queria ficar com alguém durante o tempo todo
necessário à náusea, ao enjoo da presença.
até que todas as palavras
e todas as combinações de palavras
se esgotassem
que todas (ambas) fossem redutíveis à banalidade
que deixassem de ferir
de incendiar
de tolher... o gesto e o pensamento
que o cheiro da pele (a mesma pele da aurora desse mundo)
se tornasse insuportável
que a respiração abrisse fissuras nos poemas
e os fizesse perder a existência e ficassem
os seus destroços no chão fazendo tropeçar
a busca dos ângulos e da logística.
e aí (quando na presença em dor se esgota a memória)
só
então aí
partir, sem deixar ou guardar rasto
rastejando em culpa seca, nominal.
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