estou convencido que há gente que cai sempre no fofo. de um fofo absorvente, que não deixa rebolar para mundo longe. dantes havia um fofo meio elástico que devolvia aos céus aquilo que nele caía, mas acho que foi proibido. coisas da asae, presumo.
dentro do fofo há muito mais gente que continuamente procura agulhas, questionando, de tempos a tempos, um primo em segundo grau que até tem alguns estudos se é de facto certo de que seja ali o palheiro. a presença de muita (menos) gente que fala estrangeiro assegura a ambos que sim, que é.
há outra gente que muda água a flores cortadas pela base do caule mas esta é irrelevante neste momento.
há ainda, por fim, outra gente. gente que quer mudar as coisas não mudando elas próprias em coisa nenhuma nesse processo. estas estão sempre dispostas a ajudar e têm panamás azul-bebé na cabeça:
"vossa excelência tem alguma questão em que eu lhe possa ser fútil?"
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a ideia original fundante deste post era a de traduzir para um texto minimamente escorreito as minhas notas de toalha de papel de restaurante acerca da relação ilustrativa do meu ponto de vista teleológico/religioso com seurat ou com o pontilhismo em geral. a técnica e os seus efeitos visuais, não os motivos ou enquadramento histórico-estético.
coisa assim muito muito de vanguarda, um exemplo perfeitíssimo das minhas soberbas capacidades cognitivas ao nível de uma metafórica visão periférica (por vezes periscópica) da realidade.
mas não. deu nisto.
tratarei do seurat mais tarde, que é coisa importante e séria. muito muito num plano diametralmente oposto ao do relacionamento entre a solha e picasso que por aqui consta desde há muito.
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diálogo a sós:
- vi na televisão alguém a dizer "os franceses chamam orgasmo à petit mort".
- eu sei, estava lá.
- pensei: não é assim, é ao contrário.
- o que é um orgasmo ao contrário?
- sei lá. coisa mais parva...
- acho que vou sair da tua cabeça.
- acho bem, fico mais sossegado.
- ainda te vou ver a usar pijama e essas cenas.
- vai-te foder!
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