2006/03/20

Pu e Zia

colho a água doce devagar 
espraio a esperança toda em ti 
devolvo enfim a vida àquele lugar 
que deixei, em chaga, em vinda, quando parti 

tu já mal sentes maldade em mim 
a vida torna vago o ardor do amor 
é tensão de seda ter de ser assim 
é ser já ocaso e sem calor 

de corpo e sangue é o fruto a cobiçar 
seca o saque àquele que o merece 
e talvez seja eu a imolar 

mas em toda a desdita a vida tece 
aquilo que é capaz de aniquilar 
a dádiva: o teu corpo que estremece

2 comentários:

Anónimo disse...

Estive aqui.
Gostei da Pu e Zia.
Anamar

me disse...

pois... às vezes caio em mim (é o que dá ir escorregando nos outros) e sai-me isto.