2015/07/27

sonetttto

daquilo que o mar não me trouxesse
além de pedrarias, bugigangas,
e que vivesse eu no que faltasse
ainda que aquém do que esquecesse

que à tona do tempo aflore agora
reconhecida voz em quem a escuta
anunciando a alma devoluta
amputada em ser, ave canora

das eternas delícias e encantos
alheias à vivência sempre e agora
ainda que o mesmo mar mas entregasse

apenas ficam meus e alheios prantos
em lamento de tudo e da demora
da vinda de outro mar que me levasse

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