2009/12/24

not zoophylia

fruta da época

deseja-se (é assim a condição humana), sem qualquer tipo de ironia associada, um felicíssimo natal e um 2010 do best(*) para todos os que, intencionalmente ou por acaso, se cruzarem com estas linhas ou com este sítio em geral.

aqui, os leitores podem ser poucos, mas são bons. já agora, para ser politicamente correcto e usar de maior propriedade, as leitoras são-no seguramente. sem excepção. e, podendo não parecer, eu tenho critérios apurados. também tenho outras coisas, nem todas de renda, com aplicações e assim...


* - está-se exactamente no mesmo plano, com as devidas adequações, que se estava no post "fuck '06"

miss rojão

é uma qualificação, ela própria, inqualificável!!!!

2009/12/23

frenchkissing a bongo

a maçã é uma excelente fruta para a promoção e manutenção da nossa saúde, pela sua riqueza em vitaminas, sais minerais, fibras, água e fitonutrientes, e pela sua escassez em gordura saturada, colesterol, sódio e calorias.

- também houve estragos aí por causa do mau tempo?
- sim... caíram chaminés para o chão, caíram árvores para o chão, enfim... tudo o que caiu foi para o chão. tudo excepto o meu vizinho hélio...

frutos ricos em fibras promovem a saciedade, devido à espécie de gel que formam no estômago, prevenindo a ingestão exagerada de alimentos, ajudando a manter um peso saudável. Grande parte da fibra e muitos dos fitonutrientes encontram-se na casca da maçã.

- sabia-me bem um abraço da minha mãe ou teu.
- isso comove-me.

As maçãs qualificadas, porque a sua produção cumpre normas de segurança alimentar, podem e devem ser comidas com casca. Coma maçãs. Nenhuma dentada é demais.

- éramos felizes, os dois...
- éramos... e, mais raro ainda, sabiamo-lo.

maçãs não são cenouras.

- és cego.
- não... para fora vejo bem.

o que são fitonutrientes?

2009/12/22

2009/12/17

richter 6.1

01.34h (apaga-se a luz)
- o palhaço vai brincar com o cuxi-cuxi da bebé, ai vai vai...
...
01.38h (acende-se um cigarro)
- bem... isto hoje foi...

lint of the day, II

vi um filme, hoje. deu-me para isso (ando a trabalhar de mais, de qualquer modo)... sejamos rigorosos, revi um filme e vi o final de outro de que já tinha visto aí uns 3/4...
e é sempre bom contactar com momentos destes:
(rumble fish)
the motorcycle boy - even the most prim... (até as culturas mais primitivas têm um respeito inato pelos loucos) ...insane.
(acho a palavra insane/insano muito rigorosa.)
...
(smoke - pura caso não sabia que tinha sido escrito pelo paulo austero)
- como podes achar que eu fiz uma boa acção? eu menti-lhe e roubei-a...
- fizeste-a feliz...

2009/12/16

vai nevar...

pois... isto das TIC pode ser cool quando menos se espera. está um tipo a analisar uma biografia para efeitos de coiso das novas oportunidades com o formando/adulto (parece que se tem que usar sempre a terminologia oficial)..., dizia eu, estávamos eu e o tipo a ver o texto dele quando eu tive que ir buscar um papel qualquer à minha pasta e o deixei a ler aquilo sozinho. nesse mesmo instante aparece alguém online no messenger, situação que o leva a dizer-me, sorrindo:
- ó senhor doutor, tem aqui alguém na net que, com esta cara, se quiser dizer-lhe olá por uns minutos, eu não me importo de esperar um bocadinho...

mojito mood

ciclo(re)ciclo(re)ciclo(re)... vida















pois é... ninguém inventa nada.
este conceito de jóia parece-me excelente. a justificação desta posição seria um exercício, se não bem-vindo, pelo menos, revelador.
mas falta uma coisa importante as estas peças: o efeito, fruto de uma moldagem e impregnação histórica, conseguido pelo rolar contínuo no mar. em múltiplos mares, eventualmente, mas em múltiplas histórias seguramente.
enfim... isto "diz-me" qualquer coisa. o meu penduricalho diz-me muito mais, mesmo não me dizendo tudo. é o que dá transportarmos objectos que têm personalidade.
além disso é muitíssimo mais lip-friendly...
mas a erosão entristece-me... esta, particularmente.

