2006/04/28
síndroma do barro de nisa
foi com este título que um jornal nacional de grande tiragem revelou a verdade: muito mais graves do que a propagação de doenças infecciosas devido ao consumo de águas contaminadas em algumas zonas de áfrica são as consequências do transporte dessa mesma água em recipientes de barro pedrado da zona de nisa (portugal).
a imagem fala por si mesma.
antónio cabaçinha declarou à senhora que faz a limpeza à redacção dos carapaus:
"a água tinha assim um gosto meio isquisito, mais a gente até sisquece quando istá a beber pelo buraquinho. agora tou assim disfigurado e chamam-me nomes."
antónio cabacinha ostentando marcas visíveis do "síndroma do barro de nisa"
Sue - gestão
depressa e bem... só no vale de santarém
(TAEG 27%, com 50% no acto de contratação, em contrato mínimo de 15 minutos)
a leece
tu tás com uma produção de POsTES qué obra!!
noir diz:
eu, para obrar, tou por aí....
noir diz:
queres um em primeira mão?
noir diz:
tou-me a cagar para o controlo dos esfíncteres
alice ...1419... diz:
...
noir diz:
aquele de que mais me orgulnho é o do western-tragédia
noir diz:
o que é orgulnho?
alice ...1419... diz:
é russo amori
noir diz:
tou a ver....
noir diz:
eu tive um orgulnho russo que se chamava gingão?
phado
em que corro, nú, ao vento
e depois páro um momento
a olhar o mar medonho?
sinto medo ou ansiedade
nesse sonho em que me pintas?
pintando com falsas tintas
o que sinto na verdade
não pintes coisa nenhuma
que o que vês é irreal...
fundo-me com o temporal
e desapareço em espuma.
canadian diary
and with nothing to say
nothing to do
no cause to embrace
just standing still
hoping that the beast won’t notice me
and continue it’s way.
fiz-te um jeito uma vez...
a minha mão marcada no teu peito
perguntas de que é que eu sou capaz
enquanto faço o que nunca te tinham feito
o orvalho que se forma em tua pele
o gemido que disfarças por prazer
na chegada à terra de leite e mel
tu és toda um mundo a estremecer
depois, num sussurro, a sorrir
agradeces-me ainda ofegante
o meu nome: voltaste a confundir...
afinal, não é nada de importante.
casa pia
há que ver quem foi
a quem perdoar
a quem condenar
doa a quem doer
ir até ao fim
cortar a direito
levar tudo a eito
doa a quem doer
sem olhar para trás
força decidida
o dedo na ferida
doa a quem doer
trazer tudo a luz
nada a temer
faça sangue ou pus
seja o que for
o que quer que aconteça
seja como for
antes que arrefeça
doa a quem doer
doa a quem mereça
seja a quem for
para que não se esqueça
ir até ao fim
tudo concluído
para que se saiba
para não ser esquecido.
2006/04/26
bom caminho
a condução de portugal torna-se muito mais fácil com direcção assitida.
deus do amor
habitualmente (i.e. nos grupos culturais que eu conheço melhor) a divindade que representa o amor é do género feminino.
Chocha pila não é uma divindade deste tipo.
2006/04/25
cartilha fraternal de joão de deus (césar monteiro revisitado)
era capaz de paz ou coisas más
um pé no chão, no bidé o outro pé
a ti eu vi daqui, depois sorri:
olha lá, totó, vê se tens dó...
quem és tu para lhe mirares o cú?
jamais no teu carro
e da mesma forma que, para se saber se um carro tinha antes outra cor se tem que raspar a tinta que actualmente apresenta, também se teria que destruir a harmonia das palavras e do silêncio, da lucidez e da análise que deixas nos sítios como uma memória, para que houvesse um “tu” disponível.
há uma unidade na dispersão do olhar, uma singularidade viva e subterrânea.
e, simples e banalmente, é isso que me atrai e assusta.
(a beleza de uma arma alterar-se-á pelo conhecimento de que se encontra carregada?
a tensão na mola de uma armadilha para raposas.)
may day
not yours, not mine, we have our way
closer to fine we live our day
now we go back, restart to play
almost divine, hunter and prey
we don’t decline, we just delay
please don’t define the way we pray.
