2021/07/12

"da educação dos príncipes" ou "o déspota"

tendo incorrido na prevaricação habitualmente designada, por aqui, pelo menos, de parvoíce, foi o mainovo incumbido de tarefa específica.
apresenta-se o resultado:

Após uma detalhada, e inoportuna, pesquisa, dei-me a conhecer, para agrado do meu pai e progenitor, a história mitológica de Dâmocles. Reza a lenda que Dionísio reinara Siracusa, uma grande cidade na ilha de Sicília de uma forma tirana e atroz. Contudo Dionísio era um homem poderoso, tinha um grande palácio, muitos criados, vinhos raros, festas constantes. Dâmocles seu amigo, considerara-o o homem mais feliz do mundo e sentia também alguma inveja. Um dia Dionísio propôs um acordo: Dâmocles passava um dia no seu lugar para realmente averiguar se Dionísio era, de facto, o homem mais feliz do mundo. Dâmocles aceitou e teve de facto um dia divino, digno do homem mais feliz do mundo, no entanto a certa altura olhou para cima e reparou numa espada presa ao teto por um tênue fio com uma lâmina que a qualquer momento podia cair e acabar com toda aquela felicidade. Depois deste episódio, Dâmocles apercebeu-se de o quão ilusória é a felicidade dos ricos e poderosos.
Esta bonita história é excelente porque nos representa a todos. Dâmocles representa a inveja que nós temos em relação aos poderosos, e Dionísio representa a ideia da morte que está tão presente quanto a espada sobre a sua cabeça. No entanto Dâmocles não estava errado ao julgar Dionísio como um homem feliz, pelo contrário, porque (na minha opinião) apenas podemos ser felizes se tivermos de facto muito a perder. Todos nós temos de facto uma espada suspensa por cima das nossas cabeças, e às vezes só quando estamos, de facto, a ser felizes é que nos lembramos da fria espada.
Como seres humanos que somos iguais a Dionísio, podemos ter todo o poder do mundo, mas a espada está sempre lá, e nunca se vai embora.

é assim.
a vida custa a todos e as coisas são como são.

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