tempos houve em que a poesia se me dava tanto
em tantos momentos a encontrava
no vento num pente em duas mãos dadas na noite
ou ela
em doce perseguição
me encontrava a mim.
tempos há em que, a poesia, tanto se me dá.
às vezes tento
tento tanto.
às vezes, tonto, não tento.
às vezes só o vento, como um mantra:
essa poesia, tanta, não me toca.
2011/03/31
claridade coimbrã II
Enquanto espera, ela ajeita-se na cadeira, sente-se incomodada e excitada. Acende um cigarro e tenta distrair-se. À sua volta os homens olham-na com estranheza, talvez curiosidade. Foda-se, já uma mulher não pode estar sozinha ao balcão! Está desconfortável, descruza a perna e senta-se muito direita, o que será que ele lhe quer depois de tanto tempo? O empregado pergunta se ela quer alguma coisa: Sim, um shot de uísque, por favor! Não consegue decidir qual a cerveja para acompanhar.
Entretanto, ele chega. O andar desajeitado mas seguro, a mesma pele morena e olhos felinos. Algo está diferente, talvez o cabelo, talvez apenas a lembrança. Ele dirige-se para ela com um sorriso aberto ,mas reservado, aproxima-se e sem dizer nada inclina-se para lhe dar um beijo. O perfume penetra-lhe as narinas, é o mesmo! O mesmo cheiro que lhe ficou entranhado na roupa e na pele, durante tanto tempo. Ela sustém a respiração, sente uma onda de calor a atravessar-lhe o corpo, não consegue pensar com clareza.
Ele senta-se ainda sem dizer nada. Mas que raio, também não vou ser eu a falar! Servem o uísque, ele pede um gin tónico, ela pede uma cerveja preta.
Querias falar comigo? Sim... Ele não continua, ela olha para ele interrogativa. Lembrei-me de uma promessa que fizemos! Ela olha para ele com ar de espanto. Naquela altura foram feitas muitas promessas que não foram cumpridas, a qual se refere ele?
As bebidas são servidas, ela vira-se para o balcão, volta a cruzar as pernas, dá um último travo no cigarro, expira calmamente enquanto o apaga. Dá um gole no uísque e enquanto o malte lhe queima a garganta, o olhar dele queima-lhe o resto do corpo. Continuas linda...Gosta do que está a ver: o vestido preto a contrastar com os cabelos, o decote que nem porta entreaberta e as meias... sempre as ligas pretas, o salto alto é novo nela, mas assenta-lhe bem. Vais ficar a olhar ou vais dizer-me que promessa é essa? Não queria ser brusca mas está a ficar inquieta com o olhar calado, demasiado ocupado em despi-la. Prometemos que um dia dançarias para mim enquanto eu tocava para ti!
Ela lembra-se dessa promessa. Sim, prometemos e agora o que queres? Quero cumprir! Fazia sentido naquela altura, agora...Para mim continua a fazer o mesmo sentido, essa imagem não me sai da cabeça. Da dela, agora, também não. O uísque e a cerveja acalmam, mas nem tanto. Lembra-se tão bem dessa promessa! Foi feita na noite em que dançaram juntos a mais primitiva das danças. Na noite, em que ela sentiu o calor daquelas mãos a espalhar-se por todo o corpo. Na noite em que o sabor frutado daquela boca varreu cada centímetro de pele e se misturou com o sal do corpo dela. Na noite em que o calor dele a penetrou de tantas maneiras diferentes! Na noite que deixou o quarto pintado com gemidos e suspiros de prazer e êxtase. E no final, nús, a promessa...
Lembras-te dessa promessa? Na cabeça dela passaram-se horas. Sim...A voz sai rouca ao que ele sorri, reconhece aquela voz daquela noite. A mente volta a assentar no corpo que ela sente quente e a latejar, tenta recompor-se, sorri. As pernas tocam-se...Qual é a tua ideia? Ele coloca-lhe a mão no joelho e ela estremece. Ele sorri. A minha ideia é levar-te até casa, ao quarto. Quando chegarmos lá, vou sentar-me no sofá e antes de pegar a minha viola, vou tirar-te os sapatos...gosto dos teus pés. De seguida. vou tocar aquela música, que não é a melhor de sempre mas está lá perto, assenta-te bem. Aí, à minha frente vais dançar, como fazes sozinha no teu quarto ou quando pensas que ninguém está a reparar em ti.
Ela cora um pouco, baixa os olhos por instantes, tentando resistir à vontade que se impõe. Quando olha de novo para ele encontra o desejo reflectido. Ele sempre a excitou mas esta segurança é nova e redobra o calor que ela sente dentro dela. Gosto de cumprir o que prometo! As palavras soltam-se da boca dela, pesadas, carregando todas as promessas de prazeres adiados, com os murmúrios a gritar por mais que foram calados, com os beijos e carícias sossegados e a sofreguidão da certeza que esta talvez seja mesmo a última vez!
texto roubado. está aqui para arquivo, que é a utilidade primeira deste sítio.
