2024/04/20

2024/04/13

wear that badge with honour

erosphorma

lembrei-me de uma intervenção no trabalho onde comparei formalidade com formalismo.
não achei perda de tempo nem gastar latim para nada. foi útil. 
vai (vão) definindo e clarificando ao que venho.

porque me lembrei, cristalizo aqui as palavras de adélia prado, o que, de certa forma, é adequado porque a poesia e tal e não sou judeu nem nada:

o poeta cerebral tomou café sem açúcar
e foi pro gabinete concentrar-se.
seu lápis é um bisturi
que ele afia na pedra,
na pedra calcinada das palavras,
imagem que elegeu porque ama a dificuldade,
o efeito respeitoso que produz
seu trato com o dicionário.
faz três horas que já estuma as musas.
o dia arde. seu prepúcio coça.

pseudo-manguito

eu até sabia que o senhor era marquês. que não tinha um braço soube há tempos, mas tinha obrigação de ter sabido antes, pois o bacano lá está, imortalizado em bronze, em frente ao seminário.
tendo a consumir álcool por ali, tenho desculpa.
mas, seja como for, hoje alguém decidiu usar sempre o título nobiliárquico do indivíduo.
assim, passei aqueles minutos do discurso sempre a ouvir:

"marquês de sade, a bandeira"

se eu tivesse partilhado este pensamento com a imprensa, talvez não se esquecessem do nome do local onde estiveram.
enfim...


2024/04/08

sexyness, tomo LXXVIII

 


- e tu, reparas primeiro em quê?
- na boca, acho eu...
- tarado!!

deveria ter esclarecido que tudo começa (ou acaba) no beijo.
o beijo é de-ter-mi-nan-te!
é muito possível que eu nunca tenha ido às putas porque li algures (ou vi num filme. a minha selecção "eclética" de filmes torna esta opção muito menos elegante, mas enfim...) que as putam não beijam.
ou não beijavam.
não sei bem...



sexyness

 


estica blues

2024/04/04

2024/04/03

a sorte parece menos terrível quando se está ganzado

 


traz-se o bukowski à colação por duas razões.
a primeira é que estava a apetecer-me trazer qualquer coisa à colação. não sei, foi assim uma coisa...
a segunda prende-se (talvez me estivesse a apetecer prender algo, também) com de um postal ilustrado afixado numa sala de aula onde, às vezes (no sentido espacio-temporal e/ou profissional, estritamente), trabalho.
o postal tem uma citação (tanto quanto se pode saber se é mesmo citação ou não, hoje em dia) de simone de beauvoir que diz:
a morte parece menos terrível quando se está cansado.
eu disse aos miúdos que aquilo estar ali era estranho, que não era para eles, que eles eram imortais.
talvez me tenha precipitado.
a sarjeta é equidistante ao sucesso, para eles, estatisticamente (tese minha, se não se considerar uma vida "normal" uma vida de sucesso). e muitas vezes, ou sempre, a vida assenta só na sorte ou no azar.
talvez tenha de rever a minha fundamentação, mas...


2024/04/01

pinguepongue ou ping-pong


ontem à noite chovia enquanto conduzia.
não tenho sido particularmente fiel a uma estação de rádio, mas lá calhou a ouvir a antena 3...
e fui apanhado por esta canção, entre textos, poemas, outras canções que falavam de renascimento ou ressurreição. fruta da época.
gosto muito das palavras e da voz da matilde campilho.
tendo a gostar das palavras que são escolhidas neste programa.
agora, numa pausa no trabalho, lembrei-me da canção...
os jovens, hoje, conseguem ser desconcertantemente transparentes.
gosto disso.

the call from the desert


 

2024/03/27

o mundo é bué cenas...


não compreendo como é possível, mas deve ser por falta de reflexão...
eu, que sei o que é a internet, que sigo os mais estranhos rabbit holes que pode haver, eu que passei inúmeras horas a folhear livros sobre arte e/ou nudez na fnac, eu que, enfim, eu, vá, vivi até hoje sem conhecer esta obra.
foi hoje.
também foi hoje que vi isto aqui em baixo, mas achei menos interessante. não por causa de qualquer factor moralista, mas porque falta a elegância dos meios que havia na arte de outrora. perceber isto completamente (falo para mim) requereria uma definição cabal sobre o que significa elegância, mas eu tendo a contaminar determinações teóricas com imagética específica, logo, por razões óbvias, ocorre uma limitação de definição em termos abstractos.

