2008/10/29
dementia
hoje foi um dia mais ou menos.
o problema dos dias mais ou menos é o de não possibilitarem uma disjunção real: são, de facto, assim, "mais ou menos", ou, com maior rigor "maisoumenos".
a expressão "chorei chorei a rir" fará sentido?(1)
olho para o "programa municipal de pedestrianismo" e penso sobre o assunto. pensar sobre o assunto remete para uma espécie de sobrevôo(2), um planar por cima (tem a vantagem da visão panorâmica. em verdade, nem sempre tem). longe de mim pensar "o" assunto. pensar "no" assunto torna-se, por vários motivos, inviável.
ultimamente ando mais assertivo. decisões e assim. gosto disso, dessa sensação. por exemplo, decidi fazer uma coisa amanhã. pensei q.b. e decidi. claro que pode correr mal, mas a vida (parece-me) é mesmo assim. é a vida, diz-se quando corre mal. quando não se quer dizer nada também se diz é a vida.
coisa importante?, poder-se-á perguntar... sim e não. é importante se o tronco de uma árvore continua a resistir a uma corrente que lhe arrancou, de si, a própria árvore?
(dizem-me que não percebem algumas coisas que escrevo aqui. compreendo isso. compreendo a sensação de não perceber algumas coisas que escrevo aqui)
J. está a passar um mau bocado. já suportou algumas fortes mas esta não sei se dá para aguentar. e isto não tem nada a ver.
e apetece-me:
i've traveled far, i've traveled fast
just to get to this day
and you, you've been so sad
for all these years
please don't be sad with me
cause you are a sailor
and i am the sea
you've walked on dry, dry land and now live underneath
with me and all my crazy friends who don't care much for me
well you drive the corner with me in the passenger seat
just drive until the gas runs out with the sand underneath our feet
forget about our familes
and everything the music brings
just dance beneath the moon and stars
only wine passes our teeth
cause you are a sailor
and i am the sea
you've walked on dry, dry land and now live underneath
with me and all my crazy friends who dont care much for me
you are my sailor, you are my sailor
and i am the sea, i am the sea
(1) não tem erro
(2) confrontar com giles deleuze sobre "o que é a fi..." - nevermind
o problema dos dias mais ou menos é o de não possibilitarem uma disjunção real: são, de facto, assim, "mais ou menos", ou, com maior rigor "maisoumenos".
a expressão "chorei chorei a rir" fará sentido?(1)
olho para o "programa municipal de pedestrianismo" e penso sobre o assunto. pensar sobre o assunto remete para uma espécie de sobrevôo(2), um planar por cima (tem a vantagem da visão panorâmica. em verdade, nem sempre tem). longe de mim pensar "o" assunto. pensar "no" assunto torna-se, por vários motivos, inviável.
ultimamente ando mais assertivo. decisões e assim. gosto disso, dessa sensação. por exemplo, decidi fazer uma coisa amanhã. pensei q.b. e decidi. claro que pode correr mal, mas a vida (parece-me) é mesmo assim. é a vida, diz-se quando corre mal. quando não se quer dizer nada também se diz é a vida.
coisa importante?, poder-se-á perguntar... sim e não. é importante se o tronco de uma árvore continua a resistir a uma corrente que lhe arrancou, de si, a própria árvore?
(dizem-me que não percebem algumas coisas que escrevo aqui. compreendo isso. compreendo a sensação de não perceber algumas coisas que escrevo aqui)
J. está a passar um mau bocado. já suportou algumas fortes mas esta não sei se dá para aguentar. e isto não tem nada a ver.
e apetece-me:
i've traveled far, i've traveled fast
just to get to this day
and you, you've been so sad
for all these years
please don't be sad with me
cause you are a sailor
and i am the sea
you've walked on dry, dry land and now live underneath
with me and all my crazy friends who don't care much for me
well you drive the corner with me in the passenger seat
just drive until the gas runs out with the sand underneath our feet
forget about our familes
and everything the music brings
just dance beneath the moon and stars
only wine passes our teeth
cause you are a sailor
and i am the sea
you've walked on dry, dry land and now live underneath
with me and all my crazy friends who dont care much for me
you are my sailor, you are my sailor
and i am the sea, i am the sea
(1) não tem erro
(2) confrontar com giles deleuze sobre "o que é a fi..." - nevermind
2008/10/28
esclarecimento
só para que conste, a taxa de alcoolemia por ocasião de "crash or joyride" era de 0,0g/l.