Entretanto, ele chega. O andar desajeitado mas seguro, a mesma pele morena e olhos felinos. Algo está diferente, talvez o cabelo, talvez apenas a lembrança. Ele dirige-se para ela com um sorriso aberto ,mas reservado, aproxima-se e sem dizer nada inclina-se para lhe dar um beijo. O perfume penetra-lhe as narinas, é o mesmo! O mesmo cheiro que lhe ficou entranhado na roupa e na pele, durante tanto tempo. Ela sustém a respiração, sente uma onda de calor a atravessar-lhe o corpo, não consegue pensar com clareza.
Ele senta-se ainda sem dizer nada. Mas que raio, também não vou ser eu a falar! Servem o uísque, ele pede um gin tónico, ela pede uma cerveja preta.
Querias falar comigo? Sim... Ele não continua, ela olha para ele interrogativa. Lembrei-me de uma promessa que fizemos! Ela olha para ele com ar de espanto. Naquela altura foram feitas muitas promessas que não foram cumpridas, a qual se refere ele?
As bebidas são servidas, ela vira-se para o balcão, volta a cruzar as pernas, dá um último travo no cigarro, expira calmamente enquanto o apaga. Dá um gole no uísque e enquanto o malte lhe queima a garganta, o olhar dele queima-lhe o resto do corpo. Continuas linda...Gosta do que está a ver: o vestido preto a contrastar com os cabelos, o decote que nem porta entreaberta e as meias... sempre as ligas pretas, o salto alto é novo nela, mas assenta-lhe bem. Vais ficar a olhar ou vais dizer-me que promessa é essa? Não queria ser brusca mas está a ficar inquieta com o olhar calado, demasiado ocupado em despi-la. Prometemos que um dia dançarias para mim enquanto eu tocava para ti!
Ela lembra-se dessa promessa. Sim, prometemos e agora o que queres? Quero cumprir! Fazia sentido naquela altura, agora...Para mim continua a fazer o mesmo sentido, essa imagem não me sai da cabeça. Da dela, agora, também não. O uísque e a cerveja acalmam, mas nem tanto. Lembra-se tão bem dessa promessa! Foi feita na noite em que dançaram juntos a mais primitiva das danças. Na noite, em que ela sentiu o calor daquelas mãos a espalhar-se por todo o corpo. Na noite em que o sabor frutado daquela boca varreu cada centímetro de pele e se misturou com o sal do corpo dela. Na noite em que o calor dele a penetrou de tantas maneiras diferentes! Na noite que deixou o quarto pintado com gemidos e suspiros de prazer e êxtase. E no final, nús, a promessa...
Lembras-te dessa promessa? Na cabeça dela passaram-se horas. Sim...A voz sai rouca ao que ele sorri, reconhece aquela voz daquela noite. A mente volta a assentar no corpo que ela sente quente e a latejar, tenta recompor-se, sorri. As pernas tocam-se...Qual é a tua ideia? Ele coloca-lhe a mão no joelho e ela estremece. Ele sorri. A minha ideia é levar-te até casa, ao quarto. Quando chegarmos lá, vou sentar-me no sofá e antes de pegar a minha viola, vou tirar-te os sapatos...gosto dos teus pés. De seguida. vou tocar aquela música, que não é a melhor de sempre mas está lá perto, assenta-te bem. Aí, à minha frente vais dançar, como fazes sozinha no teu quarto ou quando pensas que ninguém está a reparar em ti.
Ela cora um pouco, baixa os olhos por instantes, tentando resistir à vontade que se impõe. Quando olha de novo para ele encontra o desejo reflectido. Ele sempre a excitou mas esta segurança é nova e redobra o calor que ela sente dentro dela. Gosto de cumprir o que prometo! As palavras soltam-se da boca dela, pesadas, carregando todas as promessas de prazeres adiados, com os murmúrios a gritar por mais que foram calados, com os beijos e carícias sossegados e a sofreguidão da certeza que esta talvez seja mesmo a última vez!
texto roubado. está aqui para arquivo, que é a utilidade primeira deste sítio.
exxxcerto
X: Neste momento só consigo pensar nos meus lábios a tratar de ti...
pois.
isso
Mas vou tentar concentrar-me.
Y: tratar de ti, dito por ti, soa muito bem
X: Achas que é egoísmo pensar em "tratar" de alguém para nosso próprio prazer?
Y: não!!!! bem-vinda ao meu mundo!!!!
X: (rebuscada demais, a pergunta?)
Y: nada rebuscada... mas estou à espera
X: ai..
estou um bocado desorientada.
Bem, escusado será dizer que eu gosto de muitas coisas neste campo.
Não sei se já sabias isso.
Adiante.
Y: só adiante?
