2009/10/26

belvedere blues



éh pá... eu posso ser muito coiso, mas não estou a ver a gerrard ou o perry (dead can dance) a deixarem os seus afazeres para me virem assim boicotar o filme. não imagino, a sério, a gerrard a deslargar-se da árvore a que estava abraçada para ir à net censurar-me este piqueno exercício mais ou menos neurótico.
e digo isto, sobre o abraçamento, não sobre a neurose, sem ironia porque, dizem-me, é uma coisa muito linda. por mim confesso, pela segunda vez, que a coisa mais parecida que tive com o abraçar de uma árvore foi um contacto físico com uma rapariga que tinha alguns desafios a vencer no que toca à possibilidade de uma linha de cintura.

se se quiser entrar num mundo de faz-de-conta... imagine-se um filme low-fi em que um tipo, ainda que excepcionalmente bem parecido, se encontra, com um ar triste, a fumar um cigarro num miradouro após o ocaso, que é como quem diz, naquela luz depois do sol-posto. esse tipo não olha para a vista (expressão interessante. a elaborar noutra altura), olha para nada ou, para compensar, olha para os automóveis que passam por detrás da câmara e o iluminam fugidiamente. este efeito de luz confere um tom dramático ma-ra-vi-lho-so a toda a cena que, neste momento, já é acompanhada do som da canção "i can see now" dos dead can dance. o filme era e é isto.

no meu caso, ductilidade pode ser sinónimo de dusktilidade.
e só por causa do editor do blogger me dar erro em ductilidade registe-se que:
dúctil - que pode ser estendido, comprimido e batido sem se partir. em sentido figurativo (onde se podem incluir algumas figuras tristes) - fácil de moldar, dócil.
e só para provar que não sei isto de cor, reparo que no dicionário também aparece o significado da palavra duende - fantasma que, segundo a crendice popular, faz travessuras de noite. e é bom saber isto. nunca se sabe quando encontraremos alguém que nos pergunte "como tem passado" e aí poderemos responder que "tenho andado um bocado aduendado". convém disfarçar quando a pessoa nos disser "constipado, não? nota-se".

agora não tenho tempo, mas ainda vou pensar num disclaimer qualquer para que wmg não me incomode mais.
fuck corporations!

...é que o clip vale mesmo a pena. a música é soberba e, não sei se já o afirmei, o tipo é mesmo extremamente jeitoso.

Sem comentários: