2008/04/28

2008/04/25

blog or no blog

nada a dizer!
este post serve para dizer que não tenho rigorosamente nada para dizer.

cansaço ou pura falta de vontade, falta de ideias, falta de pensamento, falta de vida... não interessa.

não me apetece não me apetecer nada, mas calha-me.

2008/04/09

corpanzilla

às vezes apercebo-me que as pessoas têm corpo. reconhecer às pessoas um corpo não é fácil, implica uma noção muito clara de que aqueles que nos rodeiam vivem através desse mesmo corpo.
comunicar é, quase sempre, uma união, melhor, um contacto entre espíritos, mesmo que se utilize linguagem gestual ou se traduzam expressões em mensagens mais ou menos claras.
de facto, neste sentido não é possivel viver vicariantemente.

G., por exemplo, humedecia os lábios antes de me dizer algo mais complicado ou desagradável. fazia-o quase sempre, mas só agora tento imaginar o conjunto de sensações que levarão alguém que não eu a humedecer os lábios. G. humedecia com a língua os lábios enquanto pensava. Não faço a mínima ideia se a minha opinião de que ela é uma pessoa inteligente não se alicerçará mais no prazer de a "ver" pensar do que no pensamento propriamente por si expressado.

as dores dos filhos doem mais porque são deles.

ao meu lado, uma mulher apanha o cabelo num rabo-de-cavalo... maravilhoso o mistério de que pressão se sente na nuca, de que controlo dos dedos (tendões, músculos...)...

quantas pessoas terão estado a falar comigo com o incómodo de uma etiqueta espetado na base do pescoço ou no flanco.

roupa íntima...

o meu colega não pode chegar ao trabalho à mesma hora a que eu chego: anda com dificuldade por motivo de acidente.

o corpo visto não é o corpo vivido.

ever


talvez aqui...

os beirut vão a uma sala muito cool, numa cidade muito cool...

May 22, Commodore Ballroom, Vancouver, BC

2008/04/05

personal achievements

incluem-se nesta pequeníssima e mui restricta categoria coisas como "tarte de delícias do mar com alho francês" ou "bifes de perú recheados" ou "arroz doce cremoso" ou olhar as pessoas nos olhos.

2008/04/03

macro-micro-estória

era uma vez um búzio dentro de um copo.
estes objectos haviam sido depostos sobre a mesa apressadamente e, posteriormente, abandonados, não sem antes o artista ter, num acto de ternura surpreendente, colocado um dentro do outro.
mário olhava agora com interesse para o recipiente de vidro e o seu exótico (lembremo-nos de onde estamos) conteúdo. estivera até então muito mais atento ao papel enegrecido pelos anos e pelo pó que se encontrava sob o peso do conjunto, como se de um pisa-papeis se tratasse, e que assim era impedido de cair da escrivaninha alta. mas agora, sob a luz do sol do deserto, ainda intensa apesar de coada pelo vidro sujo da janela, aquele búzio aparecia e revelava-se como uma jóia por, entre outros motivos, um capricho de refracção...
- o que é raro é, quase sempre, precioso, disse para consigo.
o acordar de um motor lister a diesel (martinho, pai de mário, tinha aquele tractor desde sempre) alertou mário da urgência de sair dali...
enquanto subia para o guarda-lamas do velho john deere, mário tenta ainda, pela últma vez:
- devíamos pegar fogo à cabana...
a nuca de martinho estava à altura dos olhos do seu filho e tornou-se momentaneamente um apetecivel alvo para uma machadada, em resposta à indiferença do seu portador. martinho conduzia sem pressas. no entanto nada de visivel aconteceu, tão só um apertar com a mão o pequeno objecto que mário escondia no bolso das calças.
mário não se voltou para trás uma única vez.

2008/04/01

as it was me



je joue ça aussi mais je m'engasgue au français