X:
Y: :D :D não resisti... ignora-me
continua
l'insutenable faiblaisse de l'être*
vertiginosa associação de ideias iniciada com a contemplação da primeiro violino e do quanto faz o meu (?) género. salto imagético para o filme e/ou do livro "a insustentável leveza do ser" (vi o filme antes de ler o livro)(* está só aparentemente mal traduzido) em que eu era ele, a primeiro violino era a lena olin e a binoche era a binoche, e eu e a binoche, e o outro vértice continuava a tocar mas enganava-se a certa altura e eu tomava o seu lugar e, além de saber tocar assim violino não me enganava, mesmo estando desconcentradíssimo com elas entretecidas num novelo de membros e o violino tinha uma câmara fotográfica de não sei quantos pixel incorporada, com lentes carl zeiss e essa coisa toda até que eu próprio era incorporado abandonando o violino que, no entanto, continuava a emitir as notas adequadas ao acompanhamento da voz da binoche que agora cantava esta mesma canção, que é em francês, com esta mesma voz e eu me esquecia que o título da canção era a condição de ter, não só esta vertiginosa associação de ideias, mas também a coisa de a ter registado.
conta ordenado
she: Sou uma profissional das ordens
me: acredito
she: não religiosas
me: (prefiro profissionais às ordens, mas posso experimentar... )
she: não preferes nada
me: pois não... nem uma coisa nem outra :D
she: :D
2011/03/28
bodas de prata
o video não é importante. parece que é uma carripana qualquer...
há 25 anos levei com esta canção em cima e nunca mais fui o mesmo.
perdeu-se uma pessoa decente, capaz, equilibrada, produtiva, ordeira, pragmática, realista, uma coisa qualquer assim nesta onda...
2011/03/25
estar em cima é estar high...?
o melhor jogador chinês, para além da função de captação de sponsors, tem um passe perfeitamente suportável pelo orçamento sportinguista... é só um êlo.
2011/03/24
fofinho
estou convencido que há gente que cai sempre no fofo. de um fofo absorvente, que não deixa rebolar para mundo longe. dantes havia um fofo meio elástico que devolvia aos céus aquilo que nele caía, mas acho que foi proibido. coisas da asae, presumo.
dentro do fofo há muito mais gente que continuamente procura agulhas, questionando, de tempos a tempos, um primo em segundo grau que até tem alguns estudos se é de facto certo de que seja ali o palheiro. a presença de muita (menos) gente que fala estrangeiro assegura a ambos que sim, que é.
há outra gente que muda água a flores cortadas pela base do caule mas esta é irrelevante neste momento.
há ainda, por fim, outra gente. gente que quer mudar as coisas não mudando elas próprias em coisa nenhuma nesse processo. estas estão sempre dispostas a ajudar e têm panamás azul-bebé na cabeça:
"vossa excelência tem alguma questão em que eu lhe possa ser fútil?"
___________________________
a ideia original fundante deste post era a de traduzir para um texto minimamente escorreito as minhas notas de toalha de papel de restaurante acerca da relação ilustrativa do meu ponto de vista teleológico/religioso com seurat ou com o pontilhismo em geral. a técnica e os seus efeitos visuais, não os motivos ou enquadramento histórico-estético.
coisa assim muito muito de vanguarda, um exemplo perfeitíssimo das minhas soberbas capacidades cognitivas ao nível de uma metafórica visão periférica (por vezes periscópica) da realidade.
mas não. deu nisto.
tratarei do seurat mais tarde, que é coisa importante e séria. muito muito num plano diametralmente oposto ao do relacionamento entre a solha e picasso que por aqui consta desde há muito.
__________________________
diálogo a sós:
- vi na televisão alguém a dizer "os franceses chamam orgasmo à petit mort".
- eu sei, estava lá.
- pensei: não é assim, é ao contrário.
- o que é um orgasmo ao contrário?
- sei lá. coisa mais parva...
- acho que vou sair da tua cabeça.
- acho bem, fico mais sossegado.
- ainda te vou ver a usar pijama e essas cenas.
- vai-te foder!
dentro do fofo há muito mais gente que continuamente procura agulhas, questionando, de tempos a tempos, um primo em segundo grau que até tem alguns estudos se é de facto certo de que seja ali o palheiro. a presença de muita (menos) gente que fala estrangeiro assegura a ambos que sim, que é.
há outra gente que muda água a flores cortadas pela base do caule mas esta é irrelevante neste momento.
há ainda, por fim, outra gente. gente que quer mudar as coisas não mudando elas próprias em coisa nenhuma nesse processo. estas estão sempre dispostas a ajudar e têm panamás azul-bebé na cabeça:
"vossa excelência tem alguma questão em que eu lhe possa ser fútil?"
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a ideia original fundante deste post era a de traduzir para um texto minimamente escorreito as minhas notas de toalha de papel de restaurante acerca da relação ilustrativa do meu ponto de vista teleológico/religioso com seurat ou com o pontilhismo em geral. a técnica e os seus efeitos visuais, não os motivos ou enquadramento histórico-estético.
coisa assim muito muito de vanguarda, um exemplo perfeitíssimo das minhas soberbas capacidades cognitivas ao nível de uma metafórica visão periférica (por vezes periscópica) da realidade.
mas não. deu nisto.
tratarei do seurat mais tarde, que é coisa importante e séria. muito muito num plano diametralmente oposto ao do relacionamento entre a solha e picasso que por aqui consta desde há muito.
