2006/04/25

jamais no teu carro

há qualquer coisa que se agita sob a superfície dos teus gestos.
e da mesma forma que, para se saber se um carro tinha antes outra cor se tem que raspar a tinta que actualmente apresenta, também se teria que destruir a harmonia das palavras e do silêncio, da lucidez e da análise que deixas nos sítios como uma memória, para que houvesse um “tu” disponível.
há uma unidade na dispersão do olhar, uma singularidade viva e subterrânea.
e, simples e banalmente, é isso que me atrai e assusta.
(a beleza de uma arma alterar-se-á pelo conhecimento de que se encontra carregada?
a tensão na mola de uma armadilha para raposas.)

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bom mesmo!