2008/09/29

lei portoghese

Show at the Ritz- An incredible surprise waits for the band walking into a show where the stage manager treats us like true professionals, a sound-man who takes the two ukuleles and riff raff instruments (djimbae where a floor tom is supposed to stand, trumpet where a distorted marshall amp should have been) quite seriously. Return to the venue after half an hour to discover he has magically mic'd our instruments into perfection, amazing sounds. Sound man is hoisted on shoulders and showered with kisses. ...Show....All runs smoothly. New songs are played. Beirut signs autographs for Portuguese visitors outside. Shy Italians hide in the shadows. A thousand guitar bands play the same distorted guitar chord. God sends a plague of locust.

retirado de www.myspace.com/beirut

o crime, quando irrelevante, não compensa

"Ganhe dinheiro com o seu blogue
Faça com que o seu blogue compense, colocando anúncios relevantes através do Google AdSense."

blow me once, me twice, three times a lady.


alcatra vazia

é o olhar.
o modo de olhar.
o costumeiro macho olha e avalia mamas, rabo, pernas...
eu olho para os olhos e o modo como esses olhos olham para o mundo.
se olharem para mim (coisa que, diga-se, até acontece), melhor.

há olhares mais passivos, outros há mais activos. dos passivos convém saber quais em emboscada, dos activos eliminar sem mais os que em cálculo.

(a desenvolver...)

pinus pinus

andava por aqui um tipo a roubar pinheiros...
andava:
encontrou um conífero marado que decidiu vender cara a vida. ajudado pelo motosserra do prevaricador, atirou-se para cima dele e matou-o.
os tipos do tribunal, à mesa do almoço, acrescentam o rigor dos dados da autópsia - "esborrachado por um pinheiro".

confissão XLXXIII

o meu herói favorito é, desde há muitos anos, Arnaldo Figurante.
cfr crónica dos bons malandros, mário zambujal

moi non pluvio

insistentemente, continuam as goteiras a fazer-me lembrar o dia em que choveu a sério.
choveram água e sorrisos, que tanta falta faziam ambos.


jack kerouac:
Belief and Technique for Modern Prose, a list of thirty "essentials."
  1. Scribbled secret notebooks, and wild typewritten pages, for your own joy
  2. Submissive to everything, open, listening
  3. Try never get drunk outside your own house
  4. Be in love with your life
  5. Something that you feel will find its own form
  6. Be crazy dumbsaint of the mind
  7. Blow as deep as you want to blow
  8. Write what you want bottomless from bottom of the mind
  9. The unspeakable visions of the individual
  10. No time for poetry but exactly what is
  11. Visionary tics shivering in the chest
  12. In tranced fixation dreaming upon object before you
  13. Remove literary, grammatical and syntactical inhibition
  14. Like Proust be an old teahead of time
  15. Telling the true story of the world in interior monolog
  16. The jewel center of interest is the eye within the eye
  17. Write in recollection and amazement for yrself
  18. Work from pithy middle eye out, swimming in language sea
  19. Accept loss forever
  20. Believe in the holy contour of life
  21. Struggle to sketch the flow that already exists intact in mind
  22. Don't think of words when you stop but to see picture better
  23. Keep track of every day the date emblazoned in yr morning
  24. No fear or shame in the dignity of yr experience, language & knowledge
  25. Write for the world to read and see yr exact pictures of it
  26. Bookmovie is the movie in words, the visual American form
  27. In praise of Character in the Bleak inhuman Loneliness
  28. Composing wild, undisciplined, pure, coming in from under, crazier the better
  29. You're a Genius all the time
  30. Writer-Director of Earthly movies Sponsored & Angeled in Heaven

sublinhados meus.

there comes a moment in life...

