2009/05/30
not beach
testes, trabalhos, trabalho, testes...
calor de verão.
um grilo canta (não é assim que se deve dizer, mas é assim que se aqui se diz) dentro da casa. o outro tem o cantar mais dificultado: morreu.
caneta vermelha numa mão, na outra:
após wraygunn, alguém diz isto:
Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
calor de verão.
um grilo canta (não é assim que se deve dizer, mas é assim que se aqui se diz) dentro da casa. o outro tem o cantar mais dificultado: morreu.
caneta vermelha numa mão, na outra:
após wraygunn, alguém diz isto:
Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
2009/05/29
esta são de com bóyos
tlim, tlim ,tlão.. (ou merda parecida)
- "informamos os estimados passageiros de que estão canceladas as voltas de todos os destinos para onde não se encontram idas disponíveis..."
tlim, tlim ,tlão.. (ou merda parecida, igual à supra)
- "informamos os estimados passageiros de que estão canceladas as voltas de todos os destinos para onde não se encontram idas disponíveis..."
tlim, tlim ,tlão.. (ou merda parecida, igual à supra)
after-burn
- para que serve essa perinha tua, aí?
- numa palavra: períneo...
- do vanderlei?
- (foda-se)
- numa palavra: períneo...
- do vanderlei?
- (foda-se)
self-burning
- estás a beber panaché?
- estou. não gostas?
- prefiro cerveja simples. não gosto de misturas.
- porquê?
- uma vez tive azar... havia um vanderlei...
- estou. não gostas?
- prefiro cerveja simples. não gosto de misturas.
- porquê?
- uma vez tive azar... havia um vanderlei...
2009/05/27
f de...
Factível Fusão
Fecundo favo feminino,
Frágil e ferino em figura,
Que força, fatidicamente,
Uma florida felicidade e férvido feitiço,
Com sua fidalga face festival.
Que felina fórmula tem essa fenda
Para, faceiramente, fomentar fervor,
Frisson e faíscas sem floreios
Em flácidos floretes
Fazendo-os flamejar facilmente
Frente a essa franca e fatal fortuna?
Feromónio?
Ferrolhos ficam fogosos e flechantes,
Famintos por folguedos nessa fluida fenestra,
Numa fissura sem fingimentos,
Pois é o fado de todo falo,
Em face de formosa forquilha,
Fagulhar essa favorita flor
Fulminando-a festivamente com frêmito e frenesi.
Juarez Figueireddo Santana
Fecundo favo feminino,
Frágil e ferino em figura,
Que força, fatidicamente,
Uma florida felicidade e férvido feitiço,
Com sua fidalga face festival.
Que felina fórmula tem essa fenda
Para, faceiramente, fomentar fervor,
Frisson e faíscas sem floreios
Em flácidos floretes
Fazendo-os flamejar facilmente
Frente a essa franca e fatal fortuna?
Feromónio?
Ferrolhos ficam fogosos e flechantes,
Famintos por folguedos nessa fluida fenestra,
Numa fissura sem fingimentos,
Pois é o fado de todo falo,
Em face de formosa forquilha,
Fagulhar essa favorita flor
Fulminando-a festivamente com frêmito e frenesi.
Juarez Figueireddo Santana
not bolo de arroz
Era a tarte mais longa de todas as tartes
que me acontecia
eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarte, tão tarte, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste
na tarte tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo
que a boca pedia
e na tarte ficámos unidos ardendo na luz
que morria
em nós dois nessa tarte em que tanto
tardaste o sol amanhecia
era tarte de mais para haver outra noite
para haver outro dia.
que me acontecia
eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarte, tão tarte, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste
na tarte tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo
que a boca pedia
e na tarte ficámos unidos ardendo na luz
que morria
em nós dois nessa tarte em que tanto
tardaste o sol amanhecia
era tarte de mais para haver outra noite
para haver outro dia.
