.

ambas vão acontecer a este espaço/blog/aterro sanitário/cloaca maxima/poluição digital/ coiso.
a primeira mais para breve (está marcado).
a segunda, tipo, depois.

e é mais do que justo.
esta merda nunca teve razões válidas para ter começado (já me disseram que começou por ter milhares de razões inválidas e que isso talvez baste) e, ainda assim, arrasta-se (e eleva-se, mui raramente) há 10aNOV anos.

o milagre é ser

acabei de ler "as muitas mortes de laila starr" (ram v e filipe andrade)
obra, a muitos títulos, admirável.


mas o destaque, aqui e agora, é para a poesia.
a única coisa que encontrei na net sobre o poeta foi a referência de alguém de que nada havia na net sobre o poeta e, tal como eu, pensa que o poeta deverá ser o próprio v.
independentemente disso, aqui vão, pela ordem com que surgem do livro e não pela minha ordem de preferência, os poemas:


por vezes falo 
com palavras que espero que ouças
e, contudo, exaltas
os mistérios que não enunciei.
por vezes, questiono-me.

escutando, akur puri



sussurrei ao mar
o que há para lá do horizonte?
com ondas suaves, ele respondeu
amor, erros, desgosto e vitórias.
julgava eu que os tinha deixado para trás.

margens, akur puri




quero chegar ao fim
ostentando as cicatrizes
de decisões impensadas tomadas
por um coração imprudente

cicatrizes, akur puri

2025/03/08

ciclecycle

era ir pelo país, à média de um por semana.
mas vamos lá filtrar isto por exequibilidade:
1. Mosteiro de Alcobaça (Alcobaça)
2. Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha)
3. Museu Rainha D. Leonor e extensão na Igreja de Santo Amaro (Beja)
4. Museu D. Diogo de Sousa (Braga)
5. Museu dos Biscainhos (Braga)
6. Museu do Abade de Baçal (Bragança)
7. Museu José Malhoa (Caldas da Rainha)
8. Museu da Cerâmica (Caldas da Rainha)
9. Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra)
10.Museu Nacional de Conímbriga (Condeixa-a-Nova)
11. Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo e Igreja das Mercês (Évora)
12.Museu de Alberto Sampaio e extensão no Palacete de Santiago (Guimarães)
13.Paço dos Duques, Castelo de Guimarães e Igreja de São Miguel do Castelo
(Guimarães)
14.Museu de Lamego (Lamego)
15.Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (Lisboa)
16.Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)
17.Museu de Arte Popular (Lisboa)
18.Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa)
19.Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa)
20.Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado (Lisboa)
21.Museu Nacional de Etnologia (Lisboa)
22.Museu Nacional do Azulejo (Lisboa)
23.Museu Nacional do Teatro e da Dança (Lisboa)
24.Museu Nacional do Traje (Lisboa)
25.Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real (Lisboa)
26.Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa)
27.Panteão Nacional (Lisboa)
28.Torre de Belém (Lisboa)
29.Museu Nacional da Música (Mafra)
30.Palácio Nacional de Mafra (Mafra)
31.Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro)
32.Museu Dr. Joaquim Manso (Nazaré)
33.Museu Nacional da Resistência e da Liberdade (Peniche)
34.Museu Nacional de Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro (Porto)
35.Convento de Cristo (Tomar)
36.Fortaleza de Sagres (Vila do Bispo)
37.Museu Nacional Grão Vasco (Viseu)

(se não calhasse ter chovido no carnas alguns já 'tavam...)

2025/03/07

"wtf???" ou "tanti auguri a chi tanti amanti ha"

sempre fui de me abstrair do mundo enquanto leio, o que tanto tem vantagens como desvantagens.
talvez por isso algumas pessoas possam ter achado que ler na cama era coisa not so cool... eu cá acho muito cool duas pessoas lerem na cama
por outro lado, consigo concentrar-me e estudar, ler, escrever, etc. em cafés barulhentos.

seja como for, fiquei muitíssimo surpreendido, quase chocado, com o facto de, estando a ler (trabalho), tomei súbita consciência de que estava a ouvir a raffaela carra a cantar tanti auguri, de 1978, um dos seus êxitos internacionais (e que eu, tal como o outro, também ouvi em flexidisco por essa época) na KEXP, rádio de seattle, washington, USA.
tem tanto de surpreendente o ter acontecido quanto eu não me ter apercebido que tenha estado a acontecer.

____________(pausa) __________________


claro que, estando agora focado noutra coisa (é assim que a minha vida se vai por entre os dedos) tive de ir procurar onde crl fica triste, de que apenas sei que fica na itália. 
averiguar por que raio dizia a raffaela que daí para baixo é que era bom pinar parece-me igualmente interessante, mas é investigação para a qual não tenho, de momento, recursos disponíveis e a que talvez devesse ter-me dedicado há muito tempo, mesmo estando consciente que "não tinha hipóteses, na itália".

fica numa zona fora da bota.
logo abaixo, territorialmente, fica uma surpreendente fatia da eslovénia. surpreendente porque eu pensava que a itália fazia fronteira com a croácia, mas afinal não, tem ali uns quilometrozinhos, menos de vinte, em linha recta, de eslovénia.
depois é que é croácia por ali abaixo, até ao montenegro e assim.