2024/03/26

nature

 


- 'tás a ver? eu não te disse que era um drone? eles deram fé que andávamos aqui todas peladas e vá de recorrer às novas tecnologias... tu põe-te fina, que por este andar a tua página onlyfans deixa de ser relevante!

little wonder

devo estar a perder faculdades... (não tenho grandes dúvidas em relação a isto)
ontem irritei-me com merdinhas, no trabalho. 
pior, ontem dei por mim a meter-me em merdinhas que me fizeram irritar, logo, a culpa foi minha.
o que me devia irritar a sério era o facto de estar a perder faculdades, mas não, são merdinhas...
é um sintoma, presumo.

2024/03/25

2024/03/21

0% de originalidade (minha, não do eugénio), mas que se foda...

creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.

2024/03/17

2024/03/16

witt

1 - eu acho que o professor está a ser picuínhas... descontou cinco pontos por causa de acentos...
eu - a falta de acentuação é erro ortográfico. estou apenas a aplicar os critérios de correcção.
1 - percebo, mas os acentos não são assim tão importantes.
eu - moço... o teu texto era sobre o método científico. usaste a palavra método duas ou trinta vezes, sempre sem acento... vou escrever a palavra aqui no quadro como tu a escreveste: 
        METODO. 
        agora coloquemos um verbo qualquer antes da palavra para vermos no que dá... alguém tem alguma sugestão?
2 - chupa!... morde!... lambe!
(risos)
eu - ... é um prazer trabalhar com gente inteligente.
1 - (risos) percebi.
3, namoradinha do 1 - só podes escrever sem acento quando é para mim...

2024/03/15

DMxU2

"patacão" ou "november rain"

barco marinheiro em água-doce
de mastro paralelo à linha d'água
riso cristalino aberto ao mundo
reflexos de sol sobre a nudez

era o que era, antes não fosse
antecâmara de gelo ou de mágoa
amena superfície, mas no fundo
dois não foi a conta que deus fez


2024/03/13

my stomach is the most violent of all of italy


é de um filme maravilhoso.
há aqui uma falácia de falso dilema.
conheço pessoas que se identificam com isto.
não sei se gostaria de ser assim (é-me impossível de conceber, de imaginar), mas admiro a disponibilidade.
eu sou mais isto:


e esta atitude é compatível com a indicada pela adília lopes:


não sei.
provavelmente estou só a engonhar porque o que estou a ler, neste momento... enfim. mas trabalho é trabalho e o que tem de ser tem muita força e não guardes para amanhã a candeia que vai à frente pois quem com ferros mata em roma e pavia, terras de cegos, tem olho, logo, tem medo, que filho de peixe é o que não quer ver.

talvez o outro tenha razão: as contas fazem-se é no fim.