2009/05/26
2009/05/25
not mot d'esprit
alter - isto dá-se com uma mão e tira-se com a outra...
ego - pois... eu também vi esse filme... e ainda nem tinha feito os 18...
ego - pois... eu também vi esse filme... e ainda nem tinha feito os 18...
lapso
neste tempo de novas tecnologias estou, ao momento, incontactável e incontactante.
não consigo tematizar completamente a situação, sinto qualquer coisa relativamente. forte e abstractamente.
apenas sei que, agora, queria estar em contacto.
não consigo tematizar completamente a situação, sinto qualquer coisa relativamente. forte e abstractamente.
apenas sei que, agora, queria estar em contacto.
nota mental, CCXXVIII
- averiguar da sinonímia eventual entre "vigor" e "rigor".
- averiguar interferências contraproducentes.
- averiguar interferências contraproducentes.
2009/05/21
not holy (graal or whatever)
li, agora mesmo, um texto sobre lars von triers.
alguém que se preparava para o entrevistar falava sobre a ironia e sarcasmo de von triers e da capacidade de transformar qualquer conversa banal e "make it about you and your sorest spots".
uma possibilidade de uma demanda mui nobre será a de procurar o nosso "sorest spot" e torná-lo visível. não falo de psicanálise, falo de um esforço da e na consciência. da possibilidade de constatação, a priori de qualquer componente emocional, mesmo que dela indissociável. daí o uso do verbo procurar. como quem procura um objecto sobre um aparador.
e isto deixou de ser interessante...
alguém que se preparava para o entrevistar falava sobre a ironia e sarcasmo de von triers e da capacidade de transformar qualquer conversa banal e "make it about you and your sorest spots".
uma possibilidade de uma demanda mui nobre será a de procurar o nosso "sorest spot" e torná-lo visível. não falo de psicanálise, falo de um esforço da e na consciência. da possibilidade de constatação, a priori de qualquer componente emocional, mesmo que dela indissociável. daí o uso do verbo procurar. como quem procura um objecto sobre um aparador.
e isto deixou de ser interessante...
2009/05/16
2009/05/14
closer
hão-de regressar os dias (mais) calmos em que o ritmo é mais conforme.
pedir-se-á melão para sobremesa estando-se só. e, como sempre, há um sentimento de perda que se vai instalando.
não passa necessariamente pela função de filtragem da memória... passa mais pela consciência de que, bom ou mau, foi este o tempo que se teve, que se viveu (se se viveu).
toda a gente tem problemas na vida.
toda a gente tem o problema da vida e este é um problema pessoal.
pedir-se-á melão para sobremesa estando-se só. e, como sempre, há um sentimento de perda que se vai instalando.
não passa necessariamente pela função de filtragem da memória... passa mais pela consciência de que, bom ou mau, foi este o tempo que se teve, que se viveu (se se viveu).
toda a gente tem problemas na vida.
toda a gente tem o problema da vida e este é um problema pessoal.
not red rose red cherry
parece que havia cerejas, hoje... não soube.
fico satisfeito por haver o que sempre há e haverá, enquanto houver.
hoje o mundo desabou à minha frente mas, apesar disso, flutuei no vácuo até ao ponto onde o caderninho ou sebenta onde agora escrevo se encontrava.
pode, um dia, haver um momento ou juízo final... não me afecta. estarei dentro de uma bolha transparente, a salvo, registando uma versão muito particular dos acontecimentos. escrito tudo numa caligrafia a dar para o indecifrável, em caderninhos pequenos, a tinta preta.
quando se tornou a minha caligrafia indecifrável?
quando se tornaram os meus pensamentos incompreensíveis?
por que razão saberei eu o significado de termos (panisgas) como:
- idiossincrasia
- desadequação
- empatia
- egoísmo
- aridez
- refogado...
tome-se um cardo. os seus tons de verde, de cinza, de azul, de roxo.
atente-se no seu potencial icónico.
pode ser (e é) uma alternativa mais do que viável para uma rosa vermelha.
a intensidade da cor não é menor. a simbologia dos espinhos está mais do que assegurada (para quem gosta de lasagna de figuras de estilo: uma espécie de hipérbole da metáfora).
o cardo é mais fértil, em termos de imagem (não indaguei da eficácia em termos de polinização e coisas dessas...).