só para que conste, já que a questão foi colocada, a câmera estava na minha mão. na minha fiel, segura e não oscilante mão (quando me encontro naquelas circunstâncias).
só para que conste, é na A1.
só para que conste, dusk é traduzível para lusco-fusco.
já agora, fusca deve ser traduzido por piece e não por final solution.
agradecimentos a todos os que revelaram preocupação.
mensagem urbi et orbi:
ponham-se com merdas e eu inibo-me de postar uma reinterpretação de um clássico de chris isaac, "são paulo hotel"
só para que conste, já que a questão foi colocada, a câmera estava na minha mão. na minha fiel, segura e não oscilante mão (quando me encontro naquelas circunstâncias).
só para que conste, é na A1.
só para que conste, dusk é traduzível para lusco-fusco.
já agora, fusca deve ser traduzido por piece e não por final solution.
agradecimentos a todos os que revelaram preocupação.
mensagem urbi et orbi:
ponham-se com merdas e eu inibo-me de postar uma reinterpretação de um clássico de chris isaac, "são paulo hotel"
2008/10/27
fui a isto,
mas acabei por comprar "adquirir a sua alma na paciência", de kierkegaard.
respeito, muito respeito.
2008/10/23
i will never tell you this
I saw you this morning
You were moving so fast
Can't seem to loosen my grip
On the past
And I miss you so much
There's no one in sight
And we're still making love
In My Secret Life
In My Secret Life
You were moving so fast
Can't seem to loosen my grip
On the past
And I miss you so much
There's no one in sight
And we're still making love
In My Secret Life
In My Secret Life
2008/10/22
crash or joyride
there´s a time and a place for everything
there´s a time and a place for everything
i'm not really sure you know what i mean
but there's a time and a place for everything
but maybe things will happen anyway
i know that things will happen anyway
so if things happen anyway
why not today?
why not today?
why not today?
why not today?
2008/10/21
lingote
- vamos jogar ao quarto-escuro?
- deixa lá isso, hoje. hoje quero ver-te.
- verme?
- vir-te.
- tu tens pinta.
- eu sei... mas esqueço-me.
- deixa lá isso, hoje. hoje quero ver-te.
- verme?
- vir-te.
- tu tens pinta.
- eu sei... mas esqueço-me.
la sagesse
alguém me dizia que a forma habitual de convite para ir dar uma volta era:
- vamos ver água?
parece-me procedimento muito sábio.
- vamos ver água?
parece-me procedimento muito sábio.
F as in foot-fetish
- tens os pés bonitos?
- nem por isso. se tivesse já te os tinha mostrado.
- gosto dos teus sapatos.
- sei.
- nem por isso. se tivesse já te os tinha mostrado.
- gosto dos teus sapatos.
- sei.
trauliteiros de miranda
"o mirandense, mesmo tendo terminado o jogo com apenas 8 jogadores, saiu vitorioso do encontro deste fim-de-semana com..."
i wish i was someone better
tasca tv - anúncio para um espectáculo:
"um acto de coragem transformado em talento"
avaliar possibilidade de extrapolação para efeitos de auto-análise, na sua total amplitude.
lust
estou, neste momento, a observar, a ver (haja rigor!) uma mulher, mesmo à minha frente, a comer chocolate.
x, o sonoplasta,
hoje esteve bem:
"ela não me larga. é a toda a hora. o que devo fazer?
continuo a comer?"
"ela não me larga. é a toda a hora. o que devo fazer?
continuo a comer?"