2009/12/15

easy tações

falavam-me, há dias, do paulo furtado (tigerman; wraygunn; tédio boys...) diziam-me que algumas das suas hesitações faziam lembrar algumas das minhas...
na altura (como sempre, se me comparam com alguma coisa de jeito) duvidei. mas agora, depois de ver a entrevista que ele deu ao "fotograma" - ide ó maispeice dele - compreendo melhor algumas das suas hesitações e, de facto, podem ser parecidas com as minhas.
tudo tem que ver com a temática: um álbum chamado femina tem, necessariamente, qualquer coisa relacionado com um modo peculiarmente meu de ver o mundo (intrínseca e extrinsecamente ao meu modo habitual de ver o mundo)...
atente-se nesta frase, presente aos 2.35' da referida entrevista:
eu queria apanhar alguma desta... desta realidade entre a... e alguma parte mais real da... da... das mulheres por trás... (descontextualização minha, que a frase continua)
imagino-me perfeitamente a falar sobre o mesmo tema com o mesmo ritmo.

2009/12/14

the lint of the day...

x - se eu tivesse assim também tanto dinheiro também compraria roupa com mais pinta...
eu - é... nós somos nós e os nossos recursos estilísticos.
(meia-hora depois...)
x - não se pode falar contigo...
eu - claro que pode, principalmente no tempo do melão.
x - porquê?
eu - não gostas de melão?
x - não há paciência...

random design

eu sou um tipo do campo...

... e fico sempre embasbacado a olhar para coisas deste tipo.
foi o que eu disse para justificar o facto de ter ficado ali a olhar para uma flor de plástico, colocada na extremidade de uma mangueira, que emitia um aleatório jacto de água dentro de uma caixa de vidro (diz que era uma coisa para regar o jardim sem esforço).
tive muita pena de não ter comigo a minha máquina fotográfica (o meu telemóvel tem outras funções importantes, como abrir caricas)... há qualquer coisa de mim numa flor de plástico espetada numa mangueira.
amanhã levo-a. a fotoaparát, não a flor.

há umas quantas referências ligadas à fotografia que são indicadas nesta casa em checo. razão: apetece-me.

só para não me esquecer...

disse já muitas vezes (talvez aqui, antes, também) que a forma como entramos no mar ou como arrancamos um penso-rápido (aguentando devagar ou num movimento rápido) dizia muito, ou, pelo menos, dizia algo sobre o temperamento de uma pessoa.
como hoje até estou um bocadinho mais terceira via, apercebi-me que há uma possibilidade muito interessante:
há quem se concentre noutra coisa e nem sequer se aperceba da existência do penso-rápido, que acaba por sair num momento indeterminado. e é perfeitamente possível (já me aconteceu) estarmos a falar com uma mulher bonita e nem nos apercebermos que estamos já dentro de água (sim. até a área entre a genitália e o umbigo passa despercebida, neste sentido. se a mulher for mesmo bonita ou tiver um pormenor qualquer (fazer lista um dia destes) que seja mais interessante, esta coisa da genitália pode tornar-se presente).
e repare-se que eu nem disse que esta concentração em outra situação era intencional. pode acontecer. acontece. aconteceu-me, já. agora mesmo. apesar de nem praia nem penso. aliás, eu evito pensar: não estou habituado e canso-me muito.
enfim... é para desenvolver noutro dia.

afinal não pensei nisto por estar em dia de 3ª-via... esta expressão é muito expressiva para um tipo (doente) como eu, que não consegue conter um sorriso (apesar de muito bem dissimulado, disseram-me) no contexto da conversa que a seguir se apresenta, e cujo tema era, tão somente, polvo:
eu - não gostas?
ela - não.
eu - olha que estás a perder uma coisa excelente.
ela - acredito. mas acho que sabe a plástico.
eu - ... não tenho comido plástico ultimamente.
ela - tu percebes... aliás, só experimentei uma vez...
eu - há um polvo muito bom no restaurante X... tens que dar ao bicharoco outra oportunidade.
ela - quer dizer... posso ter provado no sítio errado. já não sei bem como é a sensação, mas lembro-me de não ter gostado.
eu - (hummm)... é isso... deves ter experimentado no sítio errado(*).
ela - pois, não sei.

* esta frase, ao momento, na minha cabeça, tinha três diferentes níveis semânticos. agora tem quatro.

2009/12/10

fools in love are zeros

slidin' therapy

three old men dancing under the lamplight
shaking their sex and their bones
and the boys that we were
an alien nation in therapy
sliding naked and new
like a bad tempered child
on a rain slicked street

and I'm gone gone gone
now I'm older than movies
and I know who's there
when silhouettes fall
and I'm gone
like I'm dancing on angels
and I'm gone through a crack in the past