poder-se-á argumentar (contra) sobre as cores frias versus as cores quentes. a isso poderia responder com aquela pintura (nota mental: sacar da net) ("o inferno") em que tudo está gelado (impressionante como certas imagens nos impressionam. dupla impressão, portanto).
quando chegar o tempo, dos cardos floridos ou da pertinência, oferecer-te-ei um cardo.
ou a minha vida. ambos têm igual valor, apesar da desigualdade da beleza. a minha vida é mais quente e menos bela... mais ou menos como quando vomitamos marisco (nunca me aconteceu) ou delícias do mar (idem, apesar do nome poético do produto).
voltando atrás... tatuar um cardo não é tão tão fácil... nada é fácil, quando se pensa nisso.
deveria abrigar-me a escrever.
deveria, por maioria de razões, obrigar-me a viver. desabrigadamente.
quando pensamos (nós majestático) em abrigo, pensamos, geralmente, em "cobertura", algo "por cima" de nós, em protecção. mas um abrigo ("em protecção") pode estar por baixo (quem trabalha no arame sabe isto muito bem, mesmo que se esqueça, mesmo que o não pense. também se pode saber ou desconhecer com o corpo).
vive-se sempre sem rede.
deseja-se sem rede, ama-se sem rede, decide-se sem rede. o facto de serem aqueles em queda livre quem melhor consciência tem deste facto é um outro e completamente diferente assunto. (já se falou aqui em queda livre contraposta à euforia do deslize)(também já se falou aqui de "la haine": l'important c'est pas la chute...).
escrever (e ler) deve ser um prazer.
escrevo como quem, como eu, tira um penso-rápido ou entra na água gelada(*): devagar, com sacrifício e sem voltar para trás.
de vez em quando retira-se um penso e repara-se que tudo gangrenou. não é a amputação que custa a sério... é a falta.
mas eu escrevo para mim. sou para mim como escrevo: sem um prazer por aí além, se se pensar em projecção.
se as coisas belas são difíceis, algumas coisas feias não o serão menos.
(*) - era bom mas a manhouce.
fico satisfeito por haver o que sempre há e haverá, enquanto houver.
hoje o mundo desabou à minha frente mas, apesar disso, flutuei no vácuo até ao ponto onde o caderninho ou sebenta onde agora escrevo se encontrava.
pode, um dia, haver um momento ou juízo final... não me afecta. estarei dentro de uma bolha transparente, a salvo, registando uma versão muito particular dos acontecimentos. escrito tudo numa caligrafia a dar para o indecifrável, em caderninhos pequenos, a tinta preta.
quando se tornou a minha caligrafia indecifrável?
quando se tornaram os meus pensamentos incompreensíveis?
por que razão saberei eu o significado de termos (panisgas) como:
- idiossincrasia
- desadequação
- empatia
- egoísmo
- aridez
- refogado...
tome-se um cardo. os seus tons de verde, de cinza, de azul, de roxo.
atente-se no seu potencial icónico.
pode ser (e é) uma alternativa mais do que viável para uma rosa vermelha.
a intensidade da cor não é menor. a simbologia dos espinhos está mais do que assegurada (para quem gosta de lasagna de figuras de estilo: uma espécie de hipérbole da metáfora).
o cardo é mais fértil, em termos de imagem (não indaguei da eficácia em termos de polinização e coisas dessas...).
poder-se-á argumentar (contra) sobre as cores frias versus as cores quentes. a isso poderia responder com aquela pintura (nota mental: sacar da net) ("o inferno") em que tudo está gelado (impressionante como certas imagens nos impressionam. dupla impressão, portanto).
quando chegar o tempo, dos cardos floridos ou da pertinência, oferecer-te-ei um cardo.
ou a minha vida. ambos têm igual valor, apesar da desigualdade da beleza. a minha vida é mais quente e menos bela... mais ou menos como quando vomitamos marisco (nunca me aconteceu) ou delícias do mar (idem, apesar do nome poético do produto).
voltando atrás... tatuar um cardo não é tão tão fácil... nada é fácil, quando se pensa nisso.
deveria abrigar-me a escrever.