2008/10/18
beer at the balcony
contém lavagem de loiça, voyeurismo, descaramento, trânsito automóvel e agudos suspeitos
2008/10/17
2008/10/16
noutro dia que não esse
o meu primeiro amor estava a jantar com a família.
passei em frente e vi. gostei do que vi.
pareceu-me feliz, mas é mais uma impressão minha do que o resultado de qualquer verificação.
tinha engrenado uma mudança mais baixa no automóvel (a subida em frente não passa, nunca passou, de um pretexto) e ia devagar, mas, mesmo assim, não pude reparar em pormenores.
apenas tive a sensação de que seria um jantar calmo, em família, eventualmente com a presença de uma das suas irmãs. talvez as duas.
não sei se tem filhos.
a casa onde vive é muito bonita, parece-me um bom lugar para educar uma criança.
decidi o que decido sempre de cada vez que passo ali: bater-lhe à porta, perguntar-lhe como tem sido a sua vida (supostamente os melhores anos da vida).
com que motivo ou intenção? não sei.
também não sei porque insisto em não ir pela estrada nova.
passei em frente e vi. gostei do que vi.
pareceu-me feliz, mas é mais uma impressão minha do que o resultado de qualquer verificação.
tinha engrenado uma mudança mais baixa no automóvel (a subida em frente não passa, nunca passou, de um pretexto) e ia devagar, mas, mesmo assim, não pude reparar em pormenores.
apenas tive a sensação de que seria um jantar calmo, em família, eventualmente com a presença de uma das suas irmãs. talvez as duas.
não sei se tem filhos.
a casa onde vive é muito bonita, parece-me um bom lugar para educar uma criança.
decidi o que decido sempre de cada vez que passo ali: bater-lhe à porta, perguntar-lhe como tem sido a sua vida (supostamente os melhores anos da vida).
com que motivo ou intenção? não sei.
também não sei porque insisto em não ir pela estrada nova.
taxidermia de emoções (com banda sonora)
café + sons and daughters.
a meio do café (aqui pode-se fumar. antigamente era sempre assim) acende-se um cigarro.
estou a pisar a base da mesa com o pé direito e tenho o joelho esquerdo pressionado contra o braço da cadeira vazia.
soft cell.
reflexo de piercing no nariz afilado de uma rapariga muito magra. depeche mode.
(o verso "my soul is bare" faz-me pensar em fazer planos e isso. desconcentro-me).
apago o cigarro calcando-o 7-sete-7 vezes no (exactamente) centro do cinzeiro.
ben harper.
um tipo com um polo verde-pirilí foi à casa de banho. (pensamentos vários acerca da temática pirilí. desconcentração)
(ligeira desconcentração provocada pela memória do prazer da minha vizinha)
o guarda-redes da equipa verde, na televisão, tem cara de azteca.
(grande desconcentração provocada pelo refrão "she has diamonds in the inside")
...
sean paul: reparo nas raparigas do bar. cavalheiro como sou, dispo mentalmente a amiga do piercing, mais curvilínea. ela responde-me com um sorriso discreto enquanto pede, com ar aristocrático, uma mini. sagres.
depeche mode - "in your room"
passo a língua pelo bigode. inho. (esta coisa)
os verdes marcam um golo. são a bolívia (eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas)
o piercing simula uma facada na amiga. a música impede-me de compreender completamente os motivos deste assassínio.
tenho o pé esquerdo ligeiramente dormente (let´s dwell in this situation to see what happens)
blasted mechanism (desconcentração provocada pela lembrança de M. e do bebé dela. stilettos firmemente cravados no relvado. consumo abundante de hors d'oeuvre e de martini)
no replay do golo, o avançado bolívio simula disparos para o ar (ou espectador específico na bancada superior) com arma de fogo. (mas o que é que se passa com o mundo?)
dead can dance. (ligeira vontade de chorar, independentemente de) pé esquerdo dormente. acto contínuo, levanto-me para comprar cigarros.
(levantamento para comprar cigarros)
bananarama (updated mix)
cocteau twins. (pausa para reler este texto e avaliar do carácter deprimente do mesmo. preguiça em reler. sloth)
beck: devil's haircut.
projecto de vida: acabar este cigarro, pegar na bicicleta e ir "para casa". não viver vicariantemente através dos meus filhos.
a meio do café (aqui pode-se fumar. antigamente era sempre assim) acende-se um cigarro.
estou a pisar a base da mesa com o pé direito e tenho o joelho esquerdo pressionado contra o braço da cadeira vazia.
soft cell.
reflexo de piercing no nariz afilado de uma rapariga muito magra. depeche mode.
