2008/02/28

ácido láctico


hoje perdi-me por aqui...

2008/02/27

not

robby alacre

as flores das mimosas são amarelas de um amarelo enjoativo porque muito amarelo.
com uma pitada de verde.

bag ass

nota introdutória: tenho para mim que o complexo de édipo é uma coisa tramada... é típico das pessoas que espiam crimes sentirem-se culpadas (de voyeurismo)... e agora que já desopilámos um pedacito, minhas senhoras e meus senhores, meninas solteiras e vontadeiras, bem-vindas ao ma-ra-vi-lho-so mundo da poesia à pressão:



A Madrasta de Pedro, o Pederasta

com gesto terno de filho
coloca-lhe as flores no regaço
enquanto lhe diz em tom baçaço:
ó mãezinha, tu és boa comó milho.

o artista faz agora uma pequena vénia, olha nos olhos uma rapariga com sardas na 2ª fila, coloca os dedos indicador e médio da mão direita em forma de V em frente da boca, lambendo davagar a parte interna do V. sorri. sai.

tilt IX

- foi como era antes?
- foi e não foi.
- então?
- então o quê?
- então... gostaste?
- essa pergunta não se faz.
- eu sei... gostavas, dantes?
- agora é agora.
- só tens isso para me dizer?
- fizémos o que tinha de ser feito.

unguento

que se envie uma ave, um desejo ou um segredo, a convocar a primavera.
se essa ave perecer nas alturas geladas tanto melhor:
é bom augúrio.

smoking stromboli ou not naples

não sei quando tive acesso a um filme: stromboli.
sei que foi num documentário de martin scorcese acerca dos filmes que o levaram a amar o cinema.
stromboli é um vulcão activo numa ilha italiana do mediterrâneo. o filme tem no seu elenco ingrid bergman.
nunca vi o filme mas gostei da abordagem de scorcese (ocorre-me que "abordagem" é um termo usado pelos piratas).

e gostei do mar, filmado a preto-e-branco, da ilha inóspita e contra-naturalmente habitada (habitada com todas as tonalidades que a vida humana pode assumir).
gostei do vulcão.

Recentemente, vi outro documentário em que alguém esquiava nas encostas cinzadas desse mesmo vulcão ao mesmo tempo que alguém fazia o mesmo percurso descendente montado numa bicicleta.

não sei qual a importância de tudo isto, mas continuo a gostar de uma ilha que não conheço (mesmo tendo presentes as imagens e estas agora a cores) e de um mar que também não conheço.
"nenhum homem é uma ilha"...

todos vivemos na base de um vulcão. mesmo não o sabendo.

das ozean

reality blog

a quente:
acabei de dar uma aula onde uma rapariga que é igualzinha à paula rego (se a paula rego tivesse 16 anos, corpo franzino e cerca de um metro e meio de altura) vomitou o almoço (fast-food) por motivo do respectivo acompanhamento por uns quantos shots (fast-drink)...

acho que é capaz de chegar longe...
chegue onde chegar, julgo que chegará lá depressa.

2008/02/25

"suspiro"

tenho a nítida sensação de que um qualquer ciclo se fechou...
a sebenta onde tenho escrito ultimamente (mas não exclusivamente) tem, ao contrário das outras, um título: tales from depression - the forbidden songs.
destinava-se ao uso único da inscrição de canções, projectos de canções, retalhos de canções... merdas várias relativas a canções.
este título tem uma origem e causa precisas (e óbvias), evoluiu para um marasmo de inacção, passou para um título muito cool (povídki z depresse, zapomenuté songy), perdeu-o e agora é como se o não tivesse.

mas a questão é que, agora, ficou completo um diagrama que, até há pouco tempo, permanecia indecifrável: a afinação para guitarra em sol aberto, para eu poder dar algum uso ao meu "bottleneck".
agora é só tentar reproduzir as circunstâncias que tornaram o diagrama indecifrável (arabescos ilegíveis com linhas verticais, estranhamente paralelas, fruto de intoxicações várias e em simultâneo (escrevi sobre quantas e quais algures. se não está por aqui, estará)) e começar um novo mundo.

e todos os novos mundo são-no de promessas e desilusões, sonhos e tristezas...
uma espécie de ciclo insidioso.

memórias do proletariado

highlight of my show

I've got to save the world, liberate
Eat the food that's on my plate
Recycling is really great
Whatever I can do
To get in bed with you

I'll be a Marxist, a Communist
A pacifict, an anarchist,
a Democrat, Red, white, green or blue
Whatever I can do
To get in bed with you

I never knew I gave a damn
Until you told me who I am
And what to do
Whatever I can do
To get in bed with you