deveria, por maioria de razões, obrigar-me a viver. desabrigadamente.
quando pensamos (nós majestático) em abrigo, pensamos, geralmente, em "cobertura", algo "por cima" de nós, em protecção. mas um abrigo ("em protecção") pode estar por baixo (quem trabalha no arame sabe isto muito bem, mesmo que se esqueça, mesmo que o não pense. também se pode saber ou desconhecer com o corpo).
vive-se sempre sem rede.
deseja-se sem rede, ama-se sem rede, decide-se sem rede. o facto de serem aqueles em queda livre quem melhor consciência tem deste facto é um outro e completamente diferente assunto. (já se falou aqui em queda livre contraposta à euforia do deslize)(também já se falou aqui de "la haine": l'important c'est pas la chute...).
escrever (e ler) deve ser um prazer.
escrevo como quem, como eu, tira um penso-rápido ou entra na água gelada(*): devagar, com sacrifício e sem voltar para trás.
de vez em quando retira-se um penso e repara-se que tudo gangrenou. não é a amputação que custa a sério... é a falta.
mas eu escrevo para mim. sou para mim como escrevo: sem um prazer por aí além, se se pensar em projecção.
se as coisas belas são difíceis, algumas coisas feias não o serão menos.
(*) - era bom mas a manhouce.
a crise em que vivemos
o problema dos depósitos a prazo não está no prazo... está nas contingências do depósito.
sinehma
ontem vi num filme:
homem desinteressante que escrevia esse desinteresse em caderninhos.
mulher interessante e muito instável (causa-efeito?).
tudo gente doida. apaixonada e doida.
homem desinteressante que escrevia esse desinteresse em caderninhos.
mulher interessante e muito instável (causa-efeito?).
tudo gente doida. apaixonada e doida.
aaaaaa...
há pessoas tão convictas de que há um deus que as protege que se podem dar ao luxo de serem ateias quando "tudo está bem".
first thing in the morning... (i mean, after that...)
atribui-se isto a s. agostinho:
O mundo é um livro e aquele que não viaja lê apenas uma página...
fazer turismo deve ser tipo ler os resumos, aquelas edições amarelas e pretas...
ler um livro é também forma de viajar, sendo que pressuponho que uma viagem altera de qualquer modo o viajante. é claro que nem todos os livros proporcionam isso. ir comprar tabaco também não é viajar (apesar de haver gente que vai comprar tabaco e que nunca mas aparece. devia falar-se disto mais vezes, quando se aborda o tema dos malefícios...), a não ser que se vá comprar muito longe, tipo à pampilhosa da serra ou assim...
ocorre-me que talvez se possa dizer (pode, seguramente) que quem escreve um livro está a criar viagens. há aquele caso do tipo que escrevia guias de viagem sem nunca ter visitado os países que descrevia, mas não é disto que estou a falar... cria-se uma viagem cujo destino, meio de transporte e viajantes são incertos.
diziam-me há pouco tempo que eu devia abrigar-me a escrever. detectado o lapsus linguae, corrigiu-se para: "devias obrigar-te a escrever, mas num local abrigado".
concordo.
se livros e viagens... coiso, dado que as viagens encerram sempre uma míriade (há 47 dias que não usava esta palavra) de possibilidades aventurosas, um abrigo é sempre bem-vindo.
abriguei-me a escrever este texto: à minha frente, perto de trinta adolescentes (demasiados) tentam responder a um teste... e tomei consciência de que padeço, ocasionalmente, de taquilalia... que se lixe.
e agora algo completamente inusitado:
às vezes, quando se entra a pés juntos, também se entra com o pé direito!
(tá visto: tenho que me candidatar a um emprego na indústria dos cartões postais...)