(o verso "my soul is bare" faz-me pensar em fazer planos e isso. desconcentro-me).
apago o cigarro calcando-o 7-sete-7 vezes no (exactamente) centro do cinzeiro.
ben harper.
um tipo com um polo verde-pirilí foi à casa de banho. (pensamentos vários acerca da temática pirilí. desconcentração)
(ligeira desconcentração provocada pela memória do prazer da minha vizinha)
o guarda-redes da equipa verde, na televisão, tem cara de azteca.
(grande desconcentração provocada pelo refrão "she has diamonds in the inside")
...
sean paul: reparo nas raparigas do bar. cavalheiro como sou, dispo mentalmente a amiga do piercing, mais curvilínea. ela responde-me com um sorriso discreto enquanto pede, com ar aristocrático, uma mini. sagres.
depeche mode - "in your room"
passo a língua pelo bigode. inho. (esta coisa)
os verdes marcam um golo. são a bolívia (eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas)
o piercing simula uma facada na amiga. a música impede-me de compreender completamente os motivos deste assassínio.
tenho o pé esquerdo ligeiramente dormente (let´s dwell in this situation to see what happens)
blasted mechanism (desconcentração provocada pela lembrança de M. e do bebé dela. stilettos firmemente cravados no relvado. consumo abundante de hors d'oeuvre e de martini)
no replay do golo, o avançado bolívio simula disparos para o ar (ou espectador específico na bancada superior) com arma de fogo. (mas o que é que se passa com o mundo?)
dead can dance. (ligeira vontade de chorar, independentemente de) pé esquerdo dormente. acto contínuo, levanto-me para comprar cigarros.
(levantamento para comprar cigarros)
bananarama (updated mix)
cocteau twins. (pausa para reler este texto e avaliar do carácter deprimente do mesmo. preguiça em reler. sloth)
beck: devil's haircut.
projecto de vida: acabar este cigarro, pegar na bicicleta e ir "para casa". não viver vicariantemente através dos meus filhos.
2008/10/15
nada de especial
é tarde (para quê?) e eu estou muito mal humorado.
gravei uma espécie de filme de retaliação (não confundir com filme de protesto) e o mutherfuckoxcjscvhkcg upload está a fazer-me passar.ainda mais.
outro assunto:
eu tenho lá a culpa se o puto quer seguir filosofia?
aconteceu uma cena. definir plano de acção ou de inacção. (nota mental: avaliar se vale a pena canalizar energias para isso.)
memento: conversa estranha sobre pés e coiso, ao almoço.
afinal de contas não estou assim tão tão mal-humorado.
hoje a modos que me citaram. aparentementemente eu defendo a tese de que não há coincidências. imagino-me a dizer isso. imagino-me a dizer o contrário. seja como fôr, eu a colocar o ponto final na frase anterior e recebo um bj via sms. o primeiro. todos sabemos (eu e vós 5) como o primeiro beijo é importante!
vou, finalmente, comer.
siga!
gravei uma espécie de filme de retaliação (não confundir com filme de protesto) e o mutherfuckoxcjscvhkcg upload está a fazer-me passar.ainda mais.
outro assunto:
eu tenho lá a culpa se o puto quer seguir filosofia?
aconteceu uma cena. definir plano de acção ou de inacção. (nota mental: avaliar se vale a pena canalizar energias para isso.)
memento: conversa estranha sobre pés e coiso, ao almoço.
afinal de contas não estou assim tão tão mal-humorado.
hoje a modos que me citaram. aparentementemente eu defendo a tese de que não há coincidências. imagino-me a dizer isso. imagino-me a dizer o contrário. seja como fôr, eu a colocar o ponto final na frase anterior e recebo um bj via sms. o primeiro. todos sabemos (eu e vós 5) como o primeiro beijo é importante!
vou, finalmente, comer.
siga!
its a glorious morning anyway...
e também acontece isto:
encontramos alguém que nos disse coisas que ainda não ouvimos.
assim uma espécie de jet-lag comunicacional.
encontramos alguém que nos disse coisas que ainda não ouvimos.
assim uma espécie de jet-lag comunicacional.
