2006/04/06

as coisas que tu não sabes

as palavras que, de fáceis, eram nada
não couberam na planície desse olhar
e o estio de água tensa represada
de sal e praia e pedra fez-se mar

o balanço de cabelo e ventania
deram para inventar um folhetim
tu sorriste da parte que te cabia
eu resisto à parte que me cabe a mim.

em dilemas de amizades partilhadas
partilhámos o prazer de uma cerveja
e a todo o povo demos gargalhadas
das migalhas de um chão que não desejas

ante um espreguiçar de veraneio
marcado para o poente o recomeço
nada como o costumeiro devaneio
sim, eu sei, não disse tudo... eu não me esqueço.

a primavera acaba com a morte de uma andorinha
amar 1 dia ( júlio capicua)

2 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito poema.
Como dizia outro poeta: "Quero que saibas que ainda não te disse nada".

me disse...

chamar a "estas coisas" poemas é elogiozixagerado.