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diálogo a sós:
- vi na televisão alguém a dizer "os franceses chamam orgasmo à petit mort".
- eu sei, estava lá.
- pensei: não é assim, é ao contrário.
- o que é um orgasmo ao contrário?
- sei lá. coisa mais parva...
- acho que vou sair da tua cabeça.
- acho bem, fico mais sossegado.
- ainda te vou ver a usar pijama e essas cenas.
- vai-te foder!
2011/03/22
das boas ideias dos outros
"tempo das suaves raparigas" é um óptimo título para um livro de poemas de amor.
existe.
ruy belo.
existe.
ruy belo.
smooth talk
ela diz:
apenas com uma foto...
me diz:
e muuuuuita imaginação
ela diz:
devias ver as que tenho em roupa interior!!
me diz:
manda só 1, vai...
ela diz:
não tenho aqui
me diz:
prometo dar-lhe um uso recatado e digno (a sós com a minha vaselina e os meus kleenexes)
apenas com uma foto...
me diz:
e muuuuuita imaginação
ela diz:
devias ver as que tenho em roupa interior!!
me diz:
manda só 1, vai...
ela diz:
não tenho aqui
me diz:
prometo dar-lhe um uso recatado e digno (a sós com a minha vaselina e os meus kleenexes)
2011/03/21
vem isto a propósito de uma conversa ao almoço... e da minha memória.
Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podíamos ser divididos em quatro categorias consoante o tipo de olhar sob o qual desejamos viver. A primeira procura o olhar de um número infinito de olhos anónimos ou, por outras palavras, o olhar do público. É o caso do cantor alemão e da estrela americana, como é também o caso do jornalista de queixo de rabeca. Estava habituado aos seus leitores, e quando o semanário foi proibido pelos russos teve a impressão de ficar com a atmosfera cem vezes mais rarefeita. Para ele, ninguém podia substituir os olhos anónimos. Sentia-se quase a sufocar, até que um dia percebeu que a polícia lhe seguia todos os passos, que o seu telefone estava sob escuta e que chegava a ser discretamente fotografado na rua. De repente, tinha outra vez olhos anónimos a acompanharem-no: já podia voltar a respirar! Interpelava num tom teatral os microfones escondidos na parede. Voltava a encontrar na polícia o público que julgava ter perdido para sempre.
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares. São os incansáveis organizadores de jantares e de cocktails. São mais felizes que os da primeira categoria porque, quando estes perdem o público, imaginam que as luzes se apagaram para sempre na sala da sua vida. É o que, mais dia menos dia, lhes acontece a todos. Marie-Claude e a filha são deste género.
Vem em seguida a terceira categoria, a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. A sua condição é tão perigosa como a das pessoas do primeiro grupo. Se os olhos do ser amado se fecham, a sala fica mergulhada na escuridão. É neste tipo de pessoas que devemos incluir Tereza e Tomas.
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são aqueles que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Foi até à fronteira cambojana unicamente por causa de Sabina. Dentro do autocarro, que a estrada tailandesa faz baloiçar violentamente, só sente o seu longo olhar poisado em si.
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares. São os incansáveis organizadores de jantares e de cocktails. São mais felizes que os da primeira categoria porque, quando estes perdem o público, imaginam que as luzes se apagaram para sempre na sala da sua vida. É o que, mais dia menos dia, lhes acontece a todos. Marie-Claude e a filha são deste género.
Vem em seguida a terceira categoria, a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. A sua condição é tão perigosa como a das pessoas do primeiro grupo. Se os olhos do ser amado se fecham, a sala fica mergulhada na escuridão. É neste tipo de pessoas que devemos incluir Tereza e Tomas.
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são aqueles que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Foi até à fronteira cambojana unicamente por causa de Sabina. Dentro do autocarro, que a estrada tailandesa faz baloiçar violentamente, só sente o seu longo olhar poisado em si.
2011/03/20
o feitiço da lua
tenho para mim que fui a única pessoa a tirar fotos (muito mal conseguidas, por sinal) à lua na noite passada. mas havendo a possibilidade de o não ter sido, acho que consegui alguma originalidade na experiência dos seus efeitos.
moral da história:
tipo de meia idade em acesso de loucura temporária a todo o gás por ali abaixo - 0
furgão branco aparecido repentinamente - 1
em se confirmando a suspeita de vários e extensos hematomas ao nível do facies postarei aqui. sempre dá um ar cool, de quem andou à porrada e isso.
2011/03/17
twink wise or think twice or...
ela - ...na pré é obrigatório levar. (braçadeiras de natação, nota minha)
me - detesto a expressão "é obrigatório levar..."... seja onde for...
ela - levar seja onde for é nice!
me - estás diferente....