'Cause I know war is bad and love is really good
Taking a stand starts in your neighbourhood
I do the best I can just like you say I should
The ones who make a difference are few
So what can I do
To get in bed with you

I'd love to hear your world peace plan
Why don't you tell me in my van
We can discuss Camus
Whatever I can do
To get in bed with you

I've got to change my mind, masticate
Use condoms when I fornicate
Until I hyperventilate
Whatever I can do
My balls are turning blue

I've got to save the world, liberate
Eat the food that's on my plate
Recycling is really great
Whatever I can do
To get in bed with you

What I can do
To get in bed with you
What I can do
To get in bed with you

afinal eu não toco mal, o pessoal é que bebe pouco...

2008/02/18

mp3playerbuzzin'world

este modo de random-all ainda me vai provocar danos irreversíveis:
... springsteen, bananarama, irmãos catita, peter gabriel, tito and tarântula, cocteau twins...


rã damme-ól


nota mental: averiguar se tensão erótica pode ser transformado automaticamente am tesão, mantendo-se uma certa similitude de sonoriade (sonoritude?), com economia de meios...

extra

fiquei hoje a saber que a primeira mulher a colocar a língua na minha boca (acho que retribuí a gentileza) está desaparecida há 3 meses.

not funny

o ovo público está cheio.
está cheio de público.
está cheio que nem um ovo.

acid-gag, double barrel

vi um rapaz de camisola verde,
boina marujo ao lado,
negra madeixa ao vento,
e disse-lhe, antes de disparar sobre ele:
- querelle d'um cabrão, SLB forever!
* * *
vi um zilidiano verde,
loira tesuda ao lado,
gueixa morena ao vento,
e disse-lhe, antes de disparar sobre ele:
- fuga de cérebros? NOT!!!

un dernier verre pour le xamã

uma vez li um livro.
o título desse livro era "melville" e relatava a vida de um grupo de sobreviventes de uma guerra de extermínio (nuclear?) que tudo e todos devastou. não me lembro de mais nada em relação a este livro, mas...
estou, de novo, no bar do costume, neste período de implantação de leis anti-tabágicas. estou sozinho. sinto-me sempre sozinho aqui, mas nem sempre tenho a noção disso.
ouço jorge palma. ouço as vozes na minha cabeça. penso que ouço a televisão que domina, pela elevação, o espaço.
decidi perder peso, única decisão do fim de ano. nada de muito elevado ou ____________ pois, pela primeira vez desde que me conheço como gente, não recebi um único livro no natal.
mas nem sempre as coisas foram como agora são, pois:
- uma vez li um livro.
- este bar já foi encantador.

(...)

reli, mais alcoolizado, este texto. o livro fez-me lembrar de outro livro: moby dick. não tenho a certeza, mas deve ter a ver com o autor ou isso.
afinal:
- duas vezes li um livro
ou
- uma vez li dois livros
(duas vezes li dois livros já me parece um exagero... se assim fosse ou tivesse sido eu seria quase um intelectual)

benfica 14

"the buffalo's belly was covered with ticks."
...
a ba-rri-ga do bú-fa-lo es-ta-va co-ber-ta de bu-ra-cos de ba-la... de me-tra-lha-do-ra.

riscar o que não interessa

na curva daquele dia
em que tudo concorria para nós
de nós dois só eu sabia
do convite/despedida em minha voz.

R.I.P.

esticando o braço abres a cortina
eis-nos em banho de sol, horizontais
agora já não somos animais
tu és só pastel, eu trebentina

deitados na cama morna antes ardente
cumprimos todo o tempo matinal
pagámos o preço do ritual
inânimes, descarnados, já não-gente

se há um torpor que sai algo há que fica
num amplo fundo ficam os sinais
sanguinamente distintos dos demais
batimento que em batendo vivifica

fechas de novo o sol fechas a rua
procuramos os bocados capitais
que como mantimentos são vitais
voltando ao que em ciclo continua

música com tomates

seca...

hoje disseram, na rádio, que se devia evitar o túnel do rego...