à boleia com morrissey
because black is how i feel on the inside
and if i seem a little strange
well, that’s because i am
but i know you would like me
if only you could see me
if only you would meet me.
sing me to sleep sing me to sleep. sing me to sleep. sing me to sleep.
there is another world
there is a better world
well, there must be
bye-bye...
and sometimes i make foolish things
and sometimes i do nothing.
and sometimes a room gets flooded
with your presence
and
i
forget
about
myself...
time to kill, time to kill, time to kill...
the pointless
the misfits
the unwanted
the eternal glamour of decay.
in constância XXIV
as i follow this river no matter where it goes
as there should be an end while the time keeps running
as there should be refusal while i’m still just wanting
em estrangeiro tem muito mais pinta
implosão
blogger.com
username: kontiki
password: kentucky
não existe nada sagrado nem definitivo, pois não?
2006/04/24
tributo a max stirner:
o que interessa sou eu.
2006/04/22
2006/04/21
searching the sea
Ever loved a man who made you feel small?
If you were a sailor
I'd raise the anchor
To sail the sea
In search of you and me
And god
Conjures currents to break our fragile boats
And both the innocent and the damned
Are swallowed up in his wake
rapinado aos dead can dance "i can see now"
2006/04/20
not me III
então, fingindo-se um amante atento e carinhoso, abraçava-a com o fanatismo urgente e tumultuoso de qualquer animal possuidor e exigia que ela de pronto correspondesse à sua cegueira de paixão apenas física."
maizoumenos joão de melo, "o homem suspenso"
figueira da foz 2005
os sons de uma novela envolvem o âmbar do meu licor.
existranse
o que deixaria eu de ser?
encontrar-me-ei contigo, aqui, noutro dia e noutra hora.
em lugar nenhum.
transe fugidio de beleza proibida
lance luzidio de certeza adormecida
ver de volta, olhar atrás
a ver do que sou capaz
o que seria eu capaz de ser?
o que trocarias a mim?
2006/04/19
motosserra
tive de ir cortar lenha para o campo (nós, os intelectuais, somos assim...).
com o desgosto quase cortei um dedo com o motosserra.
isso leva-me a um outro caso semelhante:
o meu grande acidente com o motoserra...
chamavam-me tripé.
já não chamam.
2006/04/18
philematology, the last frontier...
in constância III (metáfora para a existência humana)
da obstinação de um tronco semi-submerso
contra a força inexorável da corrente.
pálidos assomos de resistência
e nasce e cresce e luta e floresce e reproduz-se
e luta e quase morre e vê os seus rebentos
continuar a lutar e adia e resiste e morre
a resistir, a lutar, a florescer e a adiar.
e o ritmo dos dormitórios, dos dias e das noites, é-lhe indiferente.
e toda a gente vê e ninguém faz nada.
será que vale mais a pálida tentativa
contra a força verde e mole do que
a brancura ostensiva deste cão
em “promenade”, eternamente submisso...
apoiado II
"não voltarei a assinar o meu nome em qualquer documento referente a esta instituição."
o seu braço-direito, igualmente demissionário, acrescentou:
"e eu assino em baixo."
eu sei dizer os "ths"
de novo o povo
desbota o bote
denota a nata
desola o solo
decanta cantigas
define feridas
desfalque facada
decide o cio
desfia o fio
disco contracção
desanda, andor
devassa valor
distingue a catinga
desenvolve vinga
desconto contigo
desmamo-lhe um figo
descuro a cura
desfeita futura
desenlace, dote
diva cachalote
descola calado
disfunção funesta
eréctil aresta
diz fado diz festa
disfarce falsário
all is lost in translation
então, peguei no pó de uma longa noite sem sono e coloquei-o no teu sapatinho, tendo depois confessado que fui eu que torturei o vestido que tu usavas para o mundo te ver através dele...
mostrei o meu coração ao médico: disse-me que só tenho que desistir,
e passou-se-lhe uma receita onde o teu nome constava.
depois fechou-se numa estante de biblioteca com os pormenores da nossa lua-de-mel...
e diz-me agora a enfermeira que ele está muito pior, a sua actividade praticamente arruinada...
disseram-me que havia um santo que conseguiria amar-te. estudei toda uma noite na sua escola, onde ele dizia que o dever dos amantes é o de enferrujar a regra dourada. assim que fiquei certo da pureza dos seus ensinamentos ele afogou-se na piscina.
o seu corpo foi-se mas, por aqui, no relvado, o seu espírito continua a babar-se...
um esquimó mostrou-me um filme que ele te tinha feito há pouco tempo. o desgraçado mal conseguia parar de tremer, os lábios e os dedos tinha-os roxos. parece que ele gelou quando o vento levou as tuas roupas e acho que nunca mais conseguiu aquecer... mas tu lá continuas, tão doce, no teu turbilhão de gelo...
por favor, deixa-me entrar na tua tempestade.
monumento à amante desconhecida
és o Alfa e o Ómega...
dos cumes do oxigénio rarefeito
às profundezas da saturação
da imolação das virgens
à abjecção das putas
eros e thanathos
dia e noite
almíscar e estrume
nítida cegueira de querer sem querer
e não crer (mas ainda assim, e talvez por isso) e cumprir o ritual
da transformação
da larva em borboleta
e do príncipe em sapo.