2024/03/12

the rolling stones

INDICATIVO
Presente 
eu satisfaço
tu satisfazes
ele, ela, você satisfaz
nós satisfazemos
vós satisfazeis
eles, elas, vocês satisfazem
Pretérito imperfeito 
eu satisfazia
tu satisfazias
ele, ela, você satisfazia
nós satisfazíamos
vós satisfazíeis
eles, elas, vocês satisfaziam
Pretérito perfeito 
eu satisfiz
tu satisfizeste
ele, ela, você satisfez
nós satisfizemos
vós satisfizestes
eles, elas, vocês satisfizeram
Pretérito mais-que-perfeito 
eu satisfizera
tu satisfizeras
ele, ela, você satisfizera
nós satisfizéramos
vós satisfizéreis
eles, elas, vocês satisfizeram
Futuro 
eu satisfarei
tu satisfarás
ele, ela, você satisfará
nós satisfaremos
vós satisfareis
eles, elas, vocês satisfarão
CONDICIONAL
Presente 
eu satisfaria
tu satisfarias
ele, ela, você satisfaria
nós satisfaríamos
vós satisfaríeis
eles, elas, vocês satisfariam
CONJUNTIVO
Presente 
que eu satisfaça
que tu satisfaças
que ele, ela, você satisfaça
que nós satisfaçamos
que vós satisfaçais
que eles, elas, vocês satisfaçam
Pretérito imperfeito 
se eu satisfizesse
se tu satisfizesses
se ele, ela, você satisfizesse
se nós satisfizéssemos
se vós satisfizésseis
se eles, elas, vocês satisfizessem
Futuro 
quando eu satisfizer
quando tu satisfizeres
quando ele, ela, você satisfizer
quando nós satisfizermos
quando vós satisfizerdes
quando eles, elas, vocês satisfizerem
IMPERATIVO
Presente 
satisfaz tu
satisfaça ele, ela, você
satisfaçamos nós
satisfazei vós
satisfaçam eles, elas, vocês
Infinitivo pessoal 
eu satisfazer
tu satisfazeres
ele, ela, você satisfazer
nós satisfazermos
vós satisfazerdes
eles, elas, vocês satisfazerem
Infinitivo impessoal 
satisfazer
Gerúndio 
satisfazendo
Particípio passado 
satisfeito
TEMPOS COMPOSTOS
INDICATIVO
Pretérito perfeito 
eu tenho satisfeito
tu tens satisfeito
ele, ela, você tem satisfeito
nós temos satisfeito
vós tendes satisfeito
eles, elas, vocês têm satisfeito
Pretérito mais-que-perfeito 
eu tinha satisfeito
tu tinhas satisfeito
ele, ela, você tinha satisfeito
nós tínhamos satisfeito
vós tínheis satisfeito
eles, elas, vocês tinham satisfeito
Futuro 
eu terei satisfeito
tu terás satisfeito
ele, ela, você terá satisfeito
nós teremos satisfeito
vós tereis satisfeito
eles, elas, vocês terão satisfeito
CONDICIONAL
Pretérito 
eu teria satisfeito
tu terias satisfeito
ele, ela, você teria satisfeito
nós teríamos satisfeito
vós teríeis satisfeito
eles, elas, vocês teriam satisfeito
CONJUNTIVO
Pretérito perfeito 
que eu tenha satisfeito
que tu tenhas satisfeito
que ele, ela, você tenha satisfeito
que nós tenhamos satisfeito
que vós tenhais satisfeito
que eles, elas, vocês tenham satisfeito
Pretérito mais-que-perfeito 
se eu tivesse satisfeito
se tu tivesses satisfeito
se ele, ela, você tivesse satisfeito
se nós tivéssemos satisfeito
se vós tivésseis satisfeito
se eles, elas, vocês tivessem satisfeito
Futuro 
quando eu tiver satisfeito
quando tu tiveres satisfeito
quando ele, ela, você tiver satisfeito
quando nós tivermos satisfeito
quando vós tiverdes satisfeito
quando eles, elas, vocês tiverem satisfeito
Infinitivo pessoal 
eu ter satisfeito
tu teres satisfeito
ele, ela, você ter satisfeito
nós termos satisfeito
vós terdes satisfeito
eles, elas, vocês terem satisfeito

no bravery and no respect

 


tenho 3 poemas começados na cabeça... duvido que passem à forma escrita.
não tenho ânimo para tratar disso.
há dias tentei, mas mobilizei-me para me dedicar à costura. isto é, para a reparação, com agulha e linha, de um casaco cujo forro... não interessa. acabei por não fazer uma coisa nem outra.
não é importante.
também não é importante referir isso, ou seja lá o que for.
assim como assim, este sítio já tem o fim marcado.



waiting room for sadness

2024/03/11

2024/03/09

cohen again

poem 111

each man
has a way to betray
the revolution
this is mine

2024/03/05

flashback


cresci a ouvir música que vinha de áfrica, trazida pelos "retornados", parece-me, e que todos dançavam nas festas populares, nos casamentos e bailaricos sortidos.
eram outros tempos.
eram tempos em que a música era a da vida das pessoas.
em minha casa cantava-se fado enquanto se faziam as intermináveis tarefas domésticas.
uns tipos barbudos e cabeludos, com violas, cantavam sobre a liberdade e a igualdade na televisão.
deve haver uma certa coerência em mim que me faz gostar do tempo certo em cada estação. do frio e chuva no inverno, do calor no verão. também gosto da música no seu local de origem, se me esquecer da quantidade industrial de música de raiz anglo-saxónica que sempre ouvi... 
mas gostei muito dos sons de cabo-verde em cabo-verde.
o video transportou-me instantaneamente para o por-do-sol sobre o monte cara, na baía do mindelo.
a luz era igualmente doce, morna, e eu estive precisamente naquele local, ao lado da avenida que vai para o porto.
o meu guia chamava-se álvaro. tinha anos a menos para a cerveja que bebia e tinha só uma orelha. já falei dele por aqui, acho.
naquela altura eu olhava muito para o mundo. tentava absorver o mundo.
continuo a olhar, mas tenho o olhar mais contaminado. absorvo com mais filtros, provavelmente.
agora tento perceber mais o mundo.

