hoje sou suplente. é bom sê-lo, nestes casos.
sinto-me como se um combóio tivesse passado por cima de mim (ou uma manada de bisontes ou as 11000 virgens)... o fim de semana está, agora, a cobrar.
comecei a comer uma maçã, coisa que quase sempre me dispõe bem. sinto-me bem. fui há pouco levar umas galinhas lá abaixo. atirei-as para dentro do fosso dos crocodilos e fiquei só um momento a vê-los a tomar o pequeno-almoço... parecem crianças.
estou na ex-sala de fumadores, no sítio do costume: o que tem vista para todas as mesas desta e da outra sala. reparei há bocadinho (17 minutos) que T. tem uma t-shirt curta e ostenta um fio de pilosidade escorrente do umbigo e que deixa a superfície para mergulhar logo abaixo de uma fivela com pequenos brilhantes. desde há bocadinho (23 minutos) que penso nesse facto sem saber o que pensar.
constato, mais uma vez, que R.A. é simplesmente en-can-ta-do-ra. elegantíssima na forma como se move naquele espaço, como fala, como ajeita o cabelo... no outro dia estivemos a conversar animadamente. a dada altura pediu-me "um segundinho" e dirigiu-se ao mimo, levando o extintor. após o golpe, rápido e seco, deste objecto na nuca do mimo, regressou, sorrindo do meu rosto que expressava uma reprovação obviamente fingida. ligou para a extensão número 12 e disse "podem vir"... só uns minutos depois se dignou a atirar-me, com um sorriso diferente e carregado de promessas, pelo relexo do espelho, um "o senhor doutor não sabe disfarçar"...
acho que vou tomar um café...
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voltei e sinto-me menos bem. tenho uma ligeira tontura. cravei um gauloises non-blonde... demasiado forte para esta hora matinal. mas a conversa foi boa. aliás, qualquer conversa que inclua frases do calibre de "meu caro, eu tinha-o já informado que esse tipo é um excelentíssimo filho da puta..." é coisa interessante.
dou uma vista de olhos pelas pessoas... L. trabalha nuns textos para a tese de mestrado. mostrou-me umas coisas interessantes, há dias. vou deixá-la sossegada, a tomar notas, na sua mesa cheia de papeis. acho piada à indiferença com que ela se passeia pela sala, da mesa até à impressora, com os seus gloriosos rolos ainda no cabelo, ajeitados numa redezinha de cor lilás.
eventualmente isto seria coisinha para merecer um post próprio, mas não há problema: ontem, fingindo não saber soletrar a palavra "metamorfosear", escrevi metaformosear... a existir (se calhar existe, mas não sei), este verbo significaria qualquer coisa como "tornar algo mais belo do que a própria beleza"...
ver moças formosas
subam à idanha
até as silvas dão rosas
agora estou irritado. o tipo acabou por fazer a participação. participou de mim por eu ter gravado no ácer junto do pavilhão um coração atravessado por uma flecha com a indicação "M+J". já no outro dia me chamaram a atenção para o facto de eu ter deixado a pãodeforma estacionada em cima da relva...
não há condições para continuar. vou ao meu cacifo buscar mortalhas e já volto...
2 comentários:
viste por aí o woody allen?
no outro dia andava à tua procura...
hoje sou transparente e não sei se é bom sê-lo...
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