informo-te que encontrei o nosso local bem no centro de um campo em que a erva é alta e verde de primavera que ainda teimosamente subsiste, não fosses tu esquecer-te que eu ainda o procurava.
digo-te que o mar é e pode ser, de facto, azul, não fosses tu pensar que eu tinha sido esquartejado por um urso.
dou-te conhecimento que temo a morte, minha ou alheia, como sempre temi, não fosses tu julgar que eu me tinha entregado a uma nova e menor divindade.
descrever-te-ia as falésias, ilustrar-te-ia estados de alma, tendo o cuidado de ir renovando o bule de chá, traduzi-te-ia a meia-voz a manhã seguinte, quotidianamente, se, pelo menos uma vez, eu conseguisse tornar simples as coisas belas.
viver é, mais tarde ou mais cedo, verter sangue.
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