ando cansado.
não percebo tudo.

pensei em enviar, hoje, uma sms. apercebi-me que tinha há que tempos, em rascunho, "ainda gostava de perceber o que nos aconteceu"...
deixei-me estar.

estou tão cansado. 
de tudo.
cansa-me saber que esta musiquinha é muito dançável, por exemplo.


nice little tune

2024/03/04

19562 Pacific Coast Hwy

 


lana del rey vive aqui.
poderia fazer parte da lista imaginária de locais imaginários onde eu um dia, talvez, em calhando, poderia escrever um livro, este sim, hiper-imaginário.

e parece-me ser o tipo de moça que me deixa sossegado, sozinho, a olhar pró mar .

2024/03/01

2024/02/29

a frase mais simples da época

 


as some warn victory, some downfall
private reasons great or small
can be seen in the eyes of those that call
to make all that should be killed to crawl
while others say don't hate nothing at all
except hatred

and if my thought-dreams could be seen
they'd probably put my head in a guillotine
but it's alright, ma, it's life, and life only

going under

desde sempre tentei perceber como as coisas me aconteciam, porque me aconteciam, o que poderia eu fazer acontecer (isto menos).
os meus registos sobre as experiências com drogas, de todos os tipos*, fazem-me rir até chorar...
vão-se tornando incompreensíveis, ilegíveis.. fazem-me sempre lembrar um documento muito abstracto (uma preparação de serviço industrial) elaborado pelo A. enquanto ele ia adormecendo: as letras começaram a borrifar-se nas linhas, assumindo uma mancha gráfica de um movimento ascendente e em contínua redução das letras, até se assemelhar a uma espécie de carreiro de formigas a dirigir-se ao infinito, dado que as letras acabam por sair da folha de papel.

tentei, pelo menos, memorizar, reter, para depois registar... sem sucesso.
o propofol não dá hipótese!
fica a leve frustração da saber que a moca andou à volta de alunos indianos numa sala de aula. que vida tão triste, em que o trabalho se entranha nos desvarios químicos no cérebro da pessoa.
ficou a anos-luz das cores e motivos da experiência análoga na infância.

também ficou a ideia de que talvez seja melhor explorar o potencial de alpiarça... esperando que o pai do francisco não seja para aqui chamado.

* - de todos os tipos por mim experimentados. não experimentei (nem quero) todos os tipos. 

citação avulsa da internet: 

michael jackson insistiu. queria o seu "leite". era assim que chamava ao anestésico propofol, por causa do seu aspecto esbranquiçado e leitoso. às 10h40 do dia 25 de junho de 2009, o clínico administrou-lhe o propofol por via intravenosa. pouco depois, o "rei da pop" (nunca concordei com este epíteto) estava morto.

de facto é leitoso, sim.
mas o que me ocorreu foi uma frase que, na última vez que a ouvi, provocou resultados consideravelmente negativos: drogava-se injectando-se com a seringa das farturas.

leite é um termo tão rico em significados. um autor de que não me lembro o nome chamava mel a secreções vaginais específicas. 

a "terra do leite e mel"... e quem vai ao mar havia sem terra.

2024/02/25

kripi pic

 


tropicália

das caraíbas recordo com saudade os pescoços das raparigas que brincavam, nuas, no mar. 
e os sorrisos.
vi o visto cancelado antes da época dos furacões, mas nem por isso faz mais sentido.

posso sempre variar... 
islândia, terra do fogo e gelo.
ou o motociclismo errante...


ou dedico-me só à leitura,
ou a certo tipo de cogumelos. 
a interioridade como destino.


coleante

foi a palavra usada.
inédito, na minha vida, aquele uso do termo. particularmente naquela aplicação.
mas aconteceu.
e, tal como muitas coisas, não me sai da cabeça.
tento encontrar encadeamentos, reminiscências...
acho que a última vez que ouvi a palavra deve ter sido em 1997, e acerca de uma moça específica que estava a ser maltratada por outras moças, por inveja.
serpenteante, parece que...
enfim...
achei cool.


goran

2024/02/21

autótune

há sempre 1000 razões para que as coisas não corram bem...
mas eu sempre fui pessoa de assumir as minhas falhas: contei por alto.