Teste de Avaliação
debruçadas sobre as mesas...
receptivas mesas.
há uma consciência de calor que teima em cortar os mais produtivos raciocínios.
e eu sou só mais um dos que escrevem coisas só para parecerem ocupados
e um pouco mais inteligentes.
- praise de wisdom of the greek
- praise the madness of the barbarian.
(self-portrait in onion suit)
AS COISAS QUE TU SABES
neblinas e suores de firmamento
num cume, cio e rumo que a tome.
se de terra e visco medra, passa fome
comprime em gota oca o pensamento.
2006/04/11
2006/04/07
in constância III
mais do que as luz convexa das folhas
mais do que a curvatura do teu pescoço...
é a orgia sexual dos plátanos que circula à tua volta e que te deifica
que me torna consciente de mim próprio.
in constância II
vir ver crescer os dias e diminuir o tempo.
se vai ser tão bom.
burp
no fato faca do pão
na falha do fim que cala
fada boa boda fala)
bola boa, foda bala
teu fio forte varão
tira tralha, tua tara
tirocínio reprovado
(na viga vagar de vício
navega na água mão
na vinda vagão que pára
no sim apesar de não)
viga vã de vigilância
vida galã sindicância
vaga-lume cuneiforme
ciúme valor senil
indigência, frio, fome....
vacuidade vital
contraponto, sinfonia
na ida p’rá cona da tia
pináculo de catedral
és a gala de dali
és a helena de tróia
chupas shiele
lambes goya
e ainda h. raqui.
ana paula
o paulo rocha tinha uma casal com um escape rapinado de uma vespa... serviu perfeitamente.
achei-te linda.
não sei se tinhas confiança em mim ao te agarrares tão firmemente ao meu corpo (a confiança até pode nem ser para aqui chamada...) ou se tinhas só medo de morrer...
a água reflectia a lua no teu rosto e eu reparei nos teus mamilos erectos pelo vento da corrida (eu sei perfeitamente que, foi por ser a ti que o disse, te disse “bicos das mamas”, não sou (sempre) parvo...)
foi intenso e eu, nessa altura, nem usava a palavra intenso....
digo-te hoje que não te beijei porque não quis... (é estranho. se pensarmos que te beijei noutras alturas em que não sei se me apetecia ou não (acho que eras tu, não?))
não interessa... não é bem para ti que falo...
tal como nesses dias, julgo que não deves fazer a mínima ideia do que eu estou a falar...
pride
i’m not proud of what i do…
cheque mate
marca de cola na gola
tirar as calças de ganga
dar o benefício da tanga
antes que se dê à sola.
casar botão com engano
meter a mão sob o pano
no fim das costas, tu gostas
tu que estocada, bainha
ao fim e ao cós sou algoz
num amplexo ou cernelha
és tu que estucada, velha
levas mais mole que dura
com sebo de purpurina
és lantejoula, latrina
seja breve ou seja à bruta
chamo-te filha da puta
entalado pela cintura
uma rosca de joelhos
columbina dos pintelhos
padroeira das borbulhas
nunca jogar p’ra perder
trabalhar para aquecer
e dando o tudo por tudo
ver braga por um canudo
bilhete de ida, sem volta.
ouve lá...
não. deve ter sido algum feromónimo.
encantamento
os olhos dela cintilavam a condizer.
2006/04/06
shaven
rapa e deixa, põe e tira
põe e tira, tira e põe, põe e põe, tira tira...
cala
beija
paz
…e fica
fractura
não é uma sensação boa, de facto.
independentemente da dor, de ela existir ou não e mediata ou imediatamente. o contacto do ser com o seu esqueleto devia ser sempre mediatizado pela morte, assim estilo a fuga da alma do corpo e a subsequente tomada de consciência, por via de observação empírica, de que somos a síntese de dois constituintes de naturezas tão díspares que a simultaneidade destas instâncias num único devesse ser tomada sempre como um paradoxo absolutíssimo.
o problema não é a permanência de um defeito na mão, de um acentuar da forma abaulada do espaço que medeia entre o pulso e a palma...
o problema é e será sempre o da fragilidade e, por inerência, o da finitude.
crime e castigo
e ranges o nome de alguém ainda mais assustado que tu...