O mundo é um livro e aquele que não viaja lê apenas uma página...
fazer turismo deve ser tipo ler os resumos, aquelas edições amarelas e pretas...
ler um livro é também forma de viajar, sendo que pressuponho que uma viagem altera de qualquer modo o viajante. é claro que nem todos os livros proporcionam isso. ir comprar tabaco também não é viajar (apesar de haver gente que vai comprar tabaco e que nunca mas aparece. devia falar-se disto mais vezes, quando se aborda o tema dos malefícios...), a não ser que se vá comprar muito longe, tipo à pampilhosa da serra ou assim...
ocorre-me que talvez se possa dizer (pode, seguramente) que quem escreve um livro está a criar viagens. há aquele caso do tipo que escrevia guias de viagem sem nunca ter visitado os países que descrevia, mas não é disto que estou a falar... cria-se uma viagem cujo destino, meio de transporte e viajantes são incertos.
diziam-me há pouco tempo que eu devia abrigar-me a escrever. detectado o lapsus linguae, corrigiu-se para: "devias obrigar-te a escrever, mas num local abrigado".
concordo.
se livros e viagens... coiso, dado que as viagens encerram sempre uma míriade (há 47 dias que não usava esta palavra) de possibilidades aventurosas, um abrigo é sempre bem-vindo.
abriguei-me a escrever este texto: à minha frente, perto de trinta adolescentes (demasiados) tentam responder a um teste... e tomei consciência de que padeço, ocasionalmente, de taquilalia... que se lixe.
e agora algo completamente inusitado:
às vezes, quando se entra a pés juntos, também se entra com o pé direito!
(tá visto: tenho que me candidatar a um emprego na indústria dos cartões postais...)
2009/05/13
negresse (i'll stop before...)
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
La mer qui divague
The sea that rambles
A ramene sur la cote
has brought back on the coast
Deux, trois sardines edentees
two, three toothless sardines
Un pecheur dans les algues
A fisherman in the seaweed
Voyant la mer si haute
seeing the sea so high
Que le pauvre type s'est noye.
that the poor guy is drowned
Createur, je vous blame
Creator, I blame you
L'homme est sans nageoire,
Man is without fin
La nature l'a atrophie
Nature atrophied it
C'est pas sur l'macadam
It's not on the asphalt
C'est une jolie histoire
It's a nice story
Oui, mais Jesus a coule.
Yes, but Jesus sank.
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
Paolo d'son vivant
Paul in his lifetime
A echoue son bateau
failed his boat
Dans le vieux port de Nazare
in the old port of Nazareth
Sa famille en mourant
his family dying
Avalee par les flots,
swallowed by the waves
N'avait pas qu'des larmes pour
didn't have tears
s'noyer
to drown by
Apres vingt heures de drague,
after 20 hours of dredging
Les deux pieds dans une botte,
both feet in a boot
Le pecheur est repeche
The fisherman is recovered
Une anguille qui zig-zague
an eel that zig-zags
Dit touche pas il mijote,
says don't touch it's simmering
C'est le fruit de la maree.
It's the fruit of the tide
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
Et je pense a ces femmes
And I think of these women
Qui toutes vetues de noir
who all dressed in black
Se nourrissent de crustaces
feed themselves on shellfish
N'ont pour hommes que des ames,
for men only have spirits
Dont le corps en memoire
of which the body in memory
Est par les crabes digere
is by the crabs digested
La mer offre son neant
The sea offers its being
A tout les paquebots
to all the steamships
Qui n'ont pas appris a flotter
that haven't learned to float
Quand l'soleil tombe dedans
when the sun falls within
Oh bon Dieu,
oh good God,
C'que c'est beau
it's beautiful
Au matin on le revoit,
in the morning it's seen again
Le soleil sait nager.
the sun knows how to swim
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
C'est pas la mer a boire
It's not the sea to drink
Pour tous ceux qui aiment pas ca
For all those who don't love that
C'est seulement pas d'cul
It's just not lucky
Pour tous ceux qui n'en ont pas
For all those who don't have any.
C'est pas la mer a boire.
It's not the sea to drink.
(pequeno contributo para a banda sonora de uma vida... quando ouvi isto, pela primeira vez, nunca tinha visto, de facto, a força de uma onda... a força e efemeridade de uma onda.
e, muito menos, a fragilidade e efemeridade de tudo aquilo que a onda destrui (ou pode destruir)).
2009/05/12
fuck blood tests!!!
ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, gin-tonic, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ---- e, de repente, lembrei-me de uma frase que pode ser equivalente a um momento "i can read", ou, para os mais conhecedores, um "hallmark moment"... nota mental: fotografar a sebenta nova com isto - i keep telling you i love for two reasons: for you to believe it and for you to not get scared ---- ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, chiripiti, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, meloa, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis, ónis...
art is not sacred
2009/05/11
new rider stuff
- epá, já pareces um ciclista a sério. assim como o outro, aquele...
- o lambestrong...
- esse mesmo.
- o lambestrong...
- esse mesmo.
2009/05/08
num mundo perfeito...
haveria (sempre) uma mulher muito bonita que nos diria, em substituição de um formal "bom dia", qualquer coisa como:
"ia já para a cama contigo!"
"ia já para a cama contigo!"
moments to get stuck on...
- veio logo atrás de mim... só para poder fazer queixa de mim, não foi? para poder dizer que eu sou uma depravada...
- minha querida, para além de esse não ser o meu estilo, nunca utilizei esse adjectivo numa queixa.
- minha querida, para além de esse não ser o meu estilo, nunca utilizei esse adjectivo numa queixa.
2009/05/07
skeezin' life out of nothing, tomo XXVII
"- deves ter um garrafão de queixa minha, tu..."
ouvi isto e lembrei-me disto:
ouvi isto e lembrei-me disto:
2009/05/04
exoesqueleto pseudo-literário
homem, 53 anos, solteiro, possuidor, por herança, de pequena exploração agrícola, habitante de uma qualquer aldeia minhota.
nome: figueiredo.
anualmente participa numa peregrinação a fátima (contexto da acção). motivação principal: estar com pessoas. não obstante a não preocupação com assuntos de fé ou de deus, acontece-lhe qualquer coisa como um conforto existencial quando, chegado, se encontra no santuário.
mulher, 21 anos, brasileira, prostituta, expectante na margem do ic2 (contexto da acção).
nome: marina.
reside em portugal há dois anos, tendo começado o esboroar do seu sonho pelo algarve, onde cumpria as funções de waitress.
(imaginar o diálogo mantido entre ambos, numa manhã de maio. alterar a vida a ambos, concorrentemente. está sol, ele ostenta o colete recomendado pelos bombeiros da área de residência, ela usa uma mini-saia de napa e tem o cabelo comprido liso.
aprofundar a dicotomia (?) conceptual conforto existencial/fim de sonho)
ficarão por ali, longe dali, os dois juntos.
nome: figueiredo.
anualmente participa numa peregrinação a fátima (contexto da acção). motivação principal: estar com pessoas. não obstante a não preocupação com assuntos de fé ou de deus, acontece-lhe qualquer coisa como um conforto existencial quando, chegado, se encontra no santuário.
mulher, 21 anos, brasileira, prostituta, expectante na margem do ic2 (contexto da acção).
nome: marina.
reside em portugal há dois anos, tendo começado o esboroar do seu sonho pelo algarve, onde cumpria as funções de waitress.
(imaginar o diálogo mantido entre ambos, numa manhã de maio. alterar a vida a ambos, concorrentemente. está sol, ele ostenta o colete recomendado pelos bombeiros da área de residência, ela usa uma mini-saia de napa e tem o cabelo comprido liso.
aprofundar a dicotomia (?) conceptual conforto existencial/fim de sonho)
ficarão por ali, longe dali, os dois juntos.
é tarde, relativamente
sucede-me, a esta hora, ser madrepérola ou combustão...
uma espécie de pavio de aço-inox.
vou beber qualquer coisa.
uma espécie de pavio de aço-inox.
vou beber qualquer coisa.
2009/05/02
inacção de formação (ou "e, na acção, deformação")
li (clicar "paixão" e coiso) que "um homem que viva numa torre aprende a não ter onde ir"...
sommerset maugham escreveu sobre alguém que, não tendo o que comer, aprendeu a jejuar...
e eu não sei o que dizer, o que não significa que aprenda a ficar calado.
sommerset maugham escreveu sobre alguém que, não tendo o que comer, aprendeu a jejuar...
e eu não sei o que dizer, o que não significa que aprenda a ficar calado.
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