é da mesa dos conspiradores que me chega o convite... todos me tentam medir por dentro enquanto eu, defensivamente, lhes de alto a baixo.
uma jukebox americana, com cromados de plástico, tira apontamentos e acena com uma língua bífida às debutantes que se dirigem ao baile dos bombeiros voluntários.
há uma chuva oblíqua em que eu penso por isso mesmo enquanto reparo que o grupo em que me encontro se assemelha a uma pintura de cães jogando poker.
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aconteceu um silêncio constrangedor e eu, incomodado e com uma estranha urgência em mostrar serviço, inquiri: e quanto aos pagamentos?". "aqui não. agora não", advertiram-me. senti-me desconfortável com a observação e tentei não pensar mais nisso concentrando-me no banco que me servia de assento: um objecto admirável, em alumínio polido. uma réplica exacta e à escala de uma grade de cerveja.
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devo ter dormido durante horas. era já dia. a empregada, protegida por um sólido balcão de madeira patinada, olhava-me fixamente. foi nessa altura que me apercebi do embrulho deposto em cima da mesa, mesmo à minha frente.
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