2008/02/13

nibbled song

it´s getting dark... too soon... a threatening silence...
surrounding me... a wind comes up from the islands...
distance fades to stormy grey
washed out from the deep of the ocean
here i will stand to face your wrath...
while all the others are praying

calm down my heart... don´t beat so fast...
don´t be afraid just once in a lifetime
no rain can wash away my tears
no wind can soothe my pain
you made me doubt, you made me fear
but now i´m not the same

i don´t pretend that i love you
´cause there is nothing left to loose

and when silence comes back to me
i find myself feeling lonely
standing here on the shores of destiny
i find myself feeling lonely
i had a life to give... many dreams to live...
don´t you know that you´re losing so much this time
beyond the waves... i will be free
while all the others are praying

the love in you, it does not burn,
there is no lesson you can learn
and there are sounds you cannot hear,
and there are feelings you can´t feel

i don´t pretend that i love you
and this time i´m not scared of you

half

2008/02/12

sans titre

medimos de modo diferente a distância entre nós:
eu penso no caminho que me leva a ti.
tu pensas no caminho que a ti me leva.
ambos nos avaliamos pela destruição que provocamos. seremos, eventualmente, actos de deus, como dizem os americanos.

marcamo-nos a quente.
soltamo-nos ao sol.

microstória XXVII

estava feito. agora bastava esperar.
dentro de poucos minutos sentir-se-ia sonolenta a um ponto irremediável.
com esta agudeza de pensamento, levantou-se com urgência, pegou no bidão de gasolina e dirigiu-se para o berçário.

jah me dê ânimo...

projecto para canção cool-mood:

you got dread-locks
on your soul.
your blood is red,
green and gold.
your west is african,
your whiteness jamaican...

(inserir algures:
you get zion from your dealer...)

mass-media

"cristo está a entrar no alentejo"...

curioso. um oficial general espanhol apresentou (recentemente) um trabalho de investigação de tema "como invadir portugal em 24 horas"... também entrava por aí.

copy-cat

polícia municipal de viseu:
o critério para a promoção é o número de multas que são passadas.

aceito plenamente o ponto de vista. vou passar toda a gente, que eu sou um subversivo...

(they sentenced me to 20 years of boredom, for trying to change the system from within...)

e os peripatéticos?

nó nó lé tá,
nó nó lé tá,
per amarti,
nó nó lé tá...

2008/02/07

bori-glória


almost random pic

moore

eu consigo fazer assim (...) com a língua... e qualquer coisa sobre pêlos nas falanges.

...con los caballos. seguro que se fué com los caballos...

exercício:
fazer um garrote no braço esquerdo e apertá-lo adequadamente.
e não fazer mais nada, ficar apenas, ali, a represar sangue.
nada de coisas mais de alguidar que implicariam idas a lugares estranhos para fazer negócio com pessoas estranhas. apenas a sensação de iminência contimentada. e pensar que o riso sobre expressões parvas do género de, sei lá, "iminência contimentada" é das poucas coisas que não incomodam os outros...

... olhar a cal na parede, cerrar o punho com força a cada pormenor que, na teia de aranha no vértice do tecto, se torne perceptível. respirar fundo demasiado fundo na tentativa de encontrar amigos distantes no bafo (bafio?), no hálito...

fingir que alguém chama e responder alto: vou já!... 5 minutos, foda-se!

"os gelados da infância de laranja e ananás (nem todos os putos da aldeia tiveram uma infância assim frutada) custavam vinte e cinco tostões..."
o que é que são vinte e cinco tostões hoje em dia?
pois, o dinheiro vale cada vez menos. não é isso.
não é isso... desde que apareceu o euro que eu não sei dar um valor adequado ao dinheiro. sinto 1 euro a valer 100 paus.
pareces um velho...
achas que um velho tem veias destas? ou sangue deste, já agora...
estás velho.
(os formigueiros que se formam nos sopés dos vasos dilatados e salientes ficam mais bonitos (ambos) se se imaginarem diálogos com eus que, sentados na cama e numa posição como que a tentar impedir que o calorífico eléctrico se projecte sobre si próprios, nos olham genuinamente interessados. não em nós, naquilo que vêem. no próprio acto de ver. muito interessados, deste modo, também os que fingem detectar polícias paisanos no passeio do outro lado da rua, traídos neste gesto pelo cigarro distraidamente luminoso que levam pendularmente à boca para aspirações longas... expelir fumo pelas narinas com força...

nada de objectos cortantes.

... tentar perceber qual o mecanismo mental que nos faz ligar o adjectivo frondoso a objectos em cetim...

pensar que os discos têm muito mais classe que os cds. permanecer em silêncio...

aliviar o garrote pensando que a fita-cola não é, facto comprovado pelo corte da tesoura numa zona com a pele mais sensível, o melhor recurso para... cumpre.

escrever qualquer coisa sobre isto.

2008/02/06

ouch!!

...
C D G C
I just want to sail away from it all
D G C
Freedom is impossible, this I..... this I know
D G C
I can’t find it in no bedroom or whatever it is I’m running high
D Em Am Em Am
I never did find it....by anyone’s side
...
"sail away", madrugada (excerto)... gosto e não gosto de tocar isto.

mood

2008/02/05