2010/11/20

marítima-extravasante

navego em reticência, em neblina,
a nau periclitante no asfalto.
para dobrar em pele de mulher-menina
o imenso cabo do sobressalto.

um doce sorriso como guia
ou outra corporal constelação,
leva-me no encanto até ser dia.
em oscilante embalo a embarcação...

invente-se uma praia de areia
dourada num inverno de calor!
cante-se o canto da sereia
e regresse-se de novo ao torpor.

e já em terra firme registar
a inscrição nos tomos de história:
que desta nobre arte de marear
jamais se possa perder a memória.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto.
CZ