- estou...?
- boa tarde.
- também acho. faça favor de dizer!
- gostaria de saber se aceita encomendas.
- sim... com a motivação certa, seguramente. em que tipo de serviço estaria a menina a pensar?
- era assim uma coisa de grande fôlego, mas com um prazo dilatado... digamos, um ano. 365 dias a partir de hoje, caso aceite.
- parece-me bem... mas especificamente...?
- era se podia resgatar uma gaivota.
- resgatar?
- recuperar, melhor dizendo. salvá-la. apesar de ela estar debaixo de água há algum tempo.
- não sei se terei o equipamento adequado...
- tanto quanto pude verificar, serve perfeitamente. mas tem que ser quando ninguém esteja a ver. tem que ser com a máxima discrição. um pequeno deslize poderá comprometer o sucesso da operação. mas isso é apanágio seu, não?
- apraz-me a confiança que deposita nos meus préstimos... mas, sabe, aceitei há pouco tempo a empreitada de um romance. um clássico intemporal que fale à geração do século xxi... coisa de responsabilidade, como compreenderá...
- melhor! considere a minha proposta como oportunidade de pesquisa. por outro lado, aquela não é uma gaivota qualquer...
- muito bem. assim seja. desde que me indique o local, conte comigo...
- é fácil... logo a seguir à ponte romana. não tem como errar. mas, e isto é muito importante, não venha pela estrada de terra batida. neste ponto faço questão.
- certamente...
2 comentários:
depois o telemóvel perde a rede, vem o labrador sem dono e a serra torna-se opressiva. isso ou maionese de gambas
bacalhau conatas, sff.
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