2008/10/14
it seems as the 80's were just the other day...
Oh the heads that turn
Make my back burn
And those heads that turn
Make my back - make my back burn yeah yeah
The sparkle in your eyes
Keeps me alive
And the sparkle in your eyes
Keeps me alive - keeps me alive
And the world
And the world turns around
The world and the world yeah yeah
The world drags me down
I'm sure in her you'll find
The sanctuary
I'm sure in her you'll find
The sanctuary
And the world
And the world and the world
And the world and the world and the world
And the world and the world and the world and the world
Make my back burn
And those heads that turn
Make my back - make my back burn yeah yeah
The sparkle in your eyes
Keeps me alive
And the sparkle in your eyes
Keeps me alive - keeps me alive
And the world
And the world turns around
The world and the world yeah yeah
The world drags me down
I'm sure in her you'll find
The sanctuary
I'm sure in her you'll find
The sanctuary
And the world
And the world and the world
And the world and the world and the world
And the world and the world and the world and the world
dr. phil
filete
filarmónica
filigrana
fila, cão de
filisteu
filofax
filantropo
filamento
file X
filosofia
feeling
episódio ansio-depressivo associado a ligeira tontura
phi
filarmónica
filigrana
fila, cão de
filisteu
filofax
filantropo
filamento
file X
filosofia
feeling
episódio ansio-depressivo associado a ligeira tontura
phi
2008/10/13
2008/10/09
capa d'ócio
sugestão para pessoas sugestionáveis:
googlar carapausalimados em imagens.
a diversidade de motivos, todos ali em thumbnails ordenados a olhar pá gente até faz impressão.
por outro lado é uma forma de recuperar clássicos desta casa tais como "desculpe, minha senhora" ou "síndroma do barro de nisa"
disclaimer: esta casa tem links
googlar carapausalimados em imagens.
a diversidade de motivos, todos ali em thumbnails ordenados a olhar pá gente até faz impressão.
por outro lado é uma forma de recuperar clássicos desta casa tais como "desculpe, minha senhora" ou "síndroma do barro de nisa"
disclaimer: esta casa tem links
summer left-overs
extremo estio. extrema dura.
olhos novos sobre rochas antiquíssimas.
medos de aventura e penhascos de miragem.
gargalhadas de criança fazem caracóis frescos sobre a atmosfera bélica. suavizam.
quando, à noite, na margem da barragem, se fez uma fogueira usando o lixo dos ravers como combustível, improvisou-se isto:
"e* se eu fosse espanhol,
não atacava marvão,
'inda levava com uma bala
disparada de um canhão"
seguiram-se risos, palmas, correrias, saltos e uma bofetada pedagógica (bem encaixada, por sinal) por via de incursão aquática nocturna.
* a conjunção aparece aqui a despropósito. imagine-se o apresentado inserido num meddley folk, pimba, punk, infanto-caótico.
n.b. onde se lê ravers, combustível e meddley poderá ler-se foliões, lenha e rapsódia.
em estados alterados de consciência poderá dar-se o caso de serem lidas outras coisas, nomeadamente, garrafão, escadote e potpourri.
olhos novos sobre rochas antiquíssimas.
medos de aventura e penhascos de miragem.
gargalhadas de criança fazem caracóis frescos sobre a atmosfera bélica. suavizam.
quando, à noite, na margem da barragem, se fez uma fogueira usando o lixo dos ravers como combustível, improvisou-se isto:
"e* se eu fosse espanhol,
não atacava marvão,
'inda levava com uma bala
disparada de um canhão"
seguiram-se risos, palmas, correrias, saltos e uma bofetada pedagógica (bem encaixada, por sinal) por via de incursão aquática nocturna.
