2010/11/03

amici e outras coisas em anti-stress

um amigo que me ensinou que a melhor fórmula de descrever a amizade pode ser "alguém que faz parte da tua vida" dizia-me, agora mesmo, que estava apaixonado. segue a descrição:
"ela é mm doce, à filme: the one"
haver alguém que me escolhe para me dizer estas  coisas (ainda) é surpreendente. devíamos dizer sempre as coisas boas que sentimos sobre as pessoas às pessoas. eu tenho uma certa dificuldade em fazê-lo. mas, graças aos deuses, algumas dessas pessoas percebem que gosto delas e que as admiro.
"ainda não amava e já amava o amor", dizia agostinho, o santo. sim senhor, nada a dizer, mas mais adequado para quando corre bem...
este é um daqueles casos (pareceu-me) de amor trágico...
são certos livros, certos filmes, certas músicas que nos definem. também são certos livros, certos filmes, certas músicas que nos fodem a vida. os mesmos, quase sempre.
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em conversas passadas acho que disse uma ou duas coisas inteligentes sobre a monogamia (aí uns 2,3% das coisas que disse. as restantes era só eu a pensar)...
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e agora algo completamente diferente:
disseram-me hoje que "uma amiga minha esteve casada com um sueco... ele era tão mau na cama que lia enquanto fazia relações com ela (vou abster-me de comentar a expressão "fazer relações"... mais por falta de tempo do que de estímulo)"... era patente o desdém pelos machos suecos (é bem intencionado o esforço de salvaguardar a boa reputação das fêmeas portuguesas). eu respondi "os suecos são uns cavalheiros. para não magoar a senhora deu-lhe a entender, de uma forma não agressiva, que ela era um traste na cama". todos riram, excepto a mulher mais interessante da sala, que apenas exibiu um muito eloquente e quase imperceptível sorriso.
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não tendo eu sido educado num contexto onde a utilização eficaz e elegante de espírito (no sentido de esprit em francês, wit, em inglês), isto é, onde o espírito fosse estimulado, fui resvalando para algo tendencialmente próximo disso (sem pretensiosismos). estimo particularmente as minhas raízes paradoxalmente proletario-rurais (as vítimas da fome e o caralho...). mas transformei-me nisto. nesta espécie de coisa outdated e misfitted e outras coisas em inglês... viva-se!
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3 comentários:

Carmen disse...

no Alentejo, e até aos meus 13 anos, o contacto que tinha com livros (para além dos livros escolares e colecções temáticas que havia lá por casa) era a visita da biblioteca itinerante, uma daquelas carrinhas vermelhas com prateleiras de livros até ao topo. uma vez por mês escolhia os 2 magníficos livros que me fariam companhia até ao mês seguinte. cheguei a levar ralhetes e algumas lambadas porque tinha passado a tarde toda na ‘carrinha’… -´mas que coisas tão importantes tens tu para fazer lá, uma tarde inteira!?’, -‘pegar em livros, cheirar livros, ler livros, VER coisas mãe!’, esta minha argumentação nunca foi muito satisfatória. acho que a coisa se agudizou quando, a juntar à minha fixação pela vinda da biblioteca, acontece a minha primeira avassaladora paixão (o meu primeiro grande amor eheheh)… que por coincidência passava as tardes na oficina do pai situada no largo do pelouro onde parava a dita. e mais não vale a pena dizer. ou uma recordação quase poética sobre o parco estímulo do espírito ganha contornos menos inocentes… eheh.

me disse...

isto sim, é um comentário!!!!
também me diverti a descontextualizar "amor" e "carrinha"...
e "contornos"... e "agudizou"... e etc...

Carmen disse...

sabes como é, sou alentejana.
às vezes, apetece-me… mas depois aborrece-me.
outras é uma questão de bom senso e manutenção da sanidade.
(comentar, entenda-se)

eu sei que sou meia gipsy soul, mas depois de teres dito isso, reparei que 'carrinhas' parecem elementos recorrentes e marcantes na minha vida... anyway...

gosto quando ajudo na diversão e alegria e isso.

sei de uma banda sonora… ui… eheh

lov'ya