like a dead man walking
like a dead man walking

david bowie

2009/12/09

doodhadoos exercice

as sirenes...
as sereias dos carros-patrulha da polícia têm um som distinto do da dos carros de bombeiros. mas eu não os consigo distinguir. pelo menos agora, no momento em que surge no céu o primeiro indício de luz solar. passou uma sereia que se instalou no torpor de um cansaço branco, tornando mais consciente a situação...
uma corrente de ar vinda da janela, ligeiramente aberta a fim de deixar sair o fumo dos cigarros.
uma pestana postiça colada no espelho do aparador.
os livros, como testemunhas.
apercebo-me de um braço que me envolve, as pernas paralelamente como dois quatros sobrepostos... free-style spooning...
a tua respiração na minha nuca.
de novo o som estridente e o efeito de doppler, mas em memória...
"gosto tanto de ti", disse-te. pelo menos penso que te disse, não o posso garantir. "não vá haver algum azar..."
e a tua mão moveu-se de um modo que, não soubesse eu que dormias, se poderia julgar intencional. mas não...

devo ter adormecido.

contentores de contenção

as barras estão fechadas ao trânsito marítimo.
há um frio glacial, serrilhado, que se propaga pelos ossos a partir de articulações estratégicas como se aí tivesse sido colocado com recurso a um boneco de vudu.
pede-se o terceiro café da manhã... "não devia ter acendido este cigarro. vou fumar um já a seguir..." e pensa-se.
pensar é, muitas vezes, melhor do que sentir.

icnoclastia

frases avulso que eu ouvi numa formação (nota - quando se retira uma frase do contexto ela fica um bocadinho descontextualizada. assim como quando S. foi à consulta de ginecologia com umas botas de cano alto):

- a apresentação facilita a relação. (cfr. anûncio do perfume "the one", D&G)
- os formadores têm que encaixar uns com os outros. (cfr FNAT)
- eu sou muito a favor da partilha de emoções. (desde que o prognóstico seja favorável)
- há uma relação entre a assertividade e aquilo que se faz sentir. (com esta concordo in totum)

s-s-s-sinth-rap-sample

é tanta tanta gente a correr atrás de nada
brutanestesiada
é tanta tanta fruta podre ou a podrecer
que acabamos por comer

(não gosto do que escrevi aqui, neste intervalo)

tanto tanto silêncio que esconde o que se diz
mas se isso te faz feliz...

o grande delta

um triângulo é uma oscilação geométrica com três lados e três ângulos internos cuja soma deverá ser superior a 38,5º. celsius.

cromos repetidos...

x - ... o capitão lampreia era o gajo que mandava na gente. era gago, o gajo.
eu - é típico dos animais das profundezas...
x - aaaaa... pois, mas eu estive quase para o mandar levar no cú quando ele me disse para eu ir buscar as granadas.
eu - mas foste...
x - que remédio.

a man's gotta get paid, son...

psycopathos 101

ameti

o que eu gostava de ser quando fosse grande...? talvez gostasse de ser assim uma pessoa capaz de discutir paralelismos com alguém que diz que a sua comida nada tem a ver com a sua gula.

gota a gota

há umas semanas encontrei um papel com uma frase (se a isto se pode chamar frase. pode. até trombone se lhe pode chamar, se a gente quiser). não a postei aqui. seria estúpido. hoje encontrei outra. postar só duas frases já não é estúpido.

distantemente amor

acutilante cútis

tudo gravado de seguida e em loop fica assim:

distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis distantemente amor acutilante cútis

feeding on pop...

2009/12/08

excurso



lights off - the dears

gosto muito muito destes tipos (editora bella union). a cantiguinha aqui apresentada é um exemplo do trabalho desta banda de montreal). aconselha-se vivamente o album "no cities left". e aí a canção "pinned together, falling apart", que não me apeteceu colocar agora aqui.
já agora, a rádio online da editora é muitíssimo mais agradável do que o barulho de um matadouro, por exemplo.
e já que estou numa de dar conselhos:
para grandes caminhadas é muito bom usar 2 pares de meias, um par de meias de algodão, primeiro e, em cima desse, um de lycra ou fibra similar. e nunca, nunca, usar calçado a estrear.
igualmente importante: antes de nos sentarmos numa sanita convém verificar atentamente se o utilizador anterior não se encontra ainda a utilizá-la.
quem é amigo, quem é?

e nunca é demais repetir que os testes de resistência dos pára-brisas devem ser feitos com pintos de aviário e não com frangos congelados!!!!

2009/12/07

mesa octágono ovalado

ela - isto não deve ser verdade...
eu - o quê?
ela, franzindo o rosto na direcção do computador - o júlio pereira quer ser meu amigo...
eu - o júlio pereira?
ela - sim. é aquele senhor que andava sempre com o cavaquinho... é do teu tempo, ele?
eu - claro que não é do meu tempo... como poderia sê-lo, se o nosso mui amado presidente ainda era um garotinho?

frontalidade

para algumas pessoas, por trás é muito à frente!

