há muitos, muitos anos que eu não dormia com a janela desimpedida. desde há muito que convivo (sem, de facto, saber viver com isso) com obstáculos vários que me impedem o mundo matinal.
agora há um rectângulo de luz que se dá. repetidamente.
não se pode dizer que eu seja pessoa para fazer planos, que deseje o dia para x ou y. também não estou interessado em ganhar o dia. ganho-o logo ali, naquele momento.
sou-me naquele minuto em que vejo a rua sem a conseguir perceber, o mundo visto de fora...
conversava há dias (ou foi há muitos anos? as sombras...) sobre meditação e da minha suposição de que a disciplina inerente me seja impossivel.
meditar deve ser como aquilo, como aquele minuto ou dois...
as minhas analogias impressionam-me sempre desde que, abalançado com o recente estatuto de ser sexualmente autosuficiente, disse ao padre zé que talvez o céu fosse uma espécie de orgasmo eterno.
3 comentários:
ser sexuamente autosuficiente é capaz de ser interessante... mas, não sei porque, isso faz-me lembrar sempre o pessoal com a agulheta na mão, numa lavagem automóvel, em regime de self-service...
p.s. - descortinar é uma imagem engraçada...
Pode muito bem ser como aquele minuto ou dois... aquele minuto em que te sentes relaxado, consciente e centrado, com a tua mente naturalmente vazia e ao mesmo tempo tão plena de tudo... não te sentes assim quando tocas? Entao estás a meditar
Bom feriado
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