2011/03/16
tripar a crise
a(s) manif(s) de sábado passado, por fraqueza interna, quer intelectual quer volitiva, e por subversão mediática, foi contraproducente.
pool genético
mad - estás triste?
bigblack - não. estou a ver o céu. tem tantas cores que eu não conseguiria descrever isto tudo... todos os tons de azul, todas as formas, todos os tons... ou só alguns destes, mas num texto que fizesse justiça a esta beleza...
mad - tipo uma composição? às vezes também não consigo escrever.
ratazana - eu consigo. eu consigo escrever. a professora fez um certo grande, do tamanho da folha toda.
bigblack - consegues escrever como está o céu agora?
ratazana - sim. já aprendi o z. nuvem não sei bem...
mad - puto... falta-te vocabulário! faltam-te palavras!!
bigblack - estamos na mesma, puto...
ratazana - o céu está fixe.
mad - o céu está giro.
bigblack - o céu está cool.
(risos)
bigblack - não. estou a ver o céu. tem tantas cores que eu não conseguiria descrever isto tudo... todos os tons de azul, todas as formas, todos os tons... ou só alguns destes, mas num texto que fizesse justiça a esta beleza...
mad - tipo uma composição? às vezes também não consigo escrever.
ratazana - eu consigo. eu consigo escrever. a professora fez um certo grande, do tamanho da folha toda.
bigblack - consegues escrever como está o céu agora?
ratazana - sim. já aprendi o z. nuvem não sei bem...
mad - puto... falta-te vocabulário! faltam-te palavras!!
bigblack - estamos na mesma, puto...
ratazana - o céu está fixe.
mad - o céu está giro.
bigblack - o céu está cool.
(risos)
les idiots
prof - ó pá, já viste? os nossos alunos não percebem nada... nem pensar em colocar um poema de gil vicente ou de fernando pessoa para analisar num teste, que eles não conseguem... têm de ser poemas de caracacá...
eu - não conheço esse poeta. será moçambicano?
prof - hã?
eu - sei lá... eles têm lá desses nomes... pepetela, malangatana, caracacá...
eu - não conheço esse poeta. será moçambicano?
prof - hã?
eu - sei lá... eles têm lá desses nomes... pepetela, malangatana, caracacá...
a causa das coisas
sabe a gelo e invernia
sabe ao pino do verão
sabe a sabor de outro dia
sabe a sabor de ainda não
sabe a noite sabe a sombra
sabe a profundidade
sabe a focinho a tromba
sabe a animalidade
saber de saborear
sabedoria trabalho
sabe a pernas pró ar
sabe a gota de orvalho
sabe a excitação
sabe a nova saciedade
sabe a circulação
sabe a vida a cidade
sabe a frutos do mar
sabe a dunas a areia
sabe a água a marulhar
sabe a força a maré-cheia
sabe a lençol e a fronha
sabe bem sabe depressa
sabe a medo e a vergonha
sabe a mentira a promessa
falta o jargão do gourmet
falta-me o savoir-faire
sabe-me a não sei quê
sabe a uma coisa qualquer...
(achei que era já tempo de isto ter um post próprio. foi lido em público uma vez e foi oferecido para ser lido em público)
sabe ao pino do verão
sabe a sabor de outro dia
sabe a sabor de ainda não
sabe a noite sabe a sombra
sabe a profundidade
sabe a focinho a tromba
sabe a animalidade
saber de saborear
sabedoria trabalho
sabe a pernas pró ar
sabe a gota de orvalho
sabe a excitação
sabe a nova saciedade
sabe a circulação
sabe a vida a cidade
sabe a frutos do mar
sabe a dunas a areia
sabe a água a marulhar
sabe a força a maré-cheia
sabe a lençol e a fronha
sabe bem sabe depressa
sabe a medo e a vergonha
sabe a mentira a promessa
falta o jargão do gourmet
falta-me o savoir-faire
sabe-me a não sei quê
sabe a uma coisa qualquer...
(achei que era já tempo de isto ter um post próprio. foi lido em público uma vez e foi oferecido para ser lido em público)
2011/03/15
2011/03/14
idiossincrasias existenciais
antes de mais vou já avisando que por idiossincrasia entendo o seguinte: "ao mesmo tempo sinto-me idiota".
assim sendo, passo a expor o tema principal deste post:
- ó pá... cunnilingus é no cú?
se eu tivesse respondido, fosse o que fosse, este post seria só isto. talvez seja daquelas coisas em que é mesmo necessário estar presente para se achar piada, mas ficaria só por aqui (é por estas e por outras que eu acho que tenho uma vida rica).
mas piorou muito quando eu, não após mas durante o ataque de riso que se seguiu à pergunta, dei por mim numa associação de ideias de que não me orgulho (também por a não conseguir explicar) a pensar nisto:
(é por estas e por outras que acho que tenho uma vida medíocre)
assim sendo, passo a expor o tema principal deste post:
- ó pá... cunnilingus é no cú?
se eu tivesse respondido, fosse o que fosse, este post seria só isto. talvez seja daquelas coisas em que é mesmo necessário estar presente para se achar piada, mas ficaria só por aqui (é por estas e por outras que eu acho que tenho uma vida rica).
mas piorou muito quando eu, não após mas durante o ataque de riso que se seguiu à pergunta, dei por mim numa associação de ideias de que não me orgulho (também por a não conseguir explicar) a pensar nisto:
(é por estas e por outras que acho que tenho uma vida medíocre)
sweeet
além do coiso acima existe a satisfação relativa de, apesar da gripe e merdas dessas, ter corrido muito melhor do que por alturas do post "dois canos*", i.e., cantei e toquei isto e saiu alguma coisa de jeito.
pode ser que, em havendo hortelã, eu grave isso.
se gravar e postar é porque é grave.