* a conjunção aparece aqui a despropósito. imagine-se o apresentado inserido num meddley folk, pimba, punk, infanto-caótico.
n.b. onde se lê ravers, combustível e meddley poderá ler-se foliões, lenha e rapsódia.
em estados alterados de consciência poderá dar-se o caso de serem lidas outras coisas, nomeadamente, garrafão, escadote e potpourri.
"sou um cão muito mau..."
a outra: acredita nas ciências do oculto?
eu: existem. ouço falar no poder dos cristais e isso...
a outra: acredita nas propostas dessas ciências?
eu: não seja ridícula.
eu: existem. ouço falar no poder dos cristais e isso...
a outra: acredita nas propostas dessas ciências?
eu: não seja ridícula.
quick mill chrome
vim hoje como venho sempre.
ainda ontem falava na circunstância das rotinas. a segurança e infantilidade inerentes.
mas hoje é um dia diferente: chove, não me sentei na mesa habitual e não tenho horário a cumprir. estou sozinho mas isso não é novidade, apesar de hoje me sentir mais sozinho. hoje posso prolongar os pequenos prazeres decorrentes desta função. posso admirar os tons dourados da espuma do café que (nada acontece por acaso?) combinam muito bem com a cor do bagaço home-made com que costumo acompanhar o café.
reparo agora que, na extremidade da folha onde escrevo, se encontra uma composição que encerra todo o mistério do mundo: chávena de café vazia, com espuma dourada, balãozinho de brandy, quase vazio de água-de-fogo, copo de cerveja, quase vazio, também ele em acordo cromático com o meio envolvente.
há uma triangularidade dourada que me diz que não é importante haver mais do que isto se é isto que se deseja...
lembro-me que não me esqueci de D. no dia do seu aniversário e lembrei-me disso, agora, porque se aqui estivesse me perguntaria em quem estaria eu a pensar. e, se eu pudesse, contar-lhe-ia muitas coisas ao que me diria que eu era mesmo assim e que tivesse cuidado. observadores mais incautos poderiam pensar que o que se pretendia era uma suposta protecção de vítimas inocentes, mas a realidade é que o interesse era pela minha integridade. tem cuidado significa, aqui, tem cuidado contigo. vítimas não inocentes...
decidi-me (!) por mais um digestivo. afinal de contas, os restantes comensais olham com ligeiro desdém para o meu rabo-de-cavalo enquanto se atacam mutuamente com os resultados desportivos das suas equipas de futebol preferidas. e eu sou assim. não custa nada agradar às pessoas.
apetece-me voltar à coisa das rotinas. habitualmente costumo pensar que as rotinas me permitem não pensar sobre várias coisas. dado que não me sinto bem a decidir coisas (não por insegurança, mais por consciência aguda da indiferença) encontro nas rotinas uma certa poupança de recursos. mas a questão importante é outra: o tempo livre ou libertado na adopção de rotinas é usado como? r: não é usado. não é preenchido*
eu sou um nada esponjoso.
(flick-flack encarpado à rectaguarda)
julgo ser formalmente tão fácil magoar quanto (não me ocorre agora ou não me apetece, não sei, o antónimo de magoar) agradar a alguém. se, porventura, consigo magoar a sério alguém (julgo já tê-lo feito. voluntariamente), por outro lado também consigo o oposto (ainda não me ocorre. registe-se a não ocorrência). isto tudo porque, de facto, as pessoas me interessam. todas em geral, algumas em particular, consoante algumas particularidades.
lembro-me (sempre) de uma conversa que tivemos (prezo a tua opinião e costumo reter conversas tidas à beira-mar):
-tu tens recursos suficientes para impressionar as mulheres. generalizo. tu percebes. falta-te, pensava eu que te faltava, uma certa determinação, um ar decidido e confiante. nós apreciamos isso. as mulheres mais inteligentes detectam isso em pequenos pormenores mas não te vou falar nisso. o que se passa é que o teu jogo é outro. expões o flanco. e isso é uma técnica como outra qualquer. é estratégia. afinal, tu escolhes isso, logo, tu tens o controlo sobre a situação.
- complexo de d. juan?