the lamb
icy waters
you’re the one who tells me
that you’ll hold no other
kiss my forehead and whisper
hush, hush, little baby
although I don’t trust you
don’t want you to blame me
with the hand
feel the land
I’m the lamb
you told me you cared
about my desires
and I knew you meant it
as i felt the fire
with the hand
left my impression
in confession
I will never destroy
the thought you are mine
as long you enjoy
your everlasting crime
with the hand
you close my eyes
you say good-bye
novembro 1990
queria ficar com alguém...
necessário à náusea, ao enjoo da presença.
até que todas as palavras
e todas as combinações de palavras
se esgotassem
que todas (ambas) fossem redutíveis à banalidade
que deixassem de ferir
de incendiar
de tolher... o gesto e o pensamento
que o cheiro da pele (a mesma pele da aurora desse mundo)
se tornasse insuportável
que a respiração abrisse fissuras nos poemas
e os fizesse perder a existência e ficassem
os seus destroços no chão fazendo tropeçar
a busca dos ângulos e da logística.
e aí (quando na presença em dor se esgota a memória)
só
então aí
partir, sem deixar ou guardar rasto
rastejando em culpa seca, nominal.
as coisas que tu não sabes
não couberam na planície desse olhar
e o estio de água tensa represada
de sal e praia e pedra fez-se mar
o balanço de cabelo e ventania
deram para inventar um folhetim
tu sorriste da parte que te cabia
eu resisto à parte que me cabe a mim.
em dilemas de amizades partilhadas
partilhámos o prazer de uma cerveja
e a todo o povo demos gargalhadas
das migalhas de um chão que não desejas
ante um espreguiçar de veraneio
marcado para o poente o recomeço
nada como o costumeiro devaneio
sim, eu sei, não disse tudo... eu não me esqueço.
a primavera acaba com a morte de uma andorinha
amar 1 dia ( júlio capicua)
clk
de um poder comum
ou uma força maior.
ou a maldade e o seu poder unificador.
não há deslizes, descuidos, gestos impensados.
a “mais-valia” de um perfume.
“não se podem estabelecer relações quantitativas entre determinações qualitativas”
fodia-lhe o CLK!
fodia-lhe o seu ser o CLK!
fodia-lhe a suspensão
em que se encontra, nesse pairar
nesse parar
repentino de velocidade
quietude de ímpeto e dissimulação
na tentativa hipócrita
da dádiva
de um cariz proletário
à ancestral impotência das intenções.
rien de rien
as imaturas oscilações entre galão directo e cerveja...
ou a indefinição pura da ambiguidade
ou um multi-usos de vazio
ou como falar/ olhar / pensar em gajas
sem falar/pensar/olhar gajas.
apodrecer na solidão de um bolor incompetente.
ela dizia que eu fazia bom uso da ironia
ela suspeitava, erradamente, que eu fazia bom uso de
outras
coisas.
e eu teria ido para a cama com ela
se ela
me pedisse
se ela
me quisesse
há alguma diferença?
&
e mais nada se pretende
e tudo o mais se deseja
daquilo que o corpo pede
enquanto a alma não cede
ao pendor para onde tende
que se servido em bandeja
apagaria o demais
red candy apple
canadian diary II
sinto a falta de alguém interessante para conversar.
sinto-me um estranho num local já de si saturado de estranheza.
há coisas boas, no entanto.
os carros são potentes e brilhantes.
as ruas são racionalmente ordenadas (até
demais: a sua uniformidade tende a fazer-nos perder).
há raparigas com muito bom aspecto que se passeiam em
bicicletas com, também elas, bom aspecto.
há demasiada comida.
não se pode dizer que esteja triste. afinal, poderia
realizar os meus objectivos neste sítio. pelo menos até
à vinda das chuvas.
2006/04/05
pedido de ajuda
nã, nã, nã...
nã, nã.
2006/04/04
fruta
em relação aos figos, o caso muda muitíssimo de figura.
2006/04/03
ironia
quando eu estou com a veia consigo controlar a actividade de mestres de yoga, xadrez, cu zinheiros, d'obras, cerimónias (vulgo mc's) e algumas daquelas pessoas que são pagas para aplaudir nos programas matutinos de tv.
$
ora, este é um hábito muito salutar e económicamente desejável.
tentarei dar o meu contributo a esta mui nobre causa brevemente. Afinal o tempo do melão aproxima-se.
song to the siren
On the floating, shapeless oceans
I did all my best to smile
til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.
And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."
Here I am, here I am
waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?
Now my foolish boat is leaning,
broken lovelorn on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart
shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?
Hear me sing: "Swim to me, swim to me,
let me enfold you.""Here I am. Here I am,
waiting to hold you."