_______________
hoje considerei a hipótese de vir pelo outro lado (uma vez vi um filme em que, aparentemente, alguém fez isto) só por causa da neblina no topo da montanha. melhor, só por via da neblina no topo da montanha. assim aproveita-se o duplo sentido, que neste sítio é-se muito fã desse tipo de coisas. duplos sentidos. e aproveitamentos, que a vida não está para graças.
não vim. vim pelo sítio do costume.
vinha eu a constatar que aquilo é improvavelmente ciclável, tomando para o efeito o comportamento do carrinho em que me tenho feito deslocar (é quase um papa-reformas) quando presenciei uma cena de caça: uma águia a desferir um ataque preciso a um pombo. apesar de a águia se ter assustado com o meu veículo e ter abandonado o pombo na berma da estrada o destino deste estava traçado: morte certa. tinha uma asa partida. sei-o porque, tendo estacionado mais à frente, fui verificar. fiquei sem saber o que fazer ao pobre do bicho, que estava vivo, imóvel e assustado. ocorreu-me eutanásia, havia corvos nas imediações. afastei-me e, de dentro do carro, esperei que a águia voltasse, enquanto fumei um cigarro...
não voltou. pelo menos enquanto eu a esperei.
mas tenho a certeza de que a carcaça do pombo não estará lá amanhã.
(uma hora e tal mais tarde, a propósito de 2 ou 3 coelhos selvagens que brincam habitualmente junto a minha casa:)
- pai, como é que os animais têm filhos?
- como nós temos.
- mas eles não têm médicos para fazer um buraco na barriga das mães.
- a maior parte dos bebés não saem por um buraco nas barrigas das mães.
- não? saem por onde? pelo umbigo?
- não. saem pela vagina das mães, que também serve para isso.
- pela vag... pela vagina???
- sim.
- epá... deve ser um bocado nojento... (risos)
- não achas que compensa?
- tu foi assim?
- foi.
- eu também?
- sim.
- compensa. mas ainda bem que eu não tenho vagina.
(risos)
e, por agora, tenho dito sobre a vida e a morte.
2011/03/12
not perry
sempre gostei muito desta canção. não gosto menos desde que li esta nota da própria autora:
Whenever I've sung this song I've hoped that my breath would hold out for the first few phrases, as there is no gap to breathe in.
When I wrote this track the words came at the same time, and this is one of the few songs where the lyrics were complete at such an early stage. The idea of the song is that of being given a glimpse of "God"--something that we dearly want--but being told that unless we work for it, we will never see it again, and even then, we might not be worthy of it. Of course, everybody wants the reward without the toil, so people try to find a way out of the hard work, still hoping to claim the prize, but such is not the case. The choruses are meant to express the feeling of entering timelessness as you become ready for the experience, but only when you are ready.
2011/03/11
2011/03/10
fragmentação
pensar insistentemente numa coisa ou em várias coisas diferentes mas sempre insistentemente matutar aliás pensar insistentemente no sentido de insistir em pensar é sinónimo de ruminar porque há pequenas partículas de identidade que nos vêm à boca e ficam por ali mastigantemente e enroladamente e insiste-se sempre e quando mais se insiste mais despedaçantemente se mastiga e nada mais acontece mas insiste-se sempre por falta de opção ou energia para pensar nalguma outra opção até um ponto em que não se insista em insistir e talvez aí já nem se exista e ruminar-se-á de modo mais puro e existencial.
2011/03/09
rough talk
a melhor frase ouvida nos últimos dias (às vezes esqueço-me que só se vive uma vez e perco tanto tempo...):
- há tipos que põem os filhos na faculdade. o meu pai pôs-me na dificuldade e tenho aprendido muito...
- há tipos que põem os filhos na faculdade. o meu pai pôs-me na dificuldade e tenho aprendido muito...
2011/03/05
teste do balão
ela - fui para lá para participar numa dinâmica de grupo e era uma coisa gira com balões e tudo... era suposto cada um encher um balão com os seus sonhos e projectos, depois cuidar deles, depois partilhá-los e a última tarefa era tentar rebentar os balões dos outros e proteger o nosso.
rebentei com os sonhos de metade da sala...
eu - eu, pelo menos, só rebentei com os sonhos dos meus pais...
rebentei com os sonhos de metade da sala...
eu - eu, pelo menos, só rebentei com os sonhos dos meus pais...
2011/03/04
as before, not black and white
Well I'm thankful you took me from the city and out to the sea
My hands in my pockets, your hands on the wheel
You speed like a rocket, foot flat on the steel
Sure I'd try and steal your heart away
If I wasn't bound to let it go
In a few moments or so...