2024/02/19

reflexão


ceci n'est pas edward hopper, excursion into philosophy, 1959, oil painting

2024/02/15

2024/02/07

freedom

 

i'm floating on a moment 
don't know how long 
no one knows 
no one can stay 
all going to nowhere 
all going 
make no mistake

2024/02/03

2024/02/02

personal religion

I’ve been thinking about the way, when you walk
down a crowded aisle, people pull in their legs
to let you by. Or how strangers still say “bless you”
when someone sneezes, a leftover
from the Bubonic plague. “Don’t die,” we are saying.
And sometimes, when you spill lemons
from your grocery bag, someone else will help you
pick them up. Mostly, we don’t want to harm each other.
We want to be handed our cup of coffee hot,
and to say thank you to the person handing it. To smile
at them and for them to smile back. For the waitress
to call us honey when she sets down the bowl of clam chowder,
and for the driver in the red pick-up truck to let us pass.
We have so little of each other, now. So far
from tribe and fire. Only these brief moments of exchange.
What if they are the true dwelling of the holy, these
fleeting temples we make together when we say, “Here,
have my seat,” “Go ahead—you first,” “I like your hat.”

mas, não sabia, há no youtube, dito por Helena Bonham Carter

mas, verdade verdadinha, conheço a poeta por causa disto:

What's gone
is not quite gone, but lingers.
Not the language, but the bones 
of the language.  Not the beloved, 
but the dark bed the beloved makes 
inside our bodies."  

 Danusha Laméris

o melhor é ir mesmo logo directamente à fonte, que aqui não se aprende nada.

not even

 


silver bullit dearest

2024/02/01

HDL não é uma empresa que entrega coisas às pessoas...

passei a manhã a fazer exames e a marcar exames e já recebi os resultados das análises... 
tenho de fazer dieta, 
fazer exercício, 
deixar de fumar, 
deixar de beber... 
cum catano! 

segundo o doutor google estou a morrer. mas isso sei desde sempre... 

não tenho de deixar tudo tudo porque, pelo menos a fazer fé nos resultados, a próstata está impec, apesar da bike e da mota e das faltas de carências.

2024/01/30

brave new world

e pensar eu, em 1980, que aquilo que poucos tinham devido ao custo impeditivo pois implicava instalação de cabos de som nas paredes de todas as divisões, a saber, música em toda a casa, se conseguiria quarentital anos depois, com uma simples* coluna bluetooth.

os bons velhos tempos têm o mesmo defeito que têm os bons novos tempos: são muito selectivos.

estou, como sempre, atolado de trabalho. antevejo, até, uma runião meio fodida, daqui a bocado.
mas dei por mim mentalmente enclausurado na consideração de que a saúde é coisa mui importante e que a vida corre corre corre.. o tempo passa tipo míssil, míssil, míssil...

simples mas muito eficaz e competente. funciona que nem um relógio, graças sejam dadas às pessoas que, em localizações longínquas, trabalhando muito e recebendo pouco, montaram, com os seus dedinhos competentes, esta cena como deve ser.


e agora, só para desanuviar, lembrei-me que o meu árabe não está ferrugento. está morto há décadas.