alvitro que miss carra se referiria, em termos greográficos, à latitude de trieste, e faço-o por duas razôes. a primeira é que, assim, acima desse paralelo fica a parte da itália (milão, alpes, etc.) onde não há vagar para pinar como deve ser, i.e. com alegria.
a segunda é que, assim, quase toda a itália ficaria entre esse paralelo e o equador, logo, neste sentido, ficaria abaixo de trieste, o que determinaria que aí se pinava como deve ser, i.e. com alegria. acho essa interpretação, extrapolada à interpretação artística da intérprete ou da artista (que linda frase!), muito voluntariosa e patriótica.
continuando a extrapolar, abaixo desse paralelo fica todá penísulibérica e o sul de france, do que se poderá concluir que aí (remontando-nos, pelo menos, a 1978) também se pinaria/pinava/pina como deve ser, i.e. com alegria.
já agora, toda a gente sabe ou deveria saber que pinar como deve ser, i.e. com alegria, implica sempre extrapolar. e às vezes, com sorte, remontar.

enfim...
é ma-ra-vi-lho-so o que aprende e o que se pode vir a aprender!!!!

2025/03/05

a lula



2025/03/04

attonitus

nas pregas das leituras e cenas (não saio de casa há cinco dias, praticamente): 

o conto "o grande segredo", de jorge de sena

+

a frase "depuis que je te connais, c'est comme qu'il y a plus de morceaux de moi", de um filme francês, que passou na rtp2 chamado "as melhores amigas" ou "grandes amigas" ou lá o que é...

sonettttto

daquilo que o mar não me trouxesse
além de uma onda que passasse,
vivesse então eu no que faltasse
ainda que aquém do que esquecesse

que à tona do tempo aflore agora
reconhecida voz em quem a escuta
anunciando a alma devoluta
amputada em ser, ave canora

as eternas delícias e encantos
alheias à vivência sempre e agora
ainda que o mesmo mar mas entregasse

apenas ficam meus e alheios prantos
em lamento de tudo e da demora
da vinda de outro mar que me levasse






texto esboçado em 2009
publicado aqui em 2015
editado/corrigido agora... 
faltava um tê no título e  etc.


2025/02/22

discordâncias existenciais

 

ontem falava com um dos viajantes.
assunto sério, coisa importante, ainda que, para muita gente, possa não o parecer.
mas eu não sou como muita gente, e isso é meio contagioso...
no fundo no fundo, tudo é efémero, e não há quem nos possa valer.
mas há flashes*.
momentos.
e é desses de que se guarda (tanto quanto possível e, preferencialmente, desejável) memória.
e o registo impede a vivência, contamina a memória, a recordação.
há uma objecção possível: a memória altera as memórias, pode até criar memórias.
m.p.v. - se assim é, é porque, se calhar, é assim que deve ser. 
a verdade de um acontecimento é igual à verdade com que é vivido. 
ninguém se vive "de fora". 
pode ver-se de fora, mas isso é outra coisa, e há psis..., tocadores de concertina da alma, que estudam isso e até podem dar uma ajuda...

"subjectivity as truth" - genuine respect for oneself and others involves a deep commitment to personal authenticity and integrity
(anotei isto há perto de 30 anos... com uma sub-nota: cpt. kirke) 
grande coisa! 
certo dia vi um filme com o james cagney. devia ter por volta de uns doze anos. acho que é um filme sobre escatologia religiosa. pois há uma cena de que nunca me esqueci e de que me lembro muitíssimas vezes e que.. vou procurar. (pausa) é esta
também já vi filmes de freiras que nada tinham a ver com religião, apesar dos intensos clamores pela divindade.

* sobre a importância de momentos isolados de um horizonte de vida (flashes) muito haveria a dizer, se...
não é porque nada se diz que não haja muitas coisas para dizer.


vice-versa?

2025/02/21

2025/02/20

life playlist

2025/02/17

D de dyke

j - ... e o gajo disse que tinha ido ver o kill bill e achou mórbido.
eu - mas não é.
j - pois... o nf também disse que não era. mas o outro gajo disse que tinha muito sangue...
eu - coninhas do crl... é só frufrus, agora, por aí.
j - os filmes do tarantino são filmes que não se confundem com a realidade. não são como o padrinho, por exemplo.
eu - pois. há cenas no padrinho que foram coreografadas para serem iguaizinhas às cenas que foram apresentadas na tv, na altura dos factos.

...

eu - o D cortou o cabelo.
j - pois cortou. parece uma lésbica!

risos

ir - conjugação com pronome oblíquo átono "o"

futuro do presente
eu i-lo-ei
tu i-lo-ás
ele i-lo-á
nós i-lo-emos
vós i-lo-eis
eles i-lo-ão

futuro do pretérito
eu i-lo-ia
tu i-lo-ias
ele i-lo-ia
nós i-lo-íamos
vós i-lo-íeis
eles i-lo-iam

não sei... faz-me um bocadinho de impressão...

2025/02/15

tzara

pegue um jornal.
pegue uma tesoura.
escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema.
recorte o artigo.
depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo e meta-as num saco.
agite suavemente.
seguidamente, tire os recortes um por um.
copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.
o poema será parecido consigo.
e pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo.

só para não me voltar a esquecer

resting gold

como sempre, deixei para o fim as coisas só minhas. 
é trabalho à mesma. dá trabalho, mas ainda por cima, sou eu que estou a pagar.
estou muito cansado, mas tem de ser...
fica o meu agradecimento por esta imagem, que me despertou (estava já a dormitar) da aula que estava a ter:


2025/02/14

ensemble


tenho ideia de ter visto algo semelhante aqui há atrasado, mas que não tinha o michael hutchence...
e acho que tinha a janis.
não sei bem.