2011/03/03
2011/03/02
é como dos livros, mas só com o teclado
“Senhor doutor, estou doente. Ajude-me a sentir isso do amor. Isso de correr nos campos de girassóis e ser bom. Isso de não se querer foder todas as miúdas com que me cruzo na rua”. Hei-de sentir o que é isso do amor. Parece que quando se sente o amor e se vai ao cu, não dói."
do sítio do costume
do sítio do costume
(pelo menos) duro de ouvido
- não tenho ido aos carapaus; há coisas novas?
não tenho andado na net, ponto final.
- tenho! não garanto boas, mas longas
ouço dizer que não há correspondência automática.
em geral
não tenho andado na net, ponto final.
- tenho! não garanto boas, mas longas
ouço dizer que não há correspondência automática.
em geral
olha que nem de propósito...
diz o autor do irmao lúcia, numa entrevista muito cool que apareceu hoje:
Pois, acho que não. Não se pode rir da literatura. Por falar em literatura, gosto muito de Tom Sharpe. Que é assim um cavalheiro inglês que diz tudo o que lhe apetece. Adoro. Deve ser um senhor circunspecto.
e era isto que eu queria dizer.
circunspeto, segundo o novo acordo.
exemplo de utilização: eu circunspeto.
que tanto pode significar:
eu espeto em sítios circulares.
ou
eu dou muitas voltas antes de espetar.
Pois, acho que não. Não se pode rir da literatura. Por falar em literatura, gosto muito de Tom Sharpe. Que é assim um cavalheiro inglês que diz tudo o que lhe apetece. Adoro. Deve ser um senhor circunspecto.
e era isto que eu queria dizer.
circunspeto, segundo o novo acordo.
exemplo de utilização: eu circunspeto.
que tanto pode significar:
eu espeto em sítios circulares.
ou
eu dou muitas voltas antes de espetar.
2011/03/01
after nun
- estive a trabalhar num colégio de freiras.
- (não me importava nada de trabalhar num colégio de freiras)
tenho, neste momento, a cabeça a fervilhar. assisti, dentro de um contexto de lazer activo, a dois programas de televisão completamente diferentes mas igualmente esclarecedores. aprendi muito.
os programas foram: coisas sobre cavalos, acho que se chama "três andamentos", na 2, e um programa de entrevistas na Q (pois. aqui em casa somos meo) com a fernanda câncio. neste, a dita senhora entrevistava andré pereira bastos a propósito da situação dos ciganos em portugal.
à laia de prelúdio, dei por mim a imaginar o quão freak seria oferecer a pessoas que venham cá a casa coisas como:
- queres um capilé?
- capilé? a sério?
- i'll spike mine with vodka.
- sure. i'll have the same.
(o facto de a língua mudar a meio do diálogo faz todo o sentido, i.e., não me causa estranheza nenhuma, que é a mesma coisa.)
comecemos, ao contrário do que wittgenstein recomendaria, pelo fim.
a ser verdade aquilo que se diz por aí de que a câncio era a coisinha do nosso PM tenho a dizer o seguinte: ela é toda toda fodível na versão à bruta. aquele tom de voz, aquela forma de insistir sobre um ponto de vista, fazendo tábua rasa do ponto de vista do interlocutor, com aquela lata... mas deve ser mais o tom de voz, acho eu.
a avaliar pelo que sei, o nosso PM é muito capaz de isso assim à bruta. e parece que se prepara para o continuar a fazer a uma carrada de gente, eu incluído. sim, que eu leio jornais (praticamente só os suplementos do público à sexta feira). quando tenho um jornal por perto gosto de ver as gordas (algumas gordas são muito susceptíveis. prefiro disfarçar escondendo-me atrás do jornal).
para quem não sabe quem é andré pereira bastos, fica a indicação de que é antropólogo e que é especialista sobre minorias étnicas em portugal, mormente ciganos. no contexto que aqui me traz, a saber, a conversa com a dita senhora, este senhor revelou uma paciência digna de registo. aliás, nem sei se é bem paciência aquilo, dado que, a certo momento, o tratamento pelo nome próprio "ó fernanda..." me levou a crer que partilhávamos uma ou duas opiniões... e eu não sou (pelo menos sempre e assim) tão paciente.
revelou outras coisas. nomeadamente uma candura que ia muito bem com o look.
e a frase, uma verdadeira pérola:
"eu sou um cientista social, não lido com indivíduos."
voltando atrás, e passando a redundância, não estava, eu, naquele momento, a ver a câncio como um indivíduo.
o nariz da câncio provoca-me alusões sortidas (alusões sortidas também ocorrem aos rapazes, durante a noite, por alturas da mudança da voz).
(pausa para telefonema)
(a desenvolver)
---------------------------
(desenvolvimento após o jantar)
faltará falar do "3 andamentos", presumo... se calhar tem mesmo que ser.
por muito linda que seja a abordagem rectal, para efeitos de palpação, dos ovários dos equídeos, achei particularmente interessante a colheita de sémen dos garanhões.
sempre tinha pensado neste processo a partir do ponto de vista da lei natural e da presumível injustiça para com a fêmea de ocasião... mas hoje percebi que, pelo menos naquele local, melhor, naquele caso, dado que a referência ao local, especificamente, pode levar a enganos (e leva), naquele caso, dizia, recorre-se a uma fêmea específica que "em virtude de uma deficiência hormonal, se encontra permanentemente com o cio". a minha noção de lei natural, e, subsequentemente, de justiça natural, alterou-se muitíssimo com esta informação. quase que dei por mim a antropomorfizar aquela irremediável insatisfação crónica.