"... now I've become so decadent and drunk and dontgiveashit. I'm not a Buddhist any more."
jack kerouac

2008/09/24

não, não quero ser agente da oriflame

alguém apresentava hoje uma explicação interessante para o aparecimento de algumas bandas postpunk (de onde e depois de) de que gosto (the smiths, the stranglers, joy division...)
- quando anda tanta gente e por tanto tempo a dizer "vai-te foder" é natural que, mais tarde ou mais cedo, apareça alguém a dizer "estou fodido"...

descortinar...

há muitos, muitos anos que eu não dormia com a janela desimpedida. desde há muito que convivo (sem, de facto, saber viver com isso) com obstáculos vários que me impedem o mundo matinal.
agora há um rectângulo de luz que se dá. repetidamente.

não se pode dizer que eu seja pessoa para fazer planos, que deseje o dia para x ou y. também não estou interessado em ganhar o dia. ganho-o logo ali, naquele momento.

sou-me naquele minuto em que vejo a rua sem a conseguir perceber, o mundo visto de fora...
conversava há dias (ou foi há muitos anos? as sombras...) sobre meditação e da minha suposição de que a disciplina inerente me seja impossivel.

meditar deve ser como aquilo, como aquele minuto ou dois...

as minhas analogias impressionam-me sempre desde que, abalançado com o recente estatuto de ser sexualmente autosuficiente, disse ao padre zé que talvez o céu fosse uma espécie de orgasmo eterno.

maybe a shallow brave

2008/09/22

my kids built tetractys


provavelmente a melhor fotografia do verão 2008...

update

este sítio contém, a partir de agora, uma playlist com música de qualidade.
pode bem ser a única coisa com qualidade por aqui.
encontra-se mais ou menos na zona do joelho direito de utilizador.

nota para A. :
bien-venue.

2008/09/17

estado de choque

(as frases que seguidamente se apresentam em itálico foram proferidas com um entusiasmo contagiante. ainda não recuperei completamente)

o outro - jesus cristo foi o maior pedófilo que já viveu...
eu - foi?
o outro - sim, porque, etimológicamente, paidos e filos... amigo das crianças.
eu - sei...
o outro - não, espera!... jesus cristo era pederasta!

in memoriam

(contém, por Vavelment,imprecisões. contém remuneração humana*, por Júpiter.)

olissipo, MCMLXXXIX


no alto daquela antiga avenida passeiam as moças da noite
e vão atrair ao meio das pernas os olhares que passam
..., essa entente.

profunda reflexão sobre isto e o mundo em geral:

no meio é que está a virtude.

pela boca morre o peixe.

quem vê escolhos não vê corações.

tudo o que sobe tem que descer. (jusq ici tout va bien. límportant c'est pas la chute, cést l'aterrissage, in filme francês).


* (não ler)
- quanto ganhas por hora?
- ó pá, nem sei... o relógio ca minha madrinha me deu é dos antigos e eu tenho uma certa dificuldade a ler remuneração humana.

inportant lyrics

chiaroscuro
























a parede é escura.
encontra-se revestida de uma película suja e áspera.
é necessário um esforço considerável para tomarmos conta disso, de tanto conhecermos este tipo de superfície.
sim, pode dizer-se que estamos habituados, mesmo sabendo que uma pessoa nunca se habitua...
uma das razões, eventualmente a razão principal, radica na incontornável surpresa que as fendas, num primeiro contacto, sempre nos provocam.
sabe, no curso de formação ninguém nos preparou para este tipo de coisas. as fendas jaziam sob um manto de desconforto muito grande, quase total, por isso evitava-se falar disso. um professor fez uma referência às "ditas fendas" que não provocou grande consternação... ninguém, nem acima nem abaixo na cadeia alimentar, o respeitava muito, apesar de haver um certo consenso de que seria uma pessoa inteligente...

não, nem pensar nisso, não... estou longe de ser um especialista em fendas! apenas não me fazem tanta impressão quanto aos meus colegas, mais novos nestas andanças... a música enerva-os, o perfume a limão e hortelã, esse então, deixa-os doidos ao ponto de irromperem pela sala das inspecções numa gritaria... eu não sei se é do meu temperamento, mas nunca me custou assim tanto.
fez agora dois anos, um estagiário disse-me que tinha visto uns raios de luz estranhos (estava tão nervoso que nem conseguia dormir. tinha metido baixa médica) serem projectados através da fenda, criando manchas coloridas na outra parede do corredor. isso mesmo, pro-jec-ta-dos. todos sabem que as luzes e cores existem na fenda, o que implica que para ela se se olhe directamente, prática veementemente desaconselhada nesta instituição.
ele estava realmente perturbado, por isso achei melhor não lhe dizer que eu próprio tinha sido já testemunha desse tipo de fenómenos.
eu nunca fui ambicioso e, digo-lhe com sinceridade, até nem desgosto de fazer isto. os meus colegas elogiam-me, "abnegado e responsável" dizia o último relatório.
nunca nos habituamos completamente a isto, mas confesso-lhe que as fendas até me distraem, agora que andamos com uma certa falta de pessoal... qualquer dia até vou deixar de oficiar pedidos ao centro de recrutamento, do outro lado. este é um trabalho que alguém tem que fazer e eu até nem me importo.
não me custa.
até gosto.



























