2006/12/31

fuck '06

hoje é o último dia do ano, o que significa que não é o último dia de coisa nenhuma e, por outro lado, é o último dia de hoje.
o cocktail de problemas mentais que é o autor deste blog deseja para 2007: (completar as frases com a expressão "um ou dois visitantes deste blog")
- saúde para mais do que...
- sete maços de notas de 500 euros para, pelo menos,...
- muitos meninos para...
- ir para a cama com...
- que conheça a sua alma gémea...
- uma rinoplastia para...
- ser tão inteligente quanto...
- que seja oferecida uma época de férias em paraíso tropical a...
- que lhe seja explicado de modo perceptível o que é o amor por...
- ouvir em confissão...
- ver no link "prazeres"...
- ter uma vida mais normal como...
- ouvir dizer que foi feliz em 2007 a todos excepto a, se calhar, e isto é uma possibilidade remota,...

hemorragianasal

eu sabia que a prima do diogo estaria lá e também sabia da sua tendência para fazer cenas. definitivamente a noite não me estava a correr de feição, apesar de nas minhas feições correr qualquer coisa...

claro que toda a gente se voltou para a porta. é sempre assim quando tu entras nas salas...
- o que é isso?.. - perguntaste.
- é uma espécie de rolha feita de guardanapo de papel... estou a esvair-me... - "estou a esvair-me" é uma bela frase, pensei.
(gargalhada) - lá se vai o teu estilo...
- é perder o estilo ou ficar sem pinta de sangue...
- tens sangue no fato - rosnaste.
- isso sim, é uma fatalidade.

it's my blog anyway

2006/12/29

details

há uma grande diferença entre a linha melódica da canção tainted love, dos soft cell e a da canção seven nation army dos the white stripes. ora vejamos:

tainted love:
tatata, tata, tata, tata, ta, ta, tata, tata, tata, ta, ta...

seven nation army:
ta, tatatata, ta, ta,
ta, tatatata, ta, ta...

2006/12/27

shopping-center lunch, XXXIV

a empregada do restaurante(?) de fast-food tem um rabo a condizer.

inexorabilia

há um todo que respira além de ti,
numa semi-asfixia de veludo
com um bafo funerário de jasmim,
há uma canção que diz o nós só para ti.
há aquilo que sabemos, e contudo...
tudo é ermo em cada um que é assim.

quando o demónio me toma de ponta

cada recusa parece um convite
cada miragem parece ao alcance
cada viagem parece em transe
cada silêncio parece dizer sim
cada atrito é lubrificado
cada vício é subsidiado
cada sombra parece confortável
cada impossivel parece provável

2006/12/26

2006/12/18

barreira de coral

e se alguém se lembrasse de sequestrar, para fazer deste um natal diferente, o coro infantil de santo amaro de oeiras e usasse os reféns como escudo humano?

bidi rectional

nunca pensei que isto me pudesse acontecer: a única coisa interessante que me podia ter acontecido hoje aconteceu e eu não previ que me pudesse acontecer.
está bem que era só um jantar, nada demais, só assim uma coisinha de nada... como se isso, comigo, pudesse existir...

a escolha é uma ilusão criada por aqueles que detêm poder para os que o não têm.

crisp

claro que gosto!
o prazer que me dá é imenso.
não se nota?

mas não te amo o suficiente para voltar a submeter-te a isto!

íngreme

os contorcionismos impostos pela tua sombra
são menos do que movimentos.
a cada batimento
a cada hora
a cada grito de todos os campanários.

