2006/06/09

recife

juro que consigo ver a tua barbatana dorsal a fender o lençol,
e aos teus dentes, sempre renovados, adivinho-os.
sou tomado por algo das profundezas
com aquela mesma improbabilidade com que um sol imperial se poisa sobre as gruas, com restos de claridades sertanejas.

a certeza com que detectas a presença de uma vítima pela agitação dos membros é sibilante como o vento que arrefece os picos gémeos.

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