2024/01/29

2024/01/23

"jean-pierre: te ha gustado la corrida?" ou "conversa de gajos rebarbados*"

- tu, que percebes mais disto, diz-me lá: é normal pensar muito em sexo, né? pelos menos nós, os homens. e algumas gajas.
- não sei bem o que é o normal... o que entendes por muito? mas sem stress... está tudo nos conformes. há gente, gajos e gajas, que nunca pensa nisso ou pensa pouco... e tudo cool.
- mas às vezes nem me consigo concentrar noutra coisa... e passam aqui gajas tão boas.. e no verão?! ui!!!
- sei como é...
- parece conversa de rebarbado... também te acontece?
- claro.
- mas assim a sério? pensar só em sexo?
- sim.
- é que...
(a conversa que se segue deixou de ser um diálogo. passou a ser um monólogo que ignorava todo o contexto circundante...
- ... nem é pensar só em sexo, é pensar em sexo com pessoas específicas.
- pois, mas...
- nem é bem pensar em sexo com pessoas específicas, é pensar em sexo em situações específicas com pessoas específicas.
- sim, é que...
- nem é bem pensar em sexo em situações específicas com pessoas específicas. é visualizar sensações específicas em situações específicas com pessoas específicas.
- foda-se... e como é que...
- visualizar é lembrar, imaginar... mas nem é bem isso, também. é pensar em circunstâncias, sensações, situações e pessoas específicas. e, ainda por cima, imaginar outras tantas, com pessoas que nem sequer conheço ainda.
- ...
- imagens, odores, texturas, sensações...
... até aqui, pelo menos)
- foda-se!!! tanta merda por causa de umas quecas! afnal, quem deve estar preocupado és tu, caralho... eu, se fosse assim, dava em doido ou matava-me.
- ambas as possibilidades já me passaram pela cabeça.
- razão tenho eu: um gajo vai à kikas ou assim e fica tudo resolvido.
- é possível... nunca experimentei.
- só o sossego, depois, vale o dinheiro, acredita.
- mas eu sou, naturalmente, desassossegado.
- quando é que tens de estar em casa?
- tenho tempo... vou ficando. a cerveja está a saber-me bem e dá para conversar... toda a gente passa o tempo a partilhar merdas na net.
- podes crer! mas há alguns que fazem mesmo um gajo partir-se todo a rir. como é que vais para casa na bicicleta? está a chover...
- molho-me. quando for para ir, vou. se estiver a chover, molho-me. vês: coisas simples, isto e o riso.
- vocês são é todos apanhados da mona...
- ajuda, sim!

nota mental: sabe muito bem andar de bicicleta, a descer, com umas bejecas (não demasiadas, que isso tende a sair caro ao nível do metacarpo direito e etc.. particularmente a chover e bem) no bucho, ao final do dia. 

* sic

2024/01/21

iniciação

 




as fotos são da iolanda...

victory

 


2024/01/20

e os copos pequenos e a chuva miudinha e

páua tude pípal

vim parar a este video por via de uma canção soul... dizia a mavis que "i've learned to do without you" and shit... mas isto é muito mais cool.
muitíssimo mais cool.

lost in humor

a pessoa dirige-se para o balcão, pois o bilhete era para a nose-bleed section...
- o seu bilhete por favor.. - disse, com tom levemente autoritário, a miúda falsa-loura e gira, de rosto quadrado.
mostrei-lhe o ecrã do telefone, vagamente distraído.
- vou ter que aumentar um bocadinho... - e colocou os dedos no ecrã de modo a ampliar o código de barras. repetiu - vou ter que aumentar mais um bocadinho...
- aumente praí com satisfação. devia ser sempre assim, na vida...
(resultado = sorriso a dois)
_____________ 

a pessoa está sentada e um jovem casal sentou-se nos lugares da fila à sua frente.
- lamento incomodar, mas tendes a certeza que estais nos lugares certos? é que eu pedi, explicitamente, que queria ficar atrás dos anões. garantiram-me isso, aliás! por isso é que...
o casal moveu-se de modo a procurar os bilhetes até que ficaram imóveis, olhando, hesitantes, para a pessoa:
- estou a brincar. ofereceram-me o bilhete e os anões sentam-se lá à frente.
(resultado = risos a três)

_____________ 

o jovem casal ao lado do jovem casal (a sala estava cheia de jovens) conversava animadamente: 
- já viste? somos as pessoas mais velhas que estão aqui... - disse ela.
- não somos nada - retorquiu ele, apontando para alguém três ou quatro filas mais à frente.
- mas estamos, seguramente, acima da média de idades do público! - riu ela.
a pessoa toca no ombro da menina e interpela-a chorosamente:
- eu não pude deixar de a ouvir e deixe-me dizer-lhe que me magoou muito...
(resultado = risos a cinco)

_____________

avaliação final =  a pessoa, a jogar contra dois, ganhou 3 a 1

2024/01/18

com os devidos agradecimentos

 


airbud, parece...

