vais ver que um dia destes o mar ainda vai chegar junto da tua casa.
os falesianos que lutam contra o impossivel ir-te-ão dizer coisas que, hoje, te fariam corar.
percebo-os no seu esforço inglório, pelo que ele tem de inglório.
no meio disto tudo, eu estou do lado das dunas que, afinal, foram à sua vida. toda a simbologia da água é ilustrativa. a força do mar, o curso absurdo de um rio, tudo são purificações porque impedem a permanência.
fixar é matar.
mas é impossivel viver em deriva absoluta.
logo, viver é morrer, em absoluto. não é morrer devagar, um bocadinho a cada parcela de um tempo convencionalmente compartimentado.
e estas palavras são tão absurdas quanto tudo o resto.
a vida que nos resta é, por definição, um resto.
2 comentários:
1ª reacção: os gregos foram do “caraças”.
2ª reacção: tu és do “caraças”.
quanto ao “resto” que nos resta: sempre pleno de gargalhada ou lágrima é o que exijo, ("esticadinho" até ao limite). Mas isto é exigência de quem deve ter cristalizado.
bj
queres tu dizer que nada mais temos senão o que nos resta, uma fracção, um entretanto, um logro, um encantamento, e, no entanto, parece-me, foi sempre um resto tudo o que tivemos...
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