as fotografias apresentadas são da autoria do tipo que coisa este blog. do mesmo modo que se rapina alegremente (os cites são mais elegantes do que as citações) por aqui, também se adopta a atitude de se estar nas tintas para o que outrém possa fazer com este material.

i'm sorta somethin' else

arabic namez

fóriz, a jolly good fellow
fóriz, a jolly good feloow
fóriz, a jolly good fellow
na, na, na, na na, na...

summer highlights and other shit

power


belvedere


freedom XXXVII

mun



not emplastros





2008/09/15

para ti, N.

fiquei hoje a saber que tinhas morrido. disseram-me que foi uma daquelas coisas galopantes mas que nos dão tempo para pensarmos muito sobre o que está a acontecer mas que, suponho, não nos dão tempo para percebermos como lidar com isso...
lembrei-me de muitas coisas que fizémos, das gargalhadas, do facto de nunca termos sido muito próximos mas de, apesar disso ou por causa disso, sempre nos termos entendido bem.
lembrei-me do teu inalterável penteado e de como te ficava bem, das tuas sobrancelhas, do teu sorriso que eu sempre, elogiosamente, qualifiquei de literário, numa linha miller/nin.

os "passeios pelo campo, em áfrica" eram a nossa private joke, desde aquele dia que passámos juntos, ironicamente, por causa de uma cama de casal.

lembras-te de quando, no bairro alto, beijaste a E.? eu nunca te disse, mas a questão não era se ela era mais bonita do que tu (que era, eu disse-te)... o que se passava era que tu eras outra coisa.

também queria dizer-te que continuarei a recordar-te do mesmo modo. provavelmente pensarei mais em ti do que tenho feito... eu também ainda não tive tempo para saber como lidar com isto. fiquei a gostar menos do mundo, hoje.

2008/09/10

still more to come...


esopo na brasa

era uma vez um porco...

era uma vez o meu cunhado...

o meu cunhado tinha um porco arraçado de javali que andava à solta num campo com outros porcos não arraçados de javali e lá andavam contentinhos da vida até ao dia em que o porco arraçado de javali se lembrou de forçar o muro da propriedade e fugiu até que foi encontrado mas mais tarde fugiu outra vez e foi mais difícil de encontrar porque o pessoal andou muito tempo à sua procura o que fez com que o meu cunhado perdesse a paciência e lhe tirasse essa irritante mania (fugit mania) na semana seguinte e foi remédio santo e definitivo.

avis (no cars for rent)

- acho-lhe piada, sabe?
- porquê?
- acho muito giro o facto de viajar sozinho com os seus filhos...
- já o faço há anos...
- são seus filhos, certo?
- sim. são.
- os dois?
- ambos, sim. mas os genes foram distribuídos um bocado simetricamente. percebe?
- acho que sim... seja como for, não deve ser fácil viajar assim com duas crianças desta idade...
- é só por isso que me acha piada?
(pausa)
- não.
- não é difícil. mas digo-lhe que momentos como este tornam a coisa mais agradável.

antes fosse, antes fosse...

- sabes, neste momento o que me interessava mesmo era entrar para o quadro...
- olha, eu estive no quadro uma vez e gostei. era de um pintor escocês pouco conhecido. estava cheio de mulheres nuas e assim... gostei muito.

flutuações

como se tudo fosse novo, as coisas repetem-se.
há um quarto com vista sobre a cidade que, quando se está sentado na janela, completamente nú, a fumar um cigarro enquanto o olhar oscila entre o crescente e o prolongamento das pernas sobre o vazio, ajuda a pensar.
tudo o que ajude a pensar...

há uma guitarra que, por provocação ou lembrete de dificuldades técnicas, teima em não desafinar.

há vizinhas apetitosas que, como de costume, não tiram os olhos do chão a olhar para mim. tudo o que seja apetitoso...

2008/09/08

black to business

.... pois.