- pior. o donjuanismo assenta em duas situações diferentes: exacerbado amor-próprio e absoluto desprezo pelas mulheres. acho que tu, num movimento, te colocas à margem disto. por vezes acho que tu só gostas (e gostas mesmo. isso seduz, claro) de mulheres porque não gostas de ti.
- a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer...
- não sejas parvo. tu és parvo.
epílogo:
- então, sr professor, hoje é dia de descanso. deviam ser todos assim, não era?
- espero que nunca sejam...
ainda ontem falava na circunstância das rotinas. a segurança e infantilidade inerentes.
mas hoje é um dia diferente: chove, não me sentei na mesa habitual e não tenho horário a cumprir. estou sozinho mas isso não é novidade, apesar de hoje me sentir mais sozinho. hoje posso prolongar os pequenos prazeres decorrentes desta função. posso admirar os tons dourados da espuma do café que (nada acontece por acaso?) combinam muito bem com a cor do bagaço home-made com que costumo acompanhar o café.
reparo agora que, na extremidade da folha onde escrevo, se encontra uma composição que encerra todo o mistério do mundo: chávena de café vazia, com espuma dourada, balãozinho de brandy, quase vazio de água-de-fogo, copo de cerveja, quase vazio, também ele em acordo cromático com o meio envolvente.
há uma triangularidade dourada que me diz que não é importante haver mais do que isto se é isto que se deseja...
lembro-me que não me esqueci de D. no dia do seu aniversário e lembrei-me disso, agora, porque se aqui estivesse me perguntaria em quem estaria eu a pensar. e, se eu pudesse, contar-lhe-ia muitas coisas ao que me diria que eu era mesmo assim e que tivesse cuidado. observadores mais incautos poderiam pensar que o que se pretendia era uma suposta protecção de vítimas inocentes, mas a realidade é que o interesse era pela minha integridade. tem cuidado significa, aqui, tem cuidado contigo. vítimas não inocentes...
decidi-me (!) por mais um digestivo. afinal de contas, os restantes comensais olham com ligeiro desdém para o meu rabo-de-cavalo enquanto se atacam mutuamente com os resultados desportivos das suas equipas de futebol preferidas. e eu sou assim. não custa nada agradar às pessoas.
apetece-me voltar à coisa das rotinas. habitualmente costumo pensar que as rotinas me permitem não pensar sobre várias coisas. dado que não me sinto bem a decidir coisas (não por insegurança, mais por consciência aguda da indiferença) encontro nas rotinas uma certa poupança de recursos. mas a questão importante é outra: o tempo livre ou libertado na adopção de rotinas é usado como? r: não é usado. não é preenchido*
eu sou um nada esponjoso.
(flick-flack encarpado à rectaguarda)
julgo ser formalmente tão fácil magoar quanto (não me ocorre agora ou não me apetece, não sei, o antónimo de magoar) agradar a alguém. se, porventura, consigo magoar a sério alguém (julgo já tê-lo feito. voluntariamente), por outro lado também consigo o oposto (ainda não me ocorre. registe-se a não ocorrência). isto tudo porque, de facto, as pessoas me interessam. todas em geral, algumas em particular, consoante algumas particularidades.
lembro-me (sempre) de uma conversa que tivemos (prezo a tua opinião e costumo reter conversas tidas à beira-mar):
-tu tens recursos suficientes para impressionar as mulheres. generalizo. tu percebes. falta-te, pensava eu que te faltava, uma certa determinação, um ar decidido e confiante. nós apreciamos isso. as mulheres mais inteligentes detectam isso em pequenos pormenores mas não te vou falar nisso. o que se passa é que o teu jogo é outro. expões o flanco. e isso é uma técnica como outra qualquer. é estratégia. afinal, tu escolhes isso, logo, tu tens o controlo sobre a situação.
- complexo de d. juan?
- pior. o donjuanismo assenta em duas situações diferentes: exacerbado amor-próprio e absoluto desprezo pelas mulheres. acho que tu, num movimento, te colocas à margem disto. por vezes acho que tu só gostas (e gostas mesmo. isso seduz, claro) de mulheres porque não gostas de ti.
