as sirenes...
as sereias dos carros-patrulha da polícia têm um som distinto do da dos carros de bombeiros. mas eu não os consigo distinguir. pelo menos agora, no momento em que surge no céu o primeiro indício de luz solar. passou uma sereia que se instalou no torpor de um cansaço branco, tornando mais consciente a situação...
uma corrente de ar vinda da janela, ligeiramente aberta a fim de deixar sair o fumo dos cigarros.
uma pestana postiça colada no espelho do aparador.
os livros, como testemunhas.
apercebo-me de um braço que me envolve, as pernas paralelamente como dois quatros sobrepostos... free-style spooning...
a tua respiração na minha nuca.
de novo o som estridente e o efeito de doppler, mas em memória...
"gosto tanto de ti", disse-te. pelo menos penso que te disse, não o posso garantir. "não vá haver algum azar..."
e a tua mão moveu-se de um modo que, não soubesse eu que dormias, se poderia julgar intencional. mas não...
devo ter adormecido.
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