(conheço pessoas que antropomorfizariam outras coisas caso tivessem visionado a cena referida acima)
----------------------
entremeadamente:
algures perto de um sítio muito conhecido, tipo museu "grão vasco" ou bar "varão gasto", "barão casto"ou coisa parecida, alguém descobriu que afinidade era quando 2 estavam a fim de...
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pedagogia pro bono:
- como se chamava a namorada do john lennon?
- yoko ono.
- como é que isso se escreve?
- assim: YO COJONO
- ok.
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- (não me importava nada de trabalhar num colégio de freiras)
tenho, neste momento, a cabeça a fervilhar. assisti, dentro de um contexto de lazer activo, a dois programas de televisão completamente diferentes mas igualmente esclarecedores. aprendi muito.
os programas foram: coisas sobre cavalos, acho que se chama "três andamentos", na 2, e um programa de entrevistas na Q (pois. aqui em casa somos meo) com a fernanda câncio. neste, a dita senhora entrevistava andré pereira bastos a propósito da situação dos ciganos em portugal.
à laia de prelúdio, dei por mim a imaginar o quão freak seria oferecer a pessoas que venham cá a casa coisas como:
- queres um capilé?
- capilé? a sério?
- i'll spike mine with vodka.
- sure. i'll have the same.
(o facto de a língua mudar a meio do diálogo faz todo o sentido, i.e., não me causa estranheza nenhuma, que é a mesma coisa.)
comecemos, ao contrário do que wittgenstein recomendaria, pelo fim.
a ser verdade aquilo que se diz por aí de que a câncio era a coisinha do nosso PM tenho a dizer o seguinte: ela é toda toda fodível na versão à bruta. aquele tom de voz, aquela forma de insistir sobre um ponto de vista, fazendo tábua rasa do ponto de vista do interlocutor, com aquela lata... mas deve ser mais o tom de voz, acho eu.
a avaliar pelo que sei, o nosso PM é muito capaz de isso assim à bruta. e parece que se prepara para o continuar a fazer a uma carrada de gente, eu incluído. sim, que eu leio jornais (praticamente só os suplementos do público à sexta feira). quando tenho um jornal por perto gosto de ver as gordas (algumas gordas são muito susceptíveis. prefiro disfarçar escondendo-me atrás do jornal).
para quem não sabe quem é andré pereira bastos, fica a indicação de que é antropólogo e que é especialista sobre minorias étnicas em portugal, mormente ciganos. no contexto que aqui me traz, a saber, a conversa com a dita senhora, este senhor revelou uma paciência digna de registo. aliás, nem sei se é bem paciência aquilo, dado que, a certo momento, o tratamento pelo nome próprio "ó fernanda..." me levou a crer que partilhávamos uma ou duas opiniões... e eu não sou (pelo menos sempre e assim) tão paciente.
revelou outras coisas. nomeadamente uma candura que ia muito bem com o look.
e a frase, uma verdadeira pérola:
"eu sou um cientista social, não lido com indivíduos."
voltando atrás, e passando a redundância, não estava, eu, naquele momento, a ver a câncio como um indivíduo.
o nariz da câncio provoca-me alusões sortidas (alusões sortidas também ocorrem aos rapazes, durante a noite, por alturas da mudança da voz).
(pausa para telefonema)
(a desenvolver)
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(desenvolvimento após o jantar)
faltará falar do "3 andamentos", presumo... se calhar tem mesmo que ser.
por muito linda que seja a abordagem rectal, para efeitos de palpação, dos ovários dos equídeos, achei particularmente interessante a colheita de sémen dos garanhões.
sempre tinha pensado neste processo a partir do ponto de vista da lei natural e da presumível injustiça para com a fêmea de ocasião... mas hoje percebi que, pelo menos naquele local, melhor, naquele caso, dado que a referência ao local, especificamente, pode levar a enganos (e leva), naquele caso, dizia, recorre-se a uma fêmea específica que "em virtude de uma deficiência hormonal, se encontra permanentemente com o cio". a minha noção de lei natural, e, subsequentemente, de justiça natural, alterou-se muitíssimo com esta informação. quase que dei por mim a antropomorfizar aquela irremediável insatisfação crónica.
(conheço pessoas que antropomorfizariam outras coisas caso tivessem visionado a cena referida acima)
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entremeadamente:
algures perto de um sítio muito conhecido, tipo museu "grão vasco" ou bar "varão gasto", "barão casto"ou coisa parecida, alguém descobriu que afinidade era quando 2 estavam a fim de...
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pedagogia pro bono:
- como se chamava a namorada do john lennon?
- yoko ono.
- como é que isso se escreve?
- assim: YO COJONO
- ok.
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