2006/12/14

super-bock

cordão dunar

vais ver que um dia destes o mar ainda vai chegar junto da tua casa.
os falesianos que lutam contra o impossivel ir-te-ão dizer coisas que, hoje, te fariam corar.
percebo-os no seu esforço inglório, pelo que ele tem de inglório.

no meio disto tudo, eu estou do lado das dunas que, afinal, foram à sua vida. toda a simbologia da água é ilustrativa. a força do mar, o curso absurdo de um rio, tudo são purificações porque impedem a permanência.
fixar é matar.
mas é impossivel viver em deriva absoluta.
logo, viver é morrer, em absoluto. não é morrer devagar, um bocadinho a cada parcela de um tempo convencionalmente compartimentado.

e estas palavras são tão absurdas quanto tudo o resto.
a vida que nos resta é, por definição, um resto.

vicious circle blues

i should have told you
forever was just 'til dawn,
but i gotta move on.

it would take a minute but
it took us all night long,
but i gotta move on.

we were so weak
what we had was strong,
but i gotta move on.

we could enjoy
the rightness of wrong,
but i gotta move on.

i refuse to replace
good-bye for so long,
but i gotta move on.

...

in my life of plenty,
i live what i lack,
so i keep coming back.

taxa de natalidade

ocorre-me, enquanto vejo o marco paulo a beijar um homem que expressa a sua emoção naquela metade do corpo que o avc lhe deixou expressiva, que todos aqueles envolvidos no natal dos hospitais (artistas, apresentadores, produtores, realizadores, espectadores...) deveriam pagar um imposto.

cabana dos parodiantes

as mesas, estando em diferentes planos, alinham-se lado a lado.
a senhora do jipe entra e vê as amigas na masa adjacente à minha, onde eu lia, fumava e bebia, enquanto decidia se começava a digestão do almoço... (estava a ver intermitentemente o natal dos hospitais na televisão, e tinha-me ocorrido que o emanuel era capaz de manter aquela expressão facial mesmo que estivesse a ser sodomizado com um exemplar de uma espécie exótica de cacto).
o assento à minha frente e estava vazio: óptima posição para que ela se instalasse e dominasse a conversa com as outras.
- posso?
- faça favor, minha senhora, fique à vontade. a senhora cheira bem e eu nunca mordo às quintas-feiras.
após o calafrio inicial, instalou-se.

2006/12/07

drivin' to work

procuro o habitual serviço da estação
enquanto reparo nas ruínas topless. imagino-me a viver numa casa sem telhado.

adiantemente penso em nada enquanto esvoaçam insultos
no ar ainda húmido: você viu este cabrâo?
respondo-lhe que não (enquanto na estação de serviço passa a canção do godinho "o ás da negação"), que nunca vi um cabrão,
ainda que admita a possibilidade de já ter sido visto por um.

oriento o pensamento para a ideia de ironia ao mesmo tempo que a mulher do cabrão começa a chorar desdentadamente olhando a chapa do automóvel com matrícula deste ano.

lembro-me mais ou menos disto na ponte sobre o rio.
sobre a ponte no rio. julgo ver um corpo a boiar mas não confirmo o julgamento... ainda acabava multado pela polícia.

durmo o resto do percurso, até que a praça de touros me anuncia ao que vim: se não houver gajas com quem conversar, talvez carape. e umas aulas e umas coisas.

elevation

- que barulho foi esse?
- nada.
- o que é que tu fizeste?
- não foi nada.
- diz a verdade...
- fiz merda, pai... fiz uma merda do caraças.

women

2006/12/06

destas coisas geniais não faço eu...

"BOSCH É BOM."... tudo bem - slogan catita, eficaz. um fulano que faz isto só tinha de ser bem pago.
mas um mesmo talento diferente se revela em:
BOCHE É BROM!

o o'neil é que era!

encaste

houve alguém que gostou do poste "phalta".
gostei disso.
parece que gostou ao ponto de o citar.
também gostei disso.

atirei o pau a quê?

sometimes i feel i gato get away,
i gato run away...

don't touch aí please, ai cannot stand the way you tease...

2006/12/05

porque haverá uma hipótese remota, eventualmente vazia e absurda, de a vida não ser vazia e absurda...

feelings...
nothing more than feelings...

feelings, o, o, o, o, o, feelings...