é da humidade...

mia diz:
aí eu, tou perdida coiso, tenho que fazer e ando para aqui a arranhar-me toda
noir diz:
a arranhar-te??? (não imagino como. eu só sei que não compro sex-toys nos chineses...)

2009/12/04

tele-escola

ora aqui está um digníssimo exemplo de uma sábia frase:

- é preciso ter sangue-frio quando o sangue está quente.

ainda hoje dizia a alguém que a vida passa a correr. talvez a vida, pelo simples facto de irmos aprendendo com ela e com as pessoas que a habitam e vão habitando, contenha a solução para algumas questões que ela própria coloca: vamos aprendendo na vida para a vida.
acho que este parágrafo, todo ele um lugar comum (não uso o termo cliché porque uma vez rebentou-se-me o cliché das calças num momento bastante inapropriado e ainda hoje estou traumatizado e arrepio-me sempre que uso esta palavra. e quando vejo um tecido com ursinhos estampados. pelo mesmo motivo), apenas acrescenta brilho à frase supracitada.
digo eu isto...

manta, not ascona

pessoas cool é assim

e ele disse-me: usei umas palavras literárias na exposição... como prurido e melindre...
e eu disse: lindo!!!

trompe l'oeil

inequação*

x - no alentejo é que era bom...
eu - foste feliz no alentejo?
x - sim, muito.
y - eu já fui feliz em vários sítios...
eu - minha cara colega, fui, neste momento, assaltado por uma imagem que, caso eu não a consiga eliminar do meu pensamento, pode perfeitamente impedir-me de trabalhar com a concentração devida durante esta tarde inteira. para isto poderá também ter contribuído a minha predilecção por um tipo de cinema em que a iluminação não é preocupação primordial. permita-me, no entanto, dizer-lhe que esse tipo de afirmações fica sempre bem a uma jovem assim... saudável.

* só porque tive um ataque de self-indulgence... provavelmente o título seria desadequação. mas como eu até sou "bom diabo"...

não querem lá ver...?

não sei se é por causa do tema do assunto da problemática da situação do sexo, mas dei por mim a carregar no iutube um video repetido, ó o camandro. cá pramim isto é uma amnésica devida a falha na memória provocada por esquecimento.

isto tudo porque me lembrei de algumas coisas... começou tudo a propósito da neve.
(hoje, na telvisão, vi uma senhora a cantar uma versão portuguesa de um clássico natalício americano com-ple-ta-men-te fora de tom. a fulana a "cantar" vai nevar, vai nevar, vai nevar e eu a pensar "e tu vai mas é...")

o video consta aqui sob a designação "abertura fácil, encerramento difícil".

para que conste: a melhor coisa do meu novo local de trabalho é a existência de uns sumos 100% fruta, sem corantes nem conservantes (também não abundam por lá os conversantes, mas isso é outro assunto). parece que aquilo leva 1/2 kilo da dita toda espremidinha, desde que a dita tenha por base maçã. dado que eu ando mais indisciplinado e até curto maçãs... é cool. são maçãs de alcobaça. e eu nada tenho contra as maçãs de alcobaça. a sério.

ao contrário do que se pensa, alcobaça não deve o seu nome à confluência dos rios alcoa e baça naquela localidade. alcobaça vem, como se presumiria, do árabe: al-cubaça. esta era a designação para uma prática ancestral que era comum nas donzelas da região como forma de preservarem a virgindade, prática esta que (cfr. fragmento 576-a) "ao fim de algum tempo se tornava meio aborrecida".

e agora, assim de repente, surge das brumas da minha memória (memória, em gaélico, diz-se avalon) a noite do regresso do casino em que eu ilustrei profusamente toda a toponímia com origem árabe (ou coisa que o valha)... exemplo: al-coitão.

2009/12/03

despojos do dia...

... presentes na minha sebenta:

"as mães-solteiras, antigamente, dependiam muito do apoio dos maridos." - ouvido à hora de almoço (peça sobre o divórcio, num programa de tv)

amnésia global transitória.
diz que pode suceder após uma sessão de sexo...
qual o aspecto mais negativo, o global ou o transitório?

parece que esta crise também chegou aqui...

2009/12/02

circus maximus

- amas-me? - inquiriu ela, pousando os malabares suavemente no chão e repetindo o exercício agora com tacos de baseball.
- que dia é hoje? - disse ele, distraidamente. a sua atenção focada no mecanismo de aço polido que lhe cravava pequenos espigões metálicos na coxa direita, sob a acção de uma diminuta manivela.
- isso é importante? - deixara cair um dos tacos, partindo todos os copos de cristal que formavam o padrão habitual no centro da ampla sala...
- já é noite? - continuou ele, sorrindo à visão do primeiro sangue. é cedo, pensou.