2010/03/26

2010/03/25

bi



mijar a cama

leu-se:
"...(eles) não tiravam os olhos do fogo que contém em si algo dos próprios homens, na medida em que sem ele fica, diminuídos e separados das suas origens e exilados. pois cada fogo é todos os fogos, o primeiro fogo e o derradeiro que alguma vez existirá."

não se deve brincar com o fogo. extrapolando (porque se leu isto noutro autor):
"não se deve brincar com a vida porque a vida não é de fiar..."

ando a montar uma bicicleta de montanha sem mudanças, i.e., só com uma mudança (o que impede isso mesmo, a mudança)... whatever. no jargão do metier chama-se a isto uma single-speed. ss para os connaisseurs.
importa analisar as motivações inconscientes que subjazem a este estúp.., peculiar empreendimento pessoal.

TIC é um tipo ir de bike para o trabalho, todo coiso com a vestimenta de andar de bike, e despachar aquilo com uma pen-drive que se levou na cartucheira. tem-se tempo para isto:
- tu vieste mesmo de bicicleta?
- claro. estavas a pensar que eu tinha um gosto singular na escolha de indumentária, certo?

tick é (foi, num contexto específico. já aqui falei disto, mas lembrei-me outra vez...) "buraco de bala de metralhadora" em inglês. e eu a dar uma de grande caçador branco a explicar como se matam búfalos em áfrica...

wiki: na américa do norte não há búfalos, há bisontes. também não há bisontes, foram dizimados (em certas seitas, o dízimo paga-se em peles e carne de bisonte), o que há é uns coisos híbridos, mais bois feios que outra coisa, que é para aparecerem nos filmes de cobóis.

2010/03/24

neobscurância

"eu fui à bruxa e só ganhei esta porcaria de t-shirt!"

jen-con

2010/03/23

sacrilégio...

... é sublinhar uma passagem do livro que se anda a ler (a cruz de santo andré, camilo josé cela) e anotar na margem: frase de engate para contexto rebuscado.
é.
perceber-se-ia melhor, claro, se a dita passagem fosse aqui identificada (a seu tempo, a seu tempo...), mas constituirão, de certo modo, um sacrilégio os sublinhados, as anotações, os desenhos ocasionais nas margens de livros daquele tipo, de edição mui digna e tudo o mais.
hoje, por exemplo, aterrou-me uma rodela de cebola na página 83. ainda pensei em tirar uma foto para mais tarde recordar mas desisti da ideia. seria muito estranho fazer isso, as pessoas iriam reparar... assim como assim o meu kilt estava já a provocar uns rodar-de-cabeça meio constrangedores e não posso esquecer que levar o urso amestrado para a cadeira a meu lado esteve muito longe de ser fácil: custou-me uma boa meia-hora de argumentação e dois bilhetes para os knicks. ou para os lakers.
e para quem possa armar-se em parvinho e pensar que estou com alguma latitude em relação à verdade vou já avisando que foi assim mesmo. por que não haveria de ser? nos filmes é sempre assim, bilhetes para os knicks ou para os lakers. fazem milagres...
já referi que esta história inclui uma loura com um tónus muscular acima da média e uma M-16? não? talvez o faça, nesse caso...

mito urbano:
certo dia um homem viu um letreiro com os dizeres compre melões no justino. não fez caso e, mais tarde, perdeu o autocarro, perdeu a carteira e perdeu o juízo. diz que foi assim...

2010/03/21

back to basics (adendado)

alguém me dizia há dias que detestava poesia... ocorreram-me algumas coisas para dizer (vivo cheio de ocorrências destas), mas o meu espírito foi por estas palavras levado para uma frase de kid rock, na canção "so hott", a saber, "i wanna fuck you like i'll never gonna see you again"...

num dia bom talvez falasse da poesia cantada. exemplos, bons exemplos, não faltarão.
seu jorge palma canta assim:

O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.

num dia bom...

e agora algo completamente diferente:



















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adenda

2010/03/17

putativa reputação

- então e o nosso colega, sempre tão interventivo e opinativo, não quer acrescentar nada a esta reunião?
- achei tudo muito lindo.
(silêncio geral)

profissionalidade

como me diziam, há muito tempo, talvez seja sensato não preparar aulas e antes prepararmo-nos.
é neste sentido que tudo, sublinhe-se, tudo o que se vê, ouve e, principalmente, lê pode contribuir para essa preparação. como exemplo, leu-se isto:
- aprendeste a falar baixo numa serração, foi?

a usar...

vida nova

lido

na austeridade neutra daquele terreno, a todos os fenómenos era concedida uma estranha igualdade e nenhuma criatura ou objecto, nem aranha nem pedra nem folha de erva, podia reivindicar primazia sobre as restantes. a própria clareza destes objectos desmentia a respectiva familiaridade, pois o olho inteira-se do todo com base nalgum traço particular ou parcela e nada havia ali de mais luminoso do que o resto e nada mais sombrio e na democracia óptica de tais paisagens, toda a preferência passa a ser obra do capricho e um homem e um penedo vêem-se dotados de afinidades insuspeitadas.

cormac mccarthy, meridiano de sangue

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2010/03/16

2010/03/11

cal doirada

entrou o sol na clareira quando abriste à machadada a estrada do coração
música e poder de sucção, cortando pela raiz
foste tu a primeira
que me serviu jardineira, despida
e eu
feliz
da vida

2010/03/05

sweetscars

altóestima

o (olhar) das mulheres traem sentimentos complexos que reflectem desconforto, incompreensão e até irritação em relação a esse homem hesitante, fechado e até medíocre, nada dotado como amante, como filho, como amigo, como professor, em permanente conflito moral, afectivo, familiar e político, lutando (em vão) para se reconciliar com a sua situação

2010/03/04

sinapses

muita gente me pergunta o que tenho feito... dentro da designação "engonhar" está presente, por exemplo, o acto de sublinhar as passagens referentes à iconografia dos abutres no livro que ando a ler à hora de almoço.
o livro?
é um do cormac mccarthy... o da "estrada"... é o "meridiano de sangue", porque o comprei em antes.

por acaso, reparo agora que ando, de certo modo, a refinar este procedimento. os sublinhados e os destaques de texto têm, à época, uma coerência estética rara em mim.
refinar é exagero. ando só a afinar.
mariquices minhas.

se eu fosse professor de matemática adoptaria o nome artístico de twenty quarantino. só por causa das coisas.