desde sempre tentei perceber como as coisas me aconteciam, porque me aconteciam, o que poderia eu fazer acontecer (isto menos).
os meus registos sobre as experiências com drogas, de todos os tipos*, fazem-me rir até chorar...
vão-se tornando incompreensíveis, ilegíveis.. fazem-me sempre lembrar um documento muito abstracto (uma preparação de serviço industrial) elaborado pelo A. enquanto ele ia adormecendo: as letras começaram a borrifar-se nas linhas, assumindo uma mancha gráfica de um movimento ascendente e em contínua redução das letras, até se assemelhar a uma espécie de carreiro de formigas a dirigir-se ao infinito, dado que as letras acabam por sair da folha de papel.
tentei, pelo menos, memorizar, reter, para depois registar... sem sucesso.
o propofol não dá hipótese!
fica a leve frustração da saber que a moca andou à volta de alunos indianos numa sala de aula. que vida tão triste, em que o trabalho se entranha nos desvarios químicos no cérebro da pessoa.
ficou a anos-luz das cores e motivos da experiência análoga na infância.
também ficou a ideia de que talvez seja melhor explorar o potencial de alpiarça... esperando que o pai do francisco não seja para aqui chamado.
* - de todos os tipos por mim experimentados. não experimentei (nem quero) todos os tipos.
citação avulsa da internet:
michael jackson insistiu. queria o seu "leite". era assim que chamava ao anestésico propofol, por causa do seu aspecto esbranquiçado e leitoso. às 10h40 do dia 25 de junho de 2009, o clínico administrou-lhe o propofol por via intravenosa. pouco depois, o "rei da pop" (nunca concordei com este epíteto) estava morto.
de facto é leitoso, sim.
mas o que me ocorreu foi uma frase que, na última vez que a ouvi, provocou resultados consideravelmente negativos: drogava-se injectando-se com a seringa das farturas.
leite é um termo tão rico em significados. um autor de que não me lembro o nome chamava mel a secreções vaginais específicas.
a "terra do leite e mel"... e quem vai ao mar havia sem terra.