2011/01/13

visionarium

conhecer alguém de vista...
esta frase tende a desvalorizar esta forma de conhecimento e há razões válidas para isso. mas talvez haja razões (ou emoções) que justifiquem uma abordagem inversa.
ver mulheres bonitas, em geral, é como dizia o outro n'..o homem invisível. mas até neste contexto esta forma de conhecimento é muito estimável.
conseguir-se-á um melhor enquadramento atentando-se nos casos particulares.
vou dar um exemplo:
eu posso conhecer a expressão facial de uma mulher quando abraça o seu amante, ele não. (*)

eu posso conhecer coisas importantíssimas de uma pessoa que não conheço de facto (habitualmente referimo-nos às pessoas que não conhecemos bem como conhecidos).

apesar das misturas comummente me baldearem o fígado e outras coisas internas, vou misturar um filme visto recentemente com uma experiência também recente. dessa mistura resulta a firme convicção(**) de que podemos dizer coisas fortes, intensas, significativas, apenas pelo olhar, pelo modo de olhar, pela intencionalidade (real ou virtual) do acto de ver. e podemos (o filme não ia muito por aí...) ter uma relação unicamente deste tipo com alguém que, deste modo, se torna um conhecido desconhecido.

pré-refutação-a-cortar-para-canto-no-sentido-de-vai-ver-se-chove:
à eventual objecção de "mas só se pode amar aquilo que se conhece" responderei apenas "precisamente. queres melão?"

** são expressões como esta que levantam suspeitas sobre a autoria destes textos. na volta estes textos são apócrifos. ou são simplesmente parvos.ou são escorpião ou aquário ou isso...

* omite-se qualquer análise da expressão facial de uma mulher enquanto abraça o seu amante e, simultaneamente, olha para mim.

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