- a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer...
- não sejas parvo. tu és parvo.
epílogo:
- então, sr professor, hoje é dia de descanso. deviam ser todos assim, não era?
- espero que nunca sejam...
clube de cavalheiros*
long gone sirocco
advertiram-me da nortada. lembro-me agora que devia ter pensado nisso.
o vento empurra uma chuvinha obstinada de encontro às minhas pernas extemporaneamente desprotegidas, mea culpa, pois deu-me para usar os calções-para-prolongar-o-verão(marca registada)
o vento empurra uma chuvinha obstinada de encontro às minhas pernas extemporaneamente desprotegidas, mea culpa, pois deu-me para usar os calções-para-prolongar-o-verão(marca registada)
sometimes i'm afreud of the dark
é da mesa dos conspiradores que me chega o convite... todos me tentam medir por dentro enquanto eu, defensivamente, lhes de alto a baixo.
uma jukebox americana, com cromados de plástico, tira apontamentos e acena com uma língua bífida às debutantes que se dirigem ao baile dos bombeiros voluntários.
há uma chuva oblíqua em que eu penso por isso mesmo enquanto reparo que o grupo em que me encontro se assemelha a uma pintura de cães jogando poker.
...
aconteceu um silêncio constrangedor e eu, incomodado e com uma estranha urgência em mostrar serviço, inquiri: e quanto aos pagamentos?". "aqui não. agora não", advertiram-me. senti-me desconfortável com a observação e tentei não pensar mais nisso concentrando-me no banco que me servia de assento: um objecto admirável, em alumínio polido. uma réplica exacta e à escala de uma grade de cerveja.
...
devo ter dormido durante horas. era já dia. a empregada, protegida por um sólido balcão de madeira patinada, olhava-me fixamente. foi nessa altura que me apercebi do embrulho deposto em cima da mesa, mesmo à minha frente.
uma jukebox americana, com cromados de plástico, tira apontamentos e acena com uma língua bífida às debutantes que se dirigem ao baile dos bombeiros voluntários.
há uma chuva oblíqua em que eu penso por isso mesmo enquanto reparo que o grupo em que me encontro se assemelha a uma pintura de cães jogando poker.
...
aconteceu um silêncio constrangedor e eu, incomodado e com uma estranha urgência em mostrar serviço, inquiri: e quanto aos pagamentos?". "aqui não. agora não", advertiram-me. senti-me desconfortável com a observação e tentei não pensar mais nisso concentrando-me no banco que me servia de assento: um objecto admirável, em alumínio polido. uma réplica exacta e à escala de uma grade de cerveja.
...
devo ter dormido durante horas. era já dia. a empregada, protegida por um sólido balcão de madeira patinada, olhava-me fixamente. foi nessa altura que me apercebi do embrulho deposto em cima da mesa, mesmo à minha frente.
2008/10/08
happy meal ou falar para o boneco...
o desejo corrói, desgasta.
o desejo pode até destruir-nos.
mas, por muito difícil que seja não termos aquilo que desejamos, são aqueles que não sabem o que realmente desejam que mais sofrem.
qualquer coisa parecida com isto foi dita ontem, no final do episódio (o de ontem, precisamente) da série "anatomia de grey".
esta referência deve-se apenas* ao facto de eu, neste momento e não sendo eu gajo de fazer planos e coiso, estar um bocadinho triste.
* este apenas é singelo como um bisonte, linear quanto uma vida, possui a eloquência do terror...
o desejo pode até destruir-nos.
mas, por muito difícil que seja não termos aquilo que desejamos, são aqueles que não sabem o que realmente desejam que mais sofrem.
qualquer coisa parecida com isto foi dita ontem, no final do episódio (o de ontem, precisamente) da série "anatomia de grey".
esta referência deve-se apenas* ao facto de eu, neste momento e não sendo eu gajo de fazer planos e coiso, estar um bocadinho triste.
* este apenas é singelo como um bisonte, linear quanto uma vida, possui a eloquência do terror...
2008/10/02
2008/10/01
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