- moço... tu estás na minha aula com um supositório no ouvido?
- é um phone.
- fica a sugestão...


kino, part II

prólogo:

J. - é a dua lipa...
eu - não é nada...
J. - é!
eu - não me parece... a dua lipa não tem aquelas mamas.
J. - mas por acaso tu acompanhas a carreira da dua lipa??
eu - a carreira, não, mas vou acompanhando a imagem.... e a dua lipa não tem aquelas mamas... - pareceu-me, até, ver no olhar do cavalheiro do casal na fila adjacente uma manifesta concordância com as minhas palavras.
J. - eu sei que é a dua lipa!

(música de elevador por algumas horas)

epílogo:

eu - achas mesmo que era a dua lipa no outro trailer?
J. - olha que tu...
eu - seja. mas, se era, pôs mamas. e é pena.
J. - não pôs nada mamas. se calhar estás a falar de assuntos que não dominas, já pensaste nisso?
eu - não sejas parvo. já vi casos muito bem sucedidos de mamas tunadas, mas algumas mulheres, compreendendo que seja uma decisão só delas e legítima, não deviam pôr mamas. a victória guerra não devia...
J. - interrompendo - e a maya??!!

(riso descontrolado, com réplicas durante muito tempo)


2024/01/17

link meramente

2019 (sabe-se lá por que razões), é dos anos com menos posts da história deste coiso.
abusivamente, coisa típica por cá, acho que talvez a qualidade compense a pouca quantidade.
ou não.
mas gosto muito deste post.

sou mui fã de reciprocidades. nem toda a gente é e, em certas circunstâncias, isso é inelutável.
penso sempre muito. demais. os pensamentos são muitos. e não são poucos. bastantes...
daí que pense em pessoas que não pensam em mim. ou porque não querem, ou porque não podem (tecnicamente) ou porque não conseguem (emocionalmente).
faz parte...
de mim, pelo menos.
sempre trouxe lastro, sempre trarei.
se, por um lado, lastro atrasa, por outro, particularmente em sentido náutico e este place é muito dado a essas merdas, dá estabilidade.

mas, como dizia o outro ainda há bocadinho, nós estamos só começados, nunca estamos acabados. 
e eu respeito sempre os pontos de vista de alguém que já comeu do lixo.


prova de júri

 nota mental - ir aqui um dia destes...




2024/01/14

2024/01/11

2024/01/10

chiaki kuriyama

na primeira aula de 2024, alguém usou uma expressão que pretendia referir-se ao meu pensamento:
"a cabeça do stôr..."       
detesto esta forma de tratamento, mas é como tentar conter um tsunami


      


notas para texto, que isto tem sido quase só música e bonecos

colchão duro

pequenos reparos - clamor

archotes - procissão das velas - auto de fé

líder - figura imponente mãos peludas (diagonal)

cachucho - saco plástico

copy-paste folheto avulso

epílogo

have you come here to play jesus?

 


2024/01/06

mithuna ikea

 era um móvel assim desta altura, para colocar a televisão... talvez sem naperon, digo eu...



2024/01/05

2024/01/04

makit even

fuck-simile

porque me voltou a apetecer, lembrei-me de fazer um top 3 de 2023...

já tinha feito isto mas, convenhamos, 2023 foi um ano diferente de todos os outros, como tendem ser os anos, os meses, as semanas, os dias, as pessoas, os corpos, os beijos, as dores, as perdas, as decisões, as manhãs, as impressões digitais, as admirações, os talentos, as competências, as cores do mar, as amêijoas, os orgasmos, as interpretações, os bons-dias, as formas de segurar o cabelo atrás das orelhas, as rotinas de exercício físico, os gritos, as andorinhas e, até, acho, as palavras.

daí que (acho que mais porque a minha memória tende a pregar-me cada vez mais partidas, porque 2023 teve, assim a olho, mais coisas más do que boas e, principalmente, porque não resisto a promoções leve 3, pague 1):

melhor experiência musical - música tradicional do alentejo  (barragem de odivelas)
melhor pôr-do-sol - na (barragem de odivelas)
melhor refeição - choco frito (na barragem de odivelas)

not james bond

os agentes secretos aprendem a enganar detectores de mentiras...

a melhor imitação que consigo: