ainda não comecei a arrumar o scriptorium (a bike shack está quase como deve ser), mas ouvi uma canção do chris cornell que me fez lembrar de uma coisa que eu escrevi há uns tempos e que estava na pilha de papéis a que se pode chamar carapausamarinar. de modo que vou passar o texto para aqui, só porque sim.
estaria a dois copos de te dizer que te amo não fosse as banalizações me fazerem mal ao estômago quando me batem na fraqueza.
feito.
2011/12/27
2011/12/20
berbequim barreiros
alguém que não merece este tipo de maldades minhas - Dúvida de OBRIGAÇÕES:
Se A e B celebrarem um contrato-promessa de compra e venda de um anel (ou colar), tendo essa promessa mera eficácia obrigacional e A alienar esse anel (ou colar) a C, pode vir o B (promitente-comprador) pedir execução específica do contrato?! Afinal quando o contrato não é oponível a 3ºs pode ou não pedir-se execução especifica?
Aguardo respostas conclusivas, pf! :D
eu - eu cá acho que sim. pedir não é vergonha nenhuma e se a pessoa pede é porque precisa. além disso, apanha o balanço da época natalícia e há maior probabilidade de lhe calhar a tal execução específica. todos temos direito à felicidade e todos sabemos que não é com execuções assim meio gerais que a coisa lá vai.
Se A e B celebrarem um contrato-promessa de compra e venda de um anel (ou colar), tendo essa promessa mera eficácia obrigacional e A alienar esse anel (ou colar) a C, pode vir o B (promitente-comprador) pedir execução específica do contrato?! Afinal quando o contrato não é oponível a 3ºs pode ou não pedir-se execução especifica?
Aguardo respostas conclusivas, pf! :D
eu - eu cá acho que sim. pedir não é vergonha nenhuma e se a pessoa pede é porque precisa. além disso, apanha o balanço da época natalícia e há maior probabilidade de lhe calhar a tal execução específica. todos temos direito à felicidade e todos sabemos que não é com execuções assim meio gerais que a coisa lá vai.
keys
era uma vez uma família que estava a ver televisão. no ecrã via-se uma sereia e um pai natal numa praia. a sereia tinha brilhantes vermelhos sobre os mamilos e assim.
o patriarca, distraidamente, opina para o vazio:
- ora aí está como se faz uma carreira com uma carinha laroca e um par de mamas...
repentinamente, o seu rosto contrai-se numa tomada de consciência e, virando-se para a sua primogénita:
- ... por isso vê lá se estudas muito.
o patriarca, distraidamente, opina para o vazio:
- ora aí está como se faz uma carreira com uma carinha laroca e um par de mamas...
repentinamente, o seu rosto contrai-se numa tomada de consciência e, virando-se para a sua primogénita:
- ... por isso vê lá se estudas muito.
2011/12/16
time is luxury
- vens?
- não.
- porquê? não gostas?
- não sei.
- por que não vens, então?
- e se eu gostar mais de outra coisa?
- não.
- porquê? não gostas?
- não sei.
- por que não vens, então?
- e se eu gostar mais de outra coisa?
2011/12/12
2011/12/08
coisas fofinhas
estou a ouvir a márcia a falar com a inês meneses na radar...
fiquei a saber que a primeira está grávida de realizador do clip (este).
percebem-se melhor alguns planos, acho eu.
fiquei a saber que a primeira está grávida de realizador do clip (este).
percebem-se melhor alguns planos, acho eu.
2011/12/07
2011/12/06
desiderium
uma vez deu-me para esfregar uma lâmpada.
não era daquelas economizadoras de energia, era das incandescentes.
saiu-me de lá um génio que me concedeu 3 desejos...
ainda hoje os transporto comigo.
talvez que, em esfregando uma destas lâmpadas novas todas ecológicas e isso, me apareça outro génio que me conceda a realização desses mesmos 3 desejos.
não era daquelas economizadoras de energia, era das incandescentes.
saiu-me de lá um génio que me concedeu 3 desejos...
ainda hoje os transporto comigo.
talvez que, em esfregando uma destas lâmpadas novas todas ecológicas e isso, me apareça outro génio que me conceda a realização desses mesmos 3 desejos.
mão na coxa
- é verdade que disseste rata em vez de recta, aos alunos?
- é... aconteceu-me duas vezes, em dez anos...
- estou a ver. mas eu acho que há ligação, não?
- não sejas parvo... aquilo não parece mas é um trava línguas.
- o quê? a rata? tenho grandes reservas sobre isso...
- não... aquilo deslizou para ali...
- para quem dá calinadas destas até nem escolhes mal as palavras...
- tu não existes...
- é... aconteceu-me duas vezes, em dez anos...
- estou a ver. mas eu acho que há ligação, não?
- não sejas parvo... aquilo não parece mas é um trava línguas.
- o quê? a rata? tenho grandes reservas sobre isso...
- não... aquilo deslizou para ali...
- para quem dá calinadas destas até nem escolhes mal as palavras...
- tu não existes...
feminino panorâmico ou been there, done that ou nada existe por acaso ou colagem "autobiografia"
"... talvez uma e outra sejam a mesma, e a vida dos homens gire sempre em torno de uma só mulher: aquela onde se resume todas as mulheres do mundo, vértice de todos os mistérios e chave de todas as respostas. a que maneja o silêncio como ninguém, talvez por ser essa uma linguagem que, há séculos, fala na perfeição. a que possui a lucidez sábia das manhãs luminosas, de ocasos vermelhos e mares azul-cobalto, temperada de estoicismo, tristeza infinita e fadiga para as quais uma única existência não basta."
________________
"diante da presença ameaçadora e mágica do mar omnipresente, dores, anseios, vínculos sentimentais, ódios e esperanças diluíam-se na esteira de espuma, enfraquecendo até parecerem distantes, porque o mar torna os seres humanos egoístas e absortos em si mesmos."
arturo pérez-reverte, "o cemitério dos barcos sem nome"
________________
"diante da presença ameaçadora e mágica do mar omnipresente, dores, anseios, vínculos sentimentais, ódios e esperanças diluíam-se na esteira de espuma, enfraquecendo até parecerem distantes, porque o mar torna os seres humanos egoístas e absortos em si mesmos."
arturo pérez-reverte, "o cemitério dos barcos sem nome"
2011/11/29
- 10
só para coiso, aconselho vivamente a canção "duncan", do paul simon... se puder ser ouvida com a cena do filme "10 items or less" a acompanhar e de que, no filme, é o acompanhamento, melhor.
no iutube não encontrei nenhuma versão que me desse o mesmo pathos...
no iutube não encontrei nenhuma versão que me desse o mesmo pathos...
2011/11/28
2011/11/22
2011/11/19
leftovers
(manhã.
café e cigarro na esplanada.
leitura ocasional (correio da manhã, revista incluída).
sozinho na mesa da esplanada.
um grupo de 5 ou 6 homens conversava, ainda em resto de noite.)
- olha, este gajo é stripper.
- pois sou...
- stripper?... só se for masculino!
- aaaa... pois claro! masculino!
- então é gay.
- sou gay o caralho...
café e cigarro na esplanada.
leitura ocasional (correio da manhã, revista incluída).
sozinho na mesa da esplanada.
um grupo de 5 ou 6 homens conversava, ainda em resto de noite.)
- olha, este gajo é stripper.
- pois sou...
- stripper?... só se for masculino!
- aaaa... pois claro! masculino!
- então é gay.
- sou gay o caralho...
2011/11/12
2011/11/10
arquivo, parte CCLII
- ... naturalmente que este é um modelo ampliado, produzido unicamente para uma melhor apreciação do desenho, meu general. o aparelho que será distribuído às esposas e noivas dos nossos homens quando da sua partida para a frente de batalha, na sua forma definitiva, terá aproximadamente 7 polegadas de extensão e será alimentado por baterias de tipo AA, conforme a designação comum... julgamos assim estar a contribuir grandementente para a atenuação do esforço de guerra junto da população civil...
'ano propedêutico' ou '2 em 1'
- ó professor, o que é marasmo?
- versão abreviada?
- sim.
- em termos de sintomatologia, é o oposto de orgasmo.
- não percebi...
- culpa minha e das minhas crónicas faltas de rigor... marasmo é tédio, é quando nada acontece...
- então orgasmo é quando acontece alguma coisa?
- isso, minha querida aluna, e sem qualquer falha de rigor, é eufemismo.
____________________________________
- quem escreveu "o crime do padre amaro"?
- (em coro) .........................
- alguém deve saber...
- ........... (indicações sortidas e todas elas descabidas, exºs: luis de camões, josé saramago, miguel sousa tavares)........
- eça de queiroz.
- ainda é vivo, professor?
- é, mas já não escreve... está muito velhinho... (pqp esta merda toda)
- versão abreviada?
- sim.
- em termos de sintomatologia, é o oposto de orgasmo.
- não percebi...
- culpa minha e das minhas crónicas faltas de rigor... marasmo é tédio, é quando nada acontece...
- então orgasmo é quando acontece alguma coisa?
- isso, minha querida aluna, e sem qualquer falha de rigor, é eufemismo.
____________________________________
- quem escreveu "o crime do padre amaro"?
- (em coro) .........................
- alguém deve saber...
- ........... (indicações sortidas e todas elas descabidas, exºs: luis de camões, josé saramago, miguel sousa tavares)........
- eça de queiroz.
- ainda é vivo, professor?
- é, mas já não escreve... está muito velhinho... (pqp esta merda toda)
2011/11/09
upgraded perfection
sobre o verso "é preciso partir, é o preço do amor" ver o coiso de freud ali em baixo. (o coiso de freud é um belo nome para um blog. mesmo estando os blogs tão tão passé)
2011/11/06
not me... sóss viv 1 vez
"privamo-nos para mantermos a
nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a
vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer
sabermos o que essa coisa é. e este hábito de reprimirmos constantemente
as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão refinados. porque é que não nos embriagamos? porque a vergonha e os transtornos das
dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer
da embriaguez. porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica
desfeita. assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na
busca do prazer".
sigmund freud, in 'as palavras de freud'
sigmund freud, in 'as palavras de freud'
2011/10/27
marmelada
"quando alguém se acha doente de si mesmo, respirando continuamente o mesmo ar repleto de imaginários miasmas que envolve a fonte da sua enfermidade, nem o rei de frança, se ainda o houvesse, seria capaz de atalhar tal mal. eu, por exemplo, sofro agudamente de solidão, que é a mais difícil doença de tratar."
in o profundo silêncio das manhãs de domingo, manuel jorge marmelo
já agora, do mesmo autor e na mesma obra, mas noutro e diametralmente oposto registo:
"sobejam os exemplos que demonstram ser pouco razoável contrariar um homem com maus fígados, sobretudo quando o dito indivíduo se encontra armado de uma pistola."
in o profundo silêncio das manhãs de domingo, manuel jorge marmelo
já agora, do mesmo autor e na mesma obra, mas noutro e diametralmente oposto registo:
"sobejam os exemplos que demonstram ser pouco razoável contrariar um homem com maus fígados, sobretudo quando o dito indivíduo se encontra armado de uma pistola."
2011/10/26
sopro
ainda há esperança para este blog: encontrei uns papéis nos bolsos de vários casacos.
pensando melhor,
não há esperança para este blog: encontrei uns papéis nos bolsos de uns casacos.
____________________
ando a ler dois livros.
talvez haja uma réstia de esperança para este blog: nenhum dos livros tem bonecos.
____________________
conheço um puto de 7 anos que diz "hás-de" quando o discurso assim o exige.
conheço um puto de 7 anos que diz "disseste/comeste/etc." quando o discurso assim o exige.
conheço gente* que diz "há-des" e "dissestes/comestes/etc." quando o discurso exige aquilo que o puto diz.
quando eu era engagée o segundo caso irritava-me. por estes dias estou-me nas tintas.
o primeiro caso continua a deixar-me feliz.
____________________
* profes
pensando melhor,
não há esperança para este blog: encontrei uns papéis nos bolsos de uns casacos.
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ando a ler dois livros.
talvez haja uma réstia de esperança para este blog: nenhum dos livros tem bonecos.
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conheço um puto de 7 anos que diz "hás-de" quando o discurso assim o exige.
conheço um puto de 7 anos que diz "disseste/comeste/etc." quando o discurso assim o exige.
conheço gente* que diz "há-des" e "dissestes/comestes/etc." quando o discurso exige aquilo que o puto diz.
quando eu era engagée o segundo caso irritava-me. por estes dias estou-me nas tintas.
o primeiro caso continua a deixar-me feliz.
____________________
* profes
2011/10/24
misty morning
estava eu numa de limpar aqui o estaminé e encontrei alguns nado-mortos, encontrando-se estes sob a designação de "esboços"...
não sei porquê (a qualidade nunca foi critério para coisa nenhuma, aqui) apeteceu-me resgatar as seguintes palavras (em estrangeiro) ao esquecimento:
in beauty, in confidence
we were under influence
soaring upon us were a vulture and a dove
we were in love
... feito.
não sei porquê (a qualidade nunca foi critério para coisa nenhuma, aqui) apeteceu-me resgatar as seguintes palavras (em estrangeiro) ao esquecimento:
in beauty, in confidence
we were under influence
soaring upon us were a vulture and a dove
we were in love
... feito.
leit her
se não me custasse tanto ainda acabaria aquela coisa do "arles..."
mas, pelo menos aqui, nada me obriga a concluir aquilo que inicio.
mas, pelo menos aqui, nada me obriga a concluir aquilo que inicio.
biblos
"seria engraçado, se não fosse grave. não é dos livros que tem necessidade mas daquilo que, dantes, se podia encontrar nos livros. (...) os mesmo detalhes minuciosos, os mesmos conhecimentos, poderiam ser transmitidos na rádio e nos ecrãs de televisão, mas não o são. não, não são de facto os livros que procura! pode encontrá-lo em toda a parte, nos velhos discos, nos filmes e em casa dos velhos amigos; observe a natureza à sua volta, procure em si mesmo. os livros são apenas um meio de recolher, de conservar um conjunto de coisas que tememos esquecer. não há nada de mágico neles, absolutamente nada. a magia apenas repousa no que dizem os livros, na rede dos elementos do universo que eles tecem para nos vestir."
"fahrenheit 451", ray bradbury (o que se anda a ler...) (já agora... o roth continua sem me dar aquele coiso assim tão especial...)
"fahrenheit 451", ray bradbury (o que se anda a ler...) (já agora... o roth continua sem me dar aquele coiso assim tão especial...)
2011/10/19
2011/10/18
benzin
- ó moço... tu andas por aí com o garrafão da gasolina da motorizada do teu avô... tu andas a magicar alguma... olha que isto fica tudo na mesma e aqueles a quem possa resultar serão os primeiros a te irem buscar o açaime. e se porventura se digam, às primeiras, agradecidos, não te esqueças que é só e só em seu nome que o fazem. e se por ânsia maior não resistas àquilo que congeminas já, assegura-te de que se julgue que é a anjo ou demónio a quem ficarão devedores e, para teu bem, assegura-te da tua intermédia distância entre estes dois, com tudo o que isso te tolhe movimentos e te coloca a salvo de supeitas.
2011/10/17
2011/10/13
black and white divas
vi estes dois clips hoje pela primeira vez.
ambos são a preto e branco.
às vezes, quando rego o relvado, escrevo coisas no ar com o fluxo contínuo de água que sai, sob pressão, da mangueira. também escrevo caracteres gregos avulso, faço a minha assinatura, figuras geométricas.
escrevo frases inteiras.
a minha pouca memória para as minhas coisas associada à efemeridade do suporte gráfico permite-me ousar dizer que algumas frases são versos.
a música e a efemeridade (das vidas ou das relações, passo a redundância) não me são completamente desconhecidas.
neste verão fora de época, posso dizer que a minha "poesia" é bem recebida.
o valor das coisas raras.
2011/10/11
solução de recurso
mesmo para um homem corajoso fugir pode ser solução. aquilo a que se chama (erradamente, mas agora não me apetece explicar porquê) "solução de recurso".
é assim tipo um gajo vê o urso, recua, e pisga-se a toda a velocidade.
é assim tipo um gajo vê o urso, recua, e pisga-se a toda a velocidade.
2011/10/05
shift happens
quando as pessoas confundem indiferença com tristeza isso deverá dizer alguma coisa de nós.
não sei precisamente o quê.
não sei precisamente o quê.
2011/09/30
tenho uma noção vaga de que a melhor altura para enxertias é pelo crescente. os meus conhecimentos sobre procedimentos agrícolas é diminuto e, como sempre, duvido daquilo que sei ou julgo saber, mas, porque até vivo no campo, tenho este dado como certo.
o que espero é que o crescente e a sua influência benfazeja seja extensível a outro tipo de enxertias:
mudar de vida.
quando andava nos camiões memorizava rapidamente os trajectos. isso era uma característica que constituía uma mais-valia. hoje sou o oposto porque não dou a devida atenção ao que se passa adjacentemente à estrada e isto é independente de ir ou não a conduzir.
o importante não é prestar atenção às estradas. o importante, o essencial, é prestar atenção aos cruzamentos, entroncamentos, desvios, encruzilhadas sortidas.
quarto-crescente é bom tempo para mudar de vida.
o que espero é que o crescente e a sua influência benfazeja seja extensível a outro tipo de enxertias:
mudar de vida.
quando andava nos camiões memorizava rapidamente os trajectos. isso era uma característica que constituía uma mais-valia. hoje sou o oposto porque não dou a devida atenção ao que se passa adjacentemente à estrada e isto é independente de ir ou não a conduzir.
o importante não é prestar atenção às estradas. o importante, o essencial, é prestar atenção aos cruzamentos, entroncamentos, desvios, encruzilhadas sortidas.
quarto-crescente é bom tempo para mudar de vida.
2011/09/18
2011/09/17
.....................
tenho muitas coisas em papel (e em muitos papéis) que um dia destes aqui virão parar e que ficarão, algumas, sem sentido.
mas isso não é importante.
a seu tempo. que será sempre o tempo de cada coisa...
mas isso não é importante.
a seu tempo. que será sempre o tempo de cada coisa...
eu, com 15 anos, era muito totó...
(apresentação é fruta da época)
- ... e tu, menina, costumas ler?
- sim.
- há algum livro de que tenhas gostado?... que livro andas a ler?
- "11 segundos".
- não conheço... é sobre quê?
- é sobre... orgasmos.
- estou a ver... é a duração média de...?
- parece que sim.
- e algum filme?... "127 horas"?
- ... e tu, menina, costumas ler?
- sim.
- há algum livro de que tenhas gostado?... que livro andas a ler?
- "11 segundos".
- não conheço... é sobre quê?
- é sobre... orgasmos.
- estou a ver... é a duração média de...?
- parece que sim.
- e algum filme?... "127 horas"?
2011/09/15
baggy
- há uns tipos lá no ginásio que usam sempre calções de lycra. quando passam, certas partes da anatomia dizem hello!
- bem... isso é elogioso, não?
- a mim só me dá para rir.
- és cruel! isso é de-vas-ta-dor...
- sou... mas é por isso que gostas de mim. :) quanto ao devastador:
- bem... isso é elogioso, não?
- a mim só me dá para rir.
- és cruel! isso é de-vas-ta-dor...
- sou... mas é por isso que gostas de mim. :) quanto ao devastador:
se é para dizer HELLO que seja em maiúsculas, que não é o caso...
e de repente fiquei ordinária :D
- (fica-te bem)
smoke break...
estava a regar o jardim e o jacto da mangueira produziu 3 pequenos arco-íris.
deve ter sido por não estar a usar água da rede.
deve ter sido por não estar a usar água da rede.
2011/09/13
bellybutton issues...
a cinematografia dos encontros poderá ser alvo de teses académicas.
a irónica cinematografia dos reencontros é uma arte.
a antecipada arquitectura dos reencontros cinematográficos é.
vinteumoutubrodoismiloito
a irónica cinematografia dos reencontros é uma arte.
a antecipada arquitectura dos reencontros cinematográficos é.
vinteumoutubrodoismiloito
canção infantil para noites amenas
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
poooooooooooooo!
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
poooooooooooooo!
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pam
poooooooooooooo!
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
poooooooooooooo!
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
poooooooooooooo!
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pirilam
pam
poooooooooooooo!
2011/09/12
noites brancas
é oficial: não tenho nenhum livro para ler na mesa de cabeceira.
tenho lá dois (já lidos) a enfeitar...
acho que vou dar mais uma oportunidade ao roth, que não me coiso por aí além no livro anterior.
e vem a propósito, com isto do 11-9... "conspiração contra a américa".
tenho lá dois (já lidos) a enfeitar...
acho que vou dar mais uma oportunidade ao roth, que não me coiso por aí além no livro anterior.
e vem a propósito, com isto do 11-9... "conspiração contra a américa".
2011/09/04
fuzzy softy ou while it lasts
- bons sonhos, puto.
- pai, sabes que hoje o phineas e o ferb construíram... espera...!!! a candace blá blá... (é melhor deitar-me...)... e os dinóssáros...
- é mais correcto dizer dinossáurios. eu dantes também dizia assim, mas dinossáurios é melhor.
- ou isso. eles vinham por cima e depois aquilo ficava diferente blá blá blá (raios partam esta merda! estes putos vêem demasiada televisão...)... mas depois já não era! (risos)
- puto... tu sabes que eu não gosto de falar de desenhos animados e de jogos, não sabes? não quero falar sobre isso, percebes? eu sei que isso te diverte, mas não quero falar sobre isso, tazaver? sem stress...
- eu sei, pai. mas eu gosto de te estar a fazer miminhos enquanto estou a falar quando tu me vens desejar bons sonhos.
- isso é cool, é...
- na boa, pai.
- olha, puto, sonha com cobras enormes...
- isso não são bons sonhos!!! (risos)
- peraí... sonha com cobras enormes, daquelas das gomas mas tamanho gigante! cobras gigantes de gomas...
- pai... isso é muito muito fixe!!!!!!
- na boa, puto...
- pai, sabes que hoje o phineas e o ferb construíram... espera...!!! a candace blá blá... (é melhor deitar-me...)... e os dinóssáros...
- é mais correcto dizer dinossáurios. eu dantes também dizia assim, mas dinossáurios é melhor.
- ou isso. eles vinham por cima e depois aquilo ficava diferente blá blá blá (raios partam esta merda! estes putos vêem demasiada televisão...)... mas depois já não era! (risos)
- puto... tu sabes que eu não gosto de falar de desenhos animados e de jogos, não sabes? não quero falar sobre isso, percebes? eu sei que isso te diverte, mas não quero falar sobre isso, tazaver? sem stress...
- eu sei, pai. mas eu gosto de te estar a fazer miminhos enquanto estou a falar quando tu me vens desejar bons sonhos.
- isso é cool, é...
- na boa, pai.
- olha, puto, sonha com cobras enormes...
- isso não são bons sonhos!!! (risos)
- peraí... sonha com cobras enormes, daquelas das gomas mas tamanho gigante! cobras gigantes de gomas...
- pai... isso é muito muito fixe!!!!!!
- na boa, puto...
2011/09/03
trivia
o mês menos produtivo deste blogue foi o de julho de 2008...
na semana passada estava uma ratazana morta no relvado. com uma tenaz apanhei o bicho, que apresentava um rigor mortis engraçado, e atirei-o para a selva que é o quintal do vizinho, de modo a que a natureza seguisse o seu curso longe da vista e do olfacto dos meus entes queridos.
aquilo a voar também foi engraçado.
na semana passada estava uma ratazana morta no relvado. com uma tenaz apanhei o bicho, que apresentava um rigor mortis engraçado, e atirei-o para a selva que é o quintal do vizinho, de modo a que a natureza seguisse o seu curso longe da vista e do olfacto dos meus entes queridos.
aquilo a voar também foi engraçado.
filling
acabei, neste exacto momento, de arrumar o meu escritório.
falta, claro está, acabar certos detalhes (peneirar uma pilhazita de papéis numa de coiso cenas importantes e isso), mas pode-se dizer que, comparativamente, se encontra arrumado e limpo.
quando tenho o escritório assim sinto-me sempre inteligente.
falta, claro está, acabar certos detalhes (peneirar uma pilhazita de papéis numa de coiso cenas importantes e isso), mas pode-se dizer que, comparativamente, se encontra arrumado e limpo.
quando tenho o escritório assim sinto-me sempre inteligente.
2011/09/02
2011/09/01
da vida e do tempo
parece que as férias se foram... este verão que o foi muito pouco acabou, irremediavelmente, hoje com chuva, trovoada, vento, problemas laborais e meia dúzia de situações que vieram empacotadinhas de modo a requererem solução imediata e simultânea.
mas (retirar coisas positivas de dias destes é uma arte) alguma coisa se aproveitou, merecedor, por isso mesmo, de registo.
a pessoa com quem falava envergava uma t-shirt justa onde um peito há muito tempo sorria para mim... tento, quase sempre, ser um cavalheiro, pelo que opto, geralmente, por uma postura discreta. sei que o fui durante toda a conversa, inclusive no momento das despedidas. mas, dada a ostentação inerente à situação, ouvi uma expressão inédita (sei muito poucas coisas, eu): "foda-se! até a mim cheira a gás!". em resposta à minha expressão de incompreensão seguiu-se a clarificação: "...tenho os bicos ligados...".
corou.
foi cool.
mas (retirar coisas positivas de dias destes é uma arte) alguma coisa se aproveitou, merecedor, por isso mesmo, de registo.
a pessoa com quem falava envergava uma t-shirt justa onde um peito há muito tempo sorria para mim... tento, quase sempre, ser um cavalheiro, pelo que opto, geralmente, por uma postura discreta. sei que o fui durante toda a conversa, inclusive no momento das despedidas. mas, dada a ostentação inerente à situação, ouvi uma expressão inédita (sei muito poucas coisas, eu): "foda-se! até a mim cheira a gás!". em resposta à minha expressão de incompreensão seguiu-se a clarificação: "...tenho os bicos ligados...".
corou.
foi cool.
2011/08/31
2011/08/26
ipso facto
por via da edição do livro "vencidos da vida"(the beautiful losers), do cohen, fiquei sabedor que já havia uma tradução portuguesa, esta, a anterior, com o título "belos vencidos".
eu, que li duas vezes de seguida o original (por várias razões: a primeira leitura foi abundantemente regada; a minha memória, para além de sensações associadas a corpos femininos, retém muito pouca coisa; o fascínio de um livro que fala de amor, desespero e trânsito intestinal com a mesma acutilância), estou mais inclinado para a tradução mais recente, avaliando a coisa só pelo título.
mas sou bem mocinho para comprar as duas, que isto só se vive uma vez.
eu, que li duas vezes de seguida o original (por várias razões: a primeira leitura foi abundantemente regada; a minha memória, para além de sensações associadas a corpos femininos, retém muito pouca coisa; o fascínio de um livro que fala de amor, desespero e trânsito intestinal com a mesma acutilância), estou mais inclinado para a tradução mais recente, avaliando a coisa só pelo título.
mas sou bem mocinho para comprar as duas, que isto só se vive uma vez.
2011/08/25
braille?
"comparada com a leitura das páginas escritas, a leitura que os amantes fazem dos seus corpos (desse concentrado de mente e de corpo de que os amantes se servem para irem juntos para a cama) distingue-se na medida em que não é linear. Parte de um ponto qualquer, salta,repete-se, volta atrás, insiste, ramifica-se em mensagens simultâneas e divergentes, torna a convergir, enfrenta momentos de enfado, volta a página, retoma o fio, perde-se. pode reconhecer-se nela uma direcção, um caminho para um fim, , na medida em que tende para um clímax, e com vista a este clímax dispõe fases rítmicas, escanções métricas, recorrência de motivos. mas o fim será mesmo o clímax? ou a corrida para esse fim contrasta com um outro impulso que luta contra a corrente, a reviver os instantes, à reconquista do tempo*?"
* por lapso, tinha escrito aqui "à conquista do corpo". (os actos falhados e mais não sei quê...)
do livro "se numa noite fria um viajante", de italo calvino, que é assim tipo a cena que se anda a ler e isso...
* por lapso, tinha escrito aqui "à conquista do corpo". (os actos falhados e mais não sei quê...)
do livro "se numa noite fria um viajante", de italo calvino, que é assim tipo a cena que se anda a ler e isso...
2011/08/21
"first things first" ou "agradável"
gosto de te saber feliz.
espero, sinceramente, que o teu homem te faça rir.
e isto é tudo como dizia o strummer: the future is unwritten.
espero, sinceramente, que o teu homem te faça rir.
e isto é tudo como dizia o strummer: the future is unwritten.
2011/08/20
2011/08/10
2011/08/06
arquivismo
por falta de vontade de fazer qualquer outra coisa, andei por aqui...
neste dia que nada tem de especial, consegui, ainda assim, surpreender-me.
motivo: os posts "cash flow" e "algemas de peluche".
também poderão servir para ilustrar o meu ponto de vista acerca do uso de drogas leves.
e agora, só para coiso, vai uma fotografia avulso:
neste dia que nada tem de especial, consegui, ainda assim, surpreender-me.
motivo: os posts "cash flow" e "algemas de peluche".
também poderão servir para ilustrar o meu ponto de vista acerca do uso de drogas leves.
e agora, só para coiso, vai uma fotografia avulso:
2011/08/05
2011/08/04
2011/08/02
2011/07/27
2011/07/26
linger
há vários dias, semanas talvez, que tenho uma frase na cabeça: "these are the days to be remembered..."
não sei se a ouvi, se a li em algum lado, se foi fabrico póprio. mas respira comigo, dorme, acorda, ri-se e cansa-se comigo...
tempo hove em que a consciência da realidade expressada na frase acontecia retroactivamente.
façamos de conta que é para ser levado a sério. afinal, nada há a perder.
e enquanto dura...
e, palavra de honra, já nem me lembrava disto (que até é cool):
mas, por outro lado, musiquinhas edificantes nunca foram a minha onda... a onda deprimente é mais a minha cena... isto explica.
não sei se a ouvi, se a li em algum lado, se foi fabrico póprio. mas respira comigo, dorme, acorda, ri-se e cansa-se comigo...
tempo hove em que a consciência da realidade expressada na frase acontecia retroactivamente.
façamos de conta que é para ser levado a sério. afinal, nada há a perder.
e enquanto dura...
e, palavra de honra, já nem me lembrava disto (que até é cool):
mas, por outro lado, musiquinhas edificantes nunca foram a minha onda... a onda deprimente é mais a minha cena... isto explica.
2011/07/19
2011/07/14
dário é rei da pérsia. esta informação é persiosa.
- um inventário é para inventar...
- por que dizes isso?
- pela mesma razão que um dromedário é para dromir.
- por que dizes isso?
- pela mesma razão que um dromedário é para dromir.
2011/07/12
2011/07/05
optimus alive
"Se voltar a morrer, não quero que alteres nada. Está perfeito."
muito muito cool.
especialmente agora em época da auto-avaliação e isso.
a propos de ça.
muito muito cool.
especialmente agora em época da auto-avaliação e isso.
a propos de ça.
2011/06/29
intermezzo
- o que é um mezzanine?
- é uma plataforma com, pelo menos, uma mesa pequenina... se tiver plantas é uma plantaforma.
- hã?
- é um sítio na casa onde se pode foder.
- és mesmo mesmo parvo.
- é uma plataforma com, pelo menos, uma mesa pequenina... se tiver plantas é uma plantaforma.
- hã?
- é um sítio na casa onde se pode foder.
- és mesmo mesmo parvo.
2011/06/28
"- é uma merda a distância... - é." ou "gostar de alguém"
- estou apaixonada.
- conta-me lá do moço! (sabes que vou ficar sempre a pensar o que é que ele tem que eu não tenho)
- vê a foto dele...
- é parecido comigo.
- até é. deve ser algum recalcamento meu.
- é livre? tem papel? é bom na cama? tem sentido de humor? tem hábitos de higiene aceitáveis?
- é livre, é remediado, é limpinho, não como é na cama... ainda.
- frase interessante "é limpinho, não como é na cama..." ... eu sempre soube que gostavas de gajos porcos na cama!
- ainda não sei!!!
- sei... :)
temos mesmo que nos ver um dia destes!!!
- conta-me lá do moço! (sabes que vou ficar sempre a pensar o que é que ele tem que eu não tenho)
- vê a foto dele...
- é parecido comigo.
- até é. deve ser algum recalcamento meu.
- é livre? tem papel? é bom na cama? tem sentido de humor? tem hábitos de higiene aceitáveis?
- é livre, é remediado, é limpinho, não como é na cama... ainda.
- frase interessante "é limpinho, não como é na cama..." ... eu sempre soube que gostavas de gajos porcos na cama!
- ainda não sei!!!
- sei... :)
temos mesmo que nos ver um dia destes!!!
2011/06/27
autoscopia II
vinha a conduzir.
o meu filho no banco de trás, na cadeirinha regulamentar que me irrita mas que tem uns apoios laterais que permitem aquela ligeira inclinação da cabeça. uma bicicleta mais atrás ainda. as rodas, desmontadas, visíveis no espelho retrovisor.
a expressão do meu filho olhando a paisagem passante. a atenção mole e o sorriso vago. os olhos semicerrados.
silêncio.
e, em mim, uma sensação de paz absoluta.
o meu filho no banco de trás, na cadeirinha regulamentar que me irrita mas que tem uns apoios laterais que permitem aquela ligeira inclinação da cabeça. uma bicicleta mais atrás ainda. as rodas, desmontadas, visíveis no espelho retrovisor.
a expressão do meu filho olhando a paisagem passante. a atenção mole e o sorriso vago. os olhos semicerrados.
silêncio.
e, em mim, uma sensação de paz absoluta.
2011/06/17
brincando aos clássicos
há quem lhe chame um figo
banana não tem caroço
a rica teve um menino
a pobre pariu um moço
de cobre partiu um osso
dá pica sentir perigo
dou-te um chupão no pescoço
só porque sou teu amigo
não sei se agora consigo
daqui do fundo do poço
estou a cumprir castigo
eu que sou um colosso
vieste ao meu postigo
ofereci-t'um tremoço
...
mas o que estou eu a fazer? raios... vou pá cama.
banana não tem caroço
a rica teve um menino
a pobre pariu um moço
de cobre partiu um osso
dá pica sentir perigo
dou-te um chupão no pescoço
só porque sou teu amigo
não sei se agora consigo
daqui do fundo do poço
estou a cumprir castigo
eu que sou um colosso
vieste ao meu postigo
ofereci-t'um tremoço
...
mas o que estou eu a fazer? raios... vou pá cama.
tex-mex criterium
- tu preferes depilação total, parcial, artística ou au naturel?
- aaaaaaaaaaa... jà vi casos bem sucedidos em todas as variantes.
- aaaaaaaaaaa... jà vi casos bem sucedidos em todas as variantes.
torquemada
- temos que poupar papel... afinal isto é uma eco-escola.
- é. um gajo diz qualquer coisa e daí a segundos está a ser repetida. ecoa.
- é. um gajo diz qualquer coisa e daí a segundos está a ser repetida. ecoa.
2011/06/13
ser e tempo
há um livrinho chamado "o livro da arte", editado por cá pela texto editora, sob licença da phaidon press limited, que anda sempre por aqui, pelas mesas do scriptorium.
eu, em tendo muito que fazer, pego nele e vou-o folheando. (no filme do banksy aparece este livro)
logo,
estava eu a olhar para uma reprodução de uma obra de hans bellmer quando achei, numa de coiso, que talvez fosse boa ideia postar essa mesma imagem aqui nos carapaus. a obra dá pelo nome de, em português e fazendo fé nesse livro, as voltas do pião.
googlei esta coisa pelo nome do autor.
e fui parar a um post perfeito.
é este: link
é só isto.
esqueci-me do aniversário de alguém importante. é o costume...
eu, em tendo muito que fazer, pego nele e vou-o folheando. (no filme do banksy aparece este livro)
logo,
estava eu a olhar para uma reprodução de uma obra de hans bellmer quando achei, numa de coiso, que talvez fosse boa ideia postar essa mesma imagem aqui nos carapaus. a obra dá pelo nome de, em português e fazendo fé nesse livro, as voltas do pião.
googlei esta coisa pelo nome do autor.
e fui parar a um post perfeito.
é este: link
é só isto.
esqueci-me do aniversário de alguém importante. é o costume...
fat divers
lembrei-me agora de que há já algum tempo que eu não via um dói-dói a que me apetecesse tanto dar um beijinho para fazer passar...
bad genes
me - por que tens um copo em cima da 7-up?
sis - é para não sair o gás aqui da coisa.
me - costuma sair-te gás aí da coisa?
sis - só em certas posições...
me - ... agora tenho uma imagem mental que preferia não ter...
x - estão a falar de quê?
me - pussy farts...
sis - é para não sair o gás aqui da coisa.
me - costuma sair-te gás aí da coisa?
sis - só em certas posições...
me - ... agora tenho uma imagem mental que preferia não ter...
x - estão a falar de quê?
me - pussy farts...
kama-sutra de emergência
esqueceu-se da posição da página 74?
as posições das páginas 45, 56 e 78 dão-lhe cãibras?
não desespere!!
apresento-lhe o kit de sobrevivência "kama-sutra de emergência":
- em cima
- em baixo
- à frente
- atrás
resultados garantidos!
as posições das páginas 45, 56 e 78 dão-lhe cãibras?
não desespere!!
apresento-lhe o kit de sobrevivência "kama-sutra de emergência":
- em cima
- em baixo
- à frente
- atrás
resultados garantidos!
2011/06/11
micro-história VIII
a serpente emplumada nunca muda a pele.
mantém, assim, presentes as escamas de amores antigos.
mantém, assim, presentes as escamas de amores antigos.
2011/06/08
burnout
- que nome se dá a um bebé que anuncia coisas?
- quê?
- dá-se-lhe o nome de bebé-profeta!
- ó professor... você não bate bem, pois não?
- não sei. dependerá em quem, presumo..
- quê?
- dá-se-lhe o nome de bebé-profeta!
- ó professor... você não bate bem, pois não?
- não sei. dependerá em quem, presumo..
2011/06/07
2011/06/06
2011/06/05
2011/06/04
quizz
qual a coisa, qual é cool?
não, não são os calções...
não é a camisola...
nem sequer a bicicleta (que foi o que me conduziu aqui. juro que não ando por aí a googlar guys in short shorts. e se andasse?)
dou uma pistazinha ou duas: não é a abelha nem é a socialite/cartomante das mamas novas...
não, não são os calções...
não é a camisola...
nem sequer a bicicleta (que foi o que me conduziu aqui. juro que não ando por aí a googlar guys in short shorts. e se andasse?)
dou uma pistazinha ou duas: não é a abelha nem é a socialite/cartomante das mamas novas...
lost paper in shorts pocket
i've always held the song in high regard because songs have got me through so many sinks of dishes and so many humiliating courting events.
leonard cohen
leonard cohen
2011/06/03
2011/06/02
normal stuff
quem ganhou um bezerro numa rifa, quem foi?
não fui eu, mas foi quase...
se nós fôssemos vegan estávamos com um problema em cima.
não fui eu, mas foi quase...
se nós fôssemos vegan estávamos com um problema em cima.
pré facebook ou 2008 revisited ou cool stuff from cool people
antónio f. diz:
queres ser o meu guru?
noir diz:
posso escolher um nome cool?
antónio f. diz:
preciso de umas orientações
antónio f. diz:
sim, desde que eu o consiga pronunciar
noir diz:
ok: khan
noir diz:
serei o grande khan guru
em comentário:
antónio f. diz:
não? mas o que é que tu fazes facilmente?
noir diz:
facilmente? pouco ou nada
noir diz:
olhar para mulheres bonitas
noir diz:
não me custa nada
antónio f. diz:
que raio de guru fui eu arranjar!...
noir diz:
quer dizer... guruzices também faço facilmente...
noir diz:
é verdade, mudei de nome. já não sou mongol, sou japonês: guru-san
queres ser o meu guru?
noir diz:
posso escolher um nome cool?
antónio f. diz:
preciso de umas orientações
antónio f. diz:
sim, desde que eu o consiga pronunciar
noir diz:
ok: khan
noir diz:
serei o grande khan guru
em comentário:
antónio f. diz:
não? mas o que é que tu fazes facilmente?
noir diz:
facilmente? pouco ou nada
noir diz:
olhar para mulheres bonitas
noir diz:
não me custa nada
antónio f. diz:
que raio de guru fui eu arranjar!...
noir diz:
quer dizer... guruzices também faço facilmente...
noir diz:
é verdade, mudei de nome. já não sou mongol, sou japonês: guru-san
delivery
me: e os senhores de bata branca levavam-na...
\\\: Para o Júlio de Matos?
me: ou para longe...
\\\: :D
afterburn:
\ /: tenho três riscos na testa!
afterburn:
\ /: tenho três riscos na testa!
me: há quem tenha menos coisas e piores, deixa lá
\ /: :D
afterafterburn:
me: actualizei o post
afterafterburn:
me: actualizei o post
x: puzeste-me dois cornos!?
me: não resisti
2011/05/31
2011/05/26
véu
y - vejo tudo muito em perspectiva...
me - perspectiva é assim como quando se cobre o candeeiro com uma t-shirt para se ter uma luz mais doce?
y - pode ser...
2011/05/24
2011/05/23
2011/05/22
2011/05/21
2011/05/20
up, close and personal...
gost muit da transição dos grands plans neste teledisco!!
e a nina persson...
mas, já que estou com a mão na massa nisto das hot singers, cá vai uma que diz que está à espera e mais não sei quê sobre leite... (peraí que vou já!):
toque de mirdas...
o que é que uma pessoa normal vê no clip acima?
não sei.
o que eu vejo é isto:
o domínio dos dedos até ao ponto da fibrilação é coisinha muito capaz de constituir uma mais-valia no acervo de competências de qualquer mulher saudável e independente.
tenho isto em tese, pois sou mui dado a suposições deste calibre.
é óbvio que em simultâneo com as afirmações supra ocorre uma total ausência de traços de atitude marialva que impede uma apreciação positiva do tema e dos seus laivos pasodoblicos.
por outro lado, isto é música de casamento. neste aspecto supera em muito a versão, interpretada em órgão electrónico manhoso, da canção "lady in red", de chris de burgh.
a um nível mais consciente (que não retira fecundidade a uma eventual psicanálise do psiquismo que produziu as linhas anteriores), ver o clip acima provocou-me um estado de espírito semelhante àquele que obtenho quando da fruição do espectáculo que é a produção de pipocas em microondas (explosões controladas em ambiente rotativo), coisa que sempre faço quando as mulheres da casa decidem trabalhar para a engorda.
uma vez conheci uma espanhola, de málaga, muito muito gira e muito muito simpática que tinha um namorado muito muito cool... quando ela me disse, na posição em que se encontrava sentada, à minha frente, com as coxas a formarem um perturbante ângulo de 32º.. 33º.. 30 e tal graus, que eu, como diz o outro, não discuto pintelhos(*), quando ela me disse, dizia eu, que era filha de portugueses, cresceu em mim um grande patriotismo.
(*) - pessoas mais viajadas do que eu dizem que se diz pentelhos. mas eu, ipso factu e por coerência, não discuto isso. por mim tanto pode ser com "e", com "i", com cera quente, cera fria, com gilette, com rebarbadora, com gel... eu sei lá!
2011/05/19
livro de cozinha ou cocking book
me: eu nunca me esqueço das ideias que dão certo...
|||: eu tb não.
me: mas às vezes esqueço-me se era pepino ou se era beringela...
||| :D
|||: eu tb não.
me: mas às vezes esqueço-me se era pepino ou se era beringela...
||| :D
it´s only rock and roll...
mazgani é um músico português.
é até muito comum ouvirem-se frases do tipo "ó mazgani, anda comer!" por todó portugal...
2011/05/16
as aventuras de capitão caveira
- não sou nada o pirata das carabinas, pai!!!! tu é que és!
- sou o quê?
- o pirata das caipirinhas...
- ... agora vou dar 30 toques na bola e só continuaremos esta conversa quando fores capaz de fazer o mesmo.
- enapá....
- sou o quê?
- o pirata das caipirinhas...
- ... agora vou dar 30 toques na bola e só continuaremos esta conversa quando fores capaz de fazer o mesmo.
- enapá....
2011/05/14
é a vida....
o blogger esteve coiso e fecundou-me dois posts...
não veio nenhum mal ao mundo por isto.
não veio nenhum mal ao mundo por isto.
2011/05/11
there was no internet in the eighties
There are days when a woman just wants to be handled, roughly. She wants to be dominated, owned, devoured. She just wants to belong to you.
It has nothing to do with weakness or gender equality, but everything to do with passion.
a propos de business opportunities
estou a pensar em fazer (eu fazer mesmo, com barro e assim... e, que eu sou séc.xx, com a demi moore no espaço intermédio entre mim e a roda de oleiro. trabalho e conhaque.) uns mealheirozinhos com a forma de certas partes da anatomia feminina, em representação realista. modelos sortidos.
logo se vê...
já agora, revelo a fonte de inspiração (que descobri numa pesquisa sobre o dia internacional para a diversidade):
às vezes, quando voltamos a certos sítios, usamos a expressão "rever caras conhecidas..." sucedeu-me, mais ou menos.
logo se vê...
já agora, revelo a fonte de inspiração (que descobri numa pesquisa sobre o dia internacional para a diversidade):
às vezes, quando voltamos a certos sítios, usamos a expressão "rever caras conhecidas..." sucedeu-me, mais ou menos.
2011/05/10
ribarribatejo
sento-me na escarpa e vejo tanto,
vejo tudo.
sinto-me na escarpa e não me vejo...
no cimo sou o avesso do que é visto.
no cimo sou cego de tanto ver,
no cimo não me vejo a não ser
que enquanto vejo, existo.
vou vendo.
vou indo.
vou sendo.
back and forward
x: és egoísta em que sentido?
me: em ambos os sentidos. tipo movimento pendular, de vai-vem...
me: em ambos os sentidos. tipo movimento pendular, de vai-vem...
2011/05/06
uma questão de tempo
eu sabia que estes gajos ainda iriam vestir-se de preto, cabedal e isso tudo... afinal, apenas demorou quase 30 anos.
o teclista não conta...
2011/05/05
arles, ou coisa parecida
não sabia há quanto tempo ali se encontrava. saiu do seu torpor pelo gesto brusco da súbita pressão dos dedos, os seus dedos, que agora reconhecia seus, na garrafa de cerveja que segurava na mão direita. bebeu longamente. ainda estava fresca, mesmo tendo a sensação de que a tinha comprado noutra cidade e noutro dia.
sentou-me muito direito na pequena cadeira de plástico aparafusada àquilo que tinha sido a base de um cavalo de carrossel. era da sombra de um carrossel que tentava reconhecer o local onde não tinha consciência de ter chegado.
à sua esquerda estendia-se uma praia pouco acolhedora. naquela luz de fim de tarde, as sombras alongadas dos montículos de areia suja pareciam orifícios para outra dimensão, como se uma espécie de membrana metálica se estendesse até à linha da pastosa, suave e cinzenta ondulação. elevava-se da praia algo que poderia ser confundido com areia fina, criando uma neblina que envolvia todo o espaço circundante.
sentiu as costas encharcadas de suor quando se voltou para o lado esquerdo no seu desconfortável assento "isto foi pensado para crianças" e acabou a cerveja. todos os movimentos lhe eram vagamente dolorosos.
atirou a garrafa vazia para o chão de poeira, nas imediações do carrossel. o ruído atraiu imediatamente cerca de uma dezena de crianças de idade indeterminada. tez escura e roupas de adulto, muitos números acima... o ruído da garrafa propriamente dito não foi por ele ouvido. os sons do exterior, todos os sons de todo o espaço exposto ao sol, chegavam-lhe aos ouvidos muitíssimo abafados, como se a sombra fosse um estúdio de rádio.
- vêm em ninhadas.
a voz vinha de alguém no assento do lado. tentou olhar na direcção da voz mas uma rigidez que até então não se tinha manifestado impediu essa movimentação com naturalidade. rodou para a direita em pequenos movimentos, cumprindo intermitentemente um quarto de rotação. finalmente viu um homem jovem, com bigode e cabelo liso, que, tal como ele, parecia estar a orientar-se em relação ao exterior do carrossel. fixou a atenção no lobo da orelha esquerda do homem. um corte com uma cicatriz recente quase o separava da orelha, criando, em quem observava, uma quase necessidade de completar este processo de separação.
"todos estes cabrões falam francês e são ciganos". esta ideia surge-lhe no espírito repentinamente e ele apercebeu-se imediatamente que não eram bem ciganos, nem era o francês de que ele se recordava que era por ali falado.
- há quem queira fazer uma limpeza, como eles dizem, a isto tudo - disse, em jeito de resposta. surpreendentemente, parecia fazer-se entender com uma fluência de que não suspeitava.
o homem permaneceu imóvel, não exibindo nenhum sinal de que o tivesse ouvido. Após uns segundos, no entanto, escarrou para o local onde antes tinha caído a garrafa e respondeu:
- eles não querem. mesmo que quisessem, não conseguiriam.
- não digo que não. - concluiu, enquanto focava o olhar na base da muralha de pedra.
quase todos os homens se vestiam de preto e falavam com entusiasmo. havia-os em aparente regresso da praia, no grande espaço aberto entre o carrossel e a parede de pedra que, não sendo uma muralha, era antes a fachada ligeiramente curva de uma grande estrutura em pedra e, por fim, em pequenos círculos junto à parede. "isto parece um coliseu romano" pensou "muito parecido com arles. pelo menos é parecido com um filme que se dizia filmado em arles". mas a relação deste local com a imagem de arles era mais evocativa do que... havia, na parte superior da estrutura, qualquer coisa de anto, de muito antigo. "romano, quase de certeza". a base era quase monolítica. "um circo romano sobre um castelo templário". assinalou a incongruência histórica mas a descrição pareceu-lhe suficientemente precisa. "pedra antiga, aparelhada por gente antiga".
os contrafortes criavam recantos onde o vento tinha acumulado lixo de todos os tipos e grupos de mulheres acocoradas, não, sentadas em pequenos bancos, e que estendiam os braços à sua frente, quase na horizontal, na direcção do centro do grupo, como se aquecessem as mãos em fogueiras inexistentes.
havia lixo espalhado por todo o lado e em grandes quantidades. ocasionalmente, ressequidos rótulos de garrafas de detergente e de bebidas alcoólicas rodopiavam no ar. pequenas fitas de papel branco espalhavam pelo largo aquilo que haviam sido documentos oficiais.
foi o tapete de fragmentos de plástico brilhante, imitação de metal cromado, que o fizeram aperceber-se das pistolas. eram pistolas de plástico, deste plástico brilhante, eram transportadas por rapazes de uns 12 ou 13 anos em grandes feixes atados com arames.
todas as pessoas do sexo masculino que podia ver ou tinham uma pistola deste tipo ou pretendiam adquirir uma a um dos rapazes. gesticulavam expansivamente, numa atitude de um regatear exageradamente cénico.
havia um espaço em semi-círculo contíguo à muralha em que alguns objectos que se destacavam do restante lixo pelas suas maiores dimensões, aparentemente animados por súbita vida própria, davam repentinas piruetas pelo ar. garrafas de vidro pareciam, àquela distância, autoimplodir-se.
no espírito do nosso observador, a ligação entre as pistolas de imitação, de aspecto fágil e pouco elaborado, visivelmente baratas, e esta espécie de dança de lixo não foi imediata.
com uma focagem dos olhos tornou-se evidente: as pistolas eram a causa da agitação do lixo. os homens apontavam bruscamente, com o braço flectido. disparavam em sequências de três tiros, após o que atiravam as pistolas, aparentemente agora tornadas inúteis, para o monte de lixo.
sentiu um toque na perna esquerda e contraiu-a reflexivamente.
um rapaz de idade incerta olhava-o com intensidade, numa expressão que talvez pudesse ser considerava como sorridente. ele associava aquele tipo de rosto à mendicância de esferográficas no norte de áfrica...
oferecia-lhe várias pistolas, de várias cores brilhantes. assim a curta distância estes objectos continuavam desprovidos de qualquer aspecto que se associasse a algo mortífero. na mão esquerda o rapaz exibia vários conjuntos de três pilhas AA, embrulhados em plástico transparente. a sua incompreensão da situação fez com que o rapaz abrisse um destes cartuchos, retirasse as pilhas e as colocasse na coronha de uma das pistolas, coisa que fez com uma rapidez de movimentos impressionante. despejou o carregador na direcção da praia, fazendo levantar pequenas porções de areia cinzenta a poucos centímetros dos pés de uma mulher que se dirigia para o muro.
impassivelmente, o rapaz introduz mais pilhas na coronha de outra pistola. segura-a pelo cano e oferece-lha.
tomou-a na mão. "muito leve, como um brinquedo", pensou.
(a continuar)
sentou-me muito direito na pequena cadeira de plástico aparafusada àquilo que tinha sido a base de um cavalo de carrossel. era da sombra de um carrossel que tentava reconhecer o local onde não tinha consciência de ter chegado.
à sua esquerda estendia-se uma praia pouco acolhedora. naquela luz de fim de tarde, as sombras alongadas dos montículos de areia suja pareciam orifícios para outra dimensão, como se uma espécie de membrana metálica se estendesse até à linha da pastosa, suave e cinzenta ondulação. elevava-se da praia algo que poderia ser confundido com areia fina, criando uma neblina que envolvia todo o espaço circundante.
sentiu as costas encharcadas de suor quando se voltou para o lado esquerdo no seu desconfortável assento "isto foi pensado para crianças" e acabou a cerveja. todos os movimentos lhe eram vagamente dolorosos.
atirou a garrafa vazia para o chão de poeira, nas imediações do carrossel. o ruído atraiu imediatamente cerca de uma dezena de crianças de idade indeterminada. tez escura e roupas de adulto, muitos números acima... o ruído da garrafa propriamente dito não foi por ele ouvido. os sons do exterior, todos os sons de todo o espaço exposto ao sol, chegavam-lhe aos ouvidos muitíssimo abafados, como se a sombra fosse um estúdio de rádio.
- vêm em ninhadas.
a voz vinha de alguém no assento do lado. tentou olhar na direcção da voz mas uma rigidez que até então não se tinha manifestado impediu essa movimentação com naturalidade. rodou para a direita em pequenos movimentos, cumprindo intermitentemente um quarto de rotação. finalmente viu um homem jovem, com bigode e cabelo liso, que, tal como ele, parecia estar a orientar-se em relação ao exterior do carrossel. fixou a atenção no lobo da orelha esquerda do homem. um corte com uma cicatriz recente quase o separava da orelha, criando, em quem observava, uma quase necessidade de completar este processo de separação.
"todos estes cabrões falam francês e são ciganos". esta ideia surge-lhe no espírito repentinamente e ele apercebeu-se imediatamente que não eram bem ciganos, nem era o francês de que ele se recordava que era por ali falado.
- há quem queira fazer uma limpeza, como eles dizem, a isto tudo - disse, em jeito de resposta. surpreendentemente, parecia fazer-se entender com uma fluência de que não suspeitava.
o homem permaneceu imóvel, não exibindo nenhum sinal de que o tivesse ouvido. Após uns segundos, no entanto, escarrou para o local onde antes tinha caído a garrafa e respondeu:
- eles não querem. mesmo que quisessem, não conseguiriam.
- não digo que não. - concluiu, enquanto focava o olhar na base da muralha de pedra.
quase todos os homens se vestiam de preto e falavam com entusiasmo. havia-os em aparente regresso da praia, no grande espaço aberto entre o carrossel e a parede de pedra que, não sendo uma muralha, era antes a fachada ligeiramente curva de uma grande estrutura em pedra e, por fim, em pequenos círculos junto à parede. "isto parece um coliseu romano" pensou "muito parecido com arles. pelo menos é parecido com um filme que se dizia filmado em arles". mas a relação deste local com a imagem de arles era mais evocativa do que... havia, na parte superior da estrutura, qualquer coisa de anto, de muito antigo. "romano, quase de certeza". a base era quase monolítica. "um circo romano sobre um castelo templário". assinalou a incongruência histórica mas a descrição pareceu-lhe suficientemente precisa. "pedra antiga, aparelhada por gente antiga".
os contrafortes criavam recantos onde o vento tinha acumulado lixo de todos os tipos e grupos de mulheres acocoradas, não, sentadas em pequenos bancos, e que estendiam os braços à sua frente, quase na horizontal, na direcção do centro do grupo, como se aquecessem as mãos em fogueiras inexistentes.
havia lixo espalhado por todo o lado e em grandes quantidades. ocasionalmente, ressequidos rótulos de garrafas de detergente e de bebidas alcoólicas rodopiavam no ar. pequenas fitas de papel branco espalhavam pelo largo aquilo que haviam sido documentos oficiais.
foi o tapete de fragmentos de plástico brilhante, imitação de metal cromado, que o fizeram aperceber-se das pistolas. eram pistolas de plástico, deste plástico brilhante, eram transportadas por rapazes de uns 12 ou 13 anos em grandes feixes atados com arames.
todas as pessoas do sexo masculino que podia ver ou tinham uma pistola deste tipo ou pretendiam adquirir uma a um dos rapazes. gesticulavam expansivamente, numa atitude de um regatear exageradamente cénico.
havia um espaço em semi-círculo contíguo à muralha em que alguns objectos que se destacavam do restante lixo pelas suas maiores dimensões, aparentemente animados por súbita vida própria, davam repentinas piruetas pelo ar. garrafas de vidro pareciam, àquela distância, autoimplodir-se.
no espírito do nosso observador, a ligação entre as pistolas de imitação, de aspecto fágil e pouco elaborado, visivelmente baratas, e esta espécie de dança de lixo não foi imediata.
com uma focagem dos olhos tornou-se evidente: as pistolas eram a causa da agitação do lixo. os homens apontavam bruscamente, com o braço flectido. disparavam em sequências de três tiros, após o que atiravam as pistolas, aparentemente agora tornadas inúteis, para o monte de lixo.
sentiu um toque na perna esquerda e contraiu-a reflexivamente.
um rapaz de idade incerta olhava-o com intensidade, numa expressão que talvez pudesse ser considerava como sorridente. ele associava aquele tipo de rosto à mendicância de esferográficas no norte de áfrica...
oferecia-lhe várias pistolas, de várias cores brilhantes. assim a curta distância estes objectos continuavam desprovidos de qualquer aspecto que se associasse a algo mortífero. na mão esquerda o rapaz exibia vários conjuntos de três pilhas AA, embrulhados em plástico transparente. a sua incompreensão da situação fez com que o rapaz abrisse um destes cartuchos, retirasse as pilhas e as colocasse na coronha de uma das pistolas, coisa que fez com uma rapidez de movimentos impressionante. despejou o carregador na direcção da praia, fazendo levantar pequenas porções de areia cinzenta a poucos centímetros dos pés de uma mulher que se dirigia para o muro.
impassivelmente, o rapaz introduz mais pilhas na coronha de outra pistola. segura-a pelo cano e oferece-lha.
tomou-a na mão. "muito leve, como um brinquedo", pensou.
(a continuar)
o mano sem ti mento são
3 razões para esta inclusão:
- tive um sonho de que me lembro. sonho assustador e cinematográfico. muito bem filmado, diga-se (se eu soubesse escrever guiões (acho que é com 'g' mas não tenho a certeza) escreveria este. ).
- esta canção fez parte da parte ascendente do commuting de ontem, na bike. e isso foi bom.
- sou um eterno romântico*.
* a fazer fé na definição de romântico que me ensinaram um dia: tarado com hábitos de higiene suficientes.
queimadura de acatifa
x -não sei muito bem o que é que isto diz de mim...
me - apesar das minhas limitações, né?
x - isso :)
me - que és uma desavergonhada, claro!!
x - (estiveste bem)
x - isso :)
2011/05/04
2011/05/03
twin other stuff
acabei de despachar 2 coisinhas destas que foi um regalo:
só para coiso, informo que estas bombas calóricas são constituídas por noz-pecã (se alguém me souber onde se arranja disto entre o tejo e o mondego, entre o mira e o douro ou até entre o guadiana e o minho, avise), caramelo e chocolate.
eu, em estando sóbrio, prefiro isto a duas gémeas suecas que me tenham confundido com uma estrela de cinema (há uma regra não escrita que determina que nestes textos nunca haja mais do que uma pessoa sóbria).
é do tipo de coisa que me enviará, a meio de uma subida na bike, directamente para o inferno sem passar na casa da partida e sem receber 2000 escudos.
adenda:
estes coisos fizeram-me mudar a opinião que tinha da purdy's.
conheço outros rios portugueses para além dos referidos... estes foi só como referência geográfica.
também há outras piadas que se podem fazer com rios, purizemplo:
- ó meu, que rio é este?
- é o tua, minha.
- sabes o que farei se me acusarem de esta piada sobre rios ser muito eighties?
- não...
- rio-me.
e agora, por associação de ideias (eu não resisto: assim que tenho mais do que uma ideia, associo-a logo), lembrei-me daquela vez em que estava num estado tal que não me lembrava nadinha do significado, em português, da palavra, em castelhano, embalse. também não reconheci o meu sobrinho mais velho, mas isso é o menos.
é que embalse faz parte daquelas palavras que eu tenho sempre na ponta da língua: barragem, represa... não é a única palavra em estrangeiro que tenho na ponta da língua, diga-se. acho que, ironicamente, tenho uma numa língua morta (nunca ninguém se queixou... mas eu quase só me dou (bem metida, esta) (esta também) com pessoas simpáticas...)(tenho a sensação de que se abusa dos parêntesis por aqui)
mamãe, no dia da mãe, ofereceu-me um copo muito cool (600cm3) para os meus long-drinks estivais (este verão começou meio coiso. ainda na semana passada choveu)... foi inaugurado com uma espécie de caipiroska, em hommage a outra palavra russa que anda por aí nas bocas do mundo.
eu, para um gajo que até gosta de troikadilhos, ando meio distraído.
gosto de palavras que andam nas bocas do mundo, em geral. também é giro tirar as palavras da boca das pessoas, às vezes.
já tem acontecido haver pessoas que começam por achar piada a essa cena de tirar palavras da boca umas das outras, passam, acto contínuo, a procurar tirar não se sabe bem o quê da boca das outras com a sua própria boca e, após variações sortidas que envolvem boca e tirar e pôr e etc. (etc. pode ser brinquedos) e acabam a tentar tirar chocolate derretido de cobertores, acto que, sei do que falo, está condenado ao fracasso. à laia de rodapé, a minha tia-avó tem uma opinião muito clara acerca dos beijos em público: "é uma pouca vergonha andarem por aí a mamar na boca uns dos outros à frente de toda a gente". nutro mixed feelings por esta lapidar frase.
eu sofro de PMS - prime minister sindrome e não pre-menstrual sindrome. ouvi o moço na televisão e vou colocar aqui dois versos de um soneto de camões que me parecem adequados. porquê? porque o posso fazer.
"continuamente vemos novidades,
em tudo diferentes da esperança."
corolário:
era uma vez um gajo que tinha que fazer uma tese. leu um livro chamado "migalhas filosóficas". tinha 80 páginas.
soube da existência de um livro, do mesmo autor: "post-scriptum científico e não conclusivo às migalhas filosóficas". comprometeu-se a fazer a tese sobre este segundo livro sem antes o ter visto.
afinal este tinha 1500 páginas.
fodeu-se.
mas correu bem.
fim.
alguém que passa, de vez em quando, os olhos por estes posts disse-me um dia que "devias ter um assim mais comprido, tás a ver?"
espero ter-lhe (satis)feito a vontade.
só para coiso, informo que estas bombas calóricas são constituídas por noz-pecã (se alguém me souber onde se arranja disto entre o tejo e o mondego, entre o mira e o douro ou até entre o guadiana e o minho, avise), caramelo e chocolate.
eu, em estando sóbrio, prefiro isto a duas gémeas suecas que me tenham confundido com uma estrela de cinema (há uma regra não escrita que determina que nestes textos nunca haja mais do que uma pessoa sóbria).
é do tipo de coisa que me enviará, a meio de uma subida na bike, directamente para o inferno sem passar na casa da partida e sem receber 2000 escudos.
adenda:
estes coisos fizeram-me mudar a opinião que tinha da purdy's.
conheço outros rios portugueses para além dos referidos... estes foi só como referência geográfica.
também há outras piadas que se podem fazer com rios, purizemplo:
- ó meu, que rio é este?
- é o tua, minha.
- sabes o que farei se me acusarem de esta piada sobre rios ser muito eighties?
- não...
- rio-me.
e agora, por associação de ideias (eu não resisto: assim que tenho mais do que uma ideia, associo-a logo), lembrei-me daquela vez em que estava num estado tal que não me lembrava nadinha do significado, em português, da palavra, em castelhano, embalse. também não reconheci o meu sobrinho mais velho, mas isso é o menos.
é que embalse faz parte daquelas palavras que eu tenho sempre na ponta da língua: barragem, represa... não é a única palavra em estrangeiro que tenho na ponta da língua, diga-se. acho que, ironicamente, tenho uma numa língua morta (nunca ninguém se queixou... mas eu quase só me dou (bem metida, esta) (esta também) com pessoas simpáticas...)(tenho a sensação de que se abusa dos parêntesis por aqui)
mamãe, no dia da mãe, ofereceu-me um copo muito cool (600cm3) para os meus long-drinks estivais (este verão começou meio coiso. ainda na semana passada choveu)... foi inaugurado com uma espécie de caipiroska, em hommage a outra palavra russa que anda por aí nas bocas do mundo.
eu, para um gajo que até gosta de troikadilhos, ando meio distraído.
gosto de palavras que andam nas bocas do mundo, em geral. também é giro tirar as palavras da boca das pessoas, às vezes.
já tem acontecido haver pessoas que começam por achar piada a essa cena de tirar palavras da boca umas das outras, passam, acto contínuo, a procurar tirar não se sabe bem o quê da boca das outras com a sua própria boca e, após variações sortidas que envolvem boca e tirar e pôr e etc. (etc. pode ser brinquedos) e acabam a tentar tirar chocolate derretido de cobertores, acto que, sei do que falo, está condenado ao fracasso. à laia de rodapé, a minha tia-avó tem uma opinião muito clara acerca dos beijos em público: "é uma pouca vergonha andarem por aí a mamar na boca uns dos outros à frente de toda a gente". nutro mixed feelings por esta lapidar frase.
eu sofro de PMS - prime minister sindrome e não pre-menstrual sindrome. ouvi o moço na televisão e vou colocar aqui dois versos de um soneto de camões que me parecem adequados. porquê? porque o posso fazer.
"continuamente vemos novidades,
em tudo diferentes da esperança."
corolário:
era uma vez um gajo que tinha que fazer uma tese. leu um livro chamado "migalhas filosóficas". tinha 80 páginas.
soube da existência de um livro, do mesmo autor: "post-scriptum científico e não conclusivo às migalhas filosóficas". comprometeu-se a fazer a tese sobre este segundo livro sem antes o ter visto.
afinal este tinha 1500 páginas.
fodeu-se.
mas correu bem.
fim.
alguém que passa, de vez em quando, os olhos por estes posts disse-me um dia que "devias ter um assim mais comprido, tás a ver?"
espero ter-lhe (satis)feito a vontade.
2011/05/01
2011/04/29
ler +
o livro que ando a ler é uma obra menor.
quando calha, coloco aqui a foto da capa do livro que ando a ler e escrevo qualquer coisa que tenha ligação com isso (não é crítica literária. quem viu sabe.)
estou tentado a postar a foto da contracapa deste: o tipo, o autor, tem uns olhos de um verde muito pouco comum.
e é isto.
os olhos verdes do gajo estão para os olhos verdes assim como os olhos azuis da mãe da D estão para os olhos azuis.
são quase tão penetrantes quanto os daquela mecinha afegâ, a da burka, da wtpress... vocemessês estão a ver, não?
"ai filha... olhos penetrantes... ainda se fossáu contrário!", poderá alguém dizer. algo a que o autor reagiria bem.
quando calha, coloco aqui a foto da capa do livro que ando a ler e escrevo qualquer coisa que tenha ligação com isso (não é crítica literária. quem viu sabe.)
estou tentado a postar a foto da contracapa deste: o tipo, o autor, tem uns olhos de um verde muito pouco comum.
e é isto.
os olhos verdes do gajo estão para os olhos verdes assim como os olhos azuis da mãe da D estão para os olhos azuis.
são quase tão penetrantes quanto os daquela mecinha afegâ, a da burka, da wtpress... vocemessês estão a ver, não?
"ai filha... olhos penetrantes... ainda se fossáu contrário!", poderá alguém dizer. algo a que o autor reagiria bem.
brincos de princesa são tomates de carneiro
a vida muda e as coisas mudam. nós somos constante mudança.
não sei há já quanto tempo não escrevo nas minhas sebentas, hand-made ou não. também já não sabia há quanto tempo não andava pelos arquivos deste joint, do misplaced road-house que é este blog.
foi bom.
eu, para quem detesta surpresas (sejam boas ou más), abro uma excepção: gosto de me surpreender comigo próprio (pela positiva torna-me feliz, pela negativa deverá tornar-me sábio).
carapaus-memória do dia:
"bag ass"
não sei há já quanto tempo não escrevo nas minhas sebentas, hand-made ou não. também já não sabia há quanto tempo não andava pelos arquivos deste joint, do misplaced road-house que é este blog.
foi bom.
eu, para quem detesta surpresas (sejam boas ou más), abro uma excepção: gosto de me surpreender comigo próprio (pela positiva torna-me feliz, pela negativa deverá tornar-me sábio).
carapaus-memória do dia:
"bag ass"
2011/04/27
vivendo e aprendendo
já me tinham dito que se tinha acesso a gajas nuas nisto da internet, mas eu duvidei sempre.
há poucos dias decidi tirar isso a limpo e posso confirmar: é mesmo verdade. a sério. há, pelo menos, um site ou dois que ostenta nudez feminina, quiçá masculina também, para visionamento.
foi muito lindo: uma mecinha ruiva despia-se e cremava-se ao som de project pitchfork.
agora só me falta ver disso de procurar coisas. parece que se pode só escrever aquilo que se quer procurar e a internet faz o resto. parece-me também muito bonito. talvez ajude a feitura de trabalhos académicos ou assim...
admirável mundo novo...
há poucos dias decidi tirar isso a limpo e posso confirmar: é mesmo verdade. a sério. há, pelo menos, um site ou dois que ostenta nudez feminina, quiçá masculina também, para visionamento.
foi muito lindo: uma mecinha ruiva despia-se e cremava-se ao som de project pitchfork.
agora só me falta ver disso de procurar coisas. parece que se pode só escrever aquilo que se quer procurar e a internet faz o resto. parece-me também muito bonito. talvez ajude a feitura de trabalhos académicos ou assim...
admirável mundo novo...
2011/04/21
ociano pacífico
a qualidade estética (não técnica) da minha caligrafia é, muitas vezes, inversamente proporcional à beleza da caneta com que escrevo.
reencontrei uma caneta que me foi oferecida e de que gosto muito. tem uma passagem pelo papel e uma distribuição de tinta demasiado uniformes, demasiado perfeitas, logo, incontroláveis.
gosto de pequenas imperfeições (pequenas falhas, pequenos borrões). adapto-me a isso muitíssimo bem, acho eu. essas canetas, por estes pormenores, serão mais autobiográficas, suponho.
não sei. também não é importante.
mas não me posso precipitar e abandonar esta caneta para escritos mais coisos. não sem antes a experimentar em papel reciclado (a minha superfície preferida, pela falta de uniformidade).
não sei o que os "tocadores de concertina da alma" poderiam dizer sobre isto.
reencontrei uma caneta que me foi oferecida e de que gosto muito. tem uma passagem pelo papel e uma distribuição de tinta demasiado uniformes, demasiado perfeitas, logo, incontroláveis.
gosto de pequenas imperfeições (pequenas falhas, pequenos borrões). adapto-me a isso muitíssimo bem, acho eu. essas canetas, por estes pormenores, serão mais autobiográficas, suponho.
não sei. também não é importante.
mas não me posso precipitar e abandonar esta caneta para escritos mais coisos. não sem antes a experimentar em papel reciclado (a minha superfície preferida, pela falta de uniformidade).
não sei o que os "tocadores de concertina da alma" poderiam dizer sobre isto.
2011/04/19
2011/04/11
toada morna
quando estamos à toa sobre aquilo de que falamos temos de ter cuidado, muito cuidado, com a entoação...
2011/04/07
retalho
ontem fui a uma das runiões mais parvas de que me lembro (nota: a minha memória retém dados, no máximo, durante 2 semanas, e só se envolver nudez feminina)..
mesmo assim houve algo interessante, a saber, a utilização em contexto formal da expressão "bater a bota com a perdigota", frase que associo sempre a um tipo que, sofrendo de hipertensão e de uma tendência para a bestialidade com aves, quinou.
mesmo assim houve algo interessante, a saber, a utilização em contexto formal da expressão "bater a bota com a perdigota", frase que associo sempre a um tipo que, sofrendo de hipertensão e de uma tendência para a bestialidade com aves, quinou.
cat
- a tua amiga só gosta de se abraçar às árvores? nunca sobe lá para cima?
- só. ela tem medo de muitas coisas... suponho que deva ter medo de subir...
- quando abraça árvores não tem medo?
- espero que não, puto...
- só. ela tem medo de muitas coisas... suponho que deva ter medo de subir...
- quando abraça árvores não tem medo?
- espero que não, puto...
2011/04/02
calma... já passou... não foi nada...
(hoje. formação sobre a avaliação dos trabalhadores da administração pública (SIADAP). como sou mal formado e sou avaliador, este tipo de formação adequa-se muito...)
x - está por dentro do: se há, dá pum?
eu - desculpe... eu... (este tipo de humor, logo pela manhã...)
x - é que há também o SIADAP 2 e o SIADAP 3...
eu - ....ah, sim... pois claro que há... (foda-se, tenho que tomar outro café)
x - está por dentro do: se há, dá pum?
eu - desculpe... eu... (este tipo de humor, logo pela manhã...)
x - é que há também o SIADAP 2 e o SIADAP 3...
eu - ....ah, sim... pois claro que há... (foda-se, tenho que tomar outro café)
2011/04/01
i'm god...
GOD took the free ColorQuiz.com personality test! "Takes easily and quickly to anything which provide..." Click here to read the rest of the results. |
all deamons to me...
ouvi, pela primeira vez, os originais destas canções na mesma altura (não me perguntem quando que eu já bebi bagaço pela manhã, na altura em que fumava sg-gigante)...
à justaposição destes dois clips poder-se-á chamar esticar a corda. da sanidade? do bom-gosto? do sentido de oportunidade?
fui ver quem era.
era gente.
la mer é feminino
2011/03/31
ero zion
tempos houve em que a poesia se me dava tanto
em tantos momentos a encontrava
no vento num pente em duas mãos dadas na noite
ou ela
em doce perseguição
me encontrava a mim.
tempos há em que, a poesia, tanto se me dá.
às vezes tento
tento tanto.
às vezes, tonto, não tento.
às vezes só o vento, como um mantra:
essa poesia, tanta, não me toca.
em tantos momentos a encontrava
no vento num pente em duas mãos dadas na noite
ou ela
em doce perseguição
me encontrava a mim.
tempos há em que, a poesia, tanto se me dá.
às vezes tento
tento tanto.
às vezes, tonto, não tento.
às vezes só o vento, como um mantra:
essa poesia, tanta, não me toca.
claridade coimbrã II
Enquanto espera, ela ajeita-se na cadeira, sente-se incomodada e excitada. Acende um cigarro e tenta distrair-se. À sua volta os homens olham-na com estranheza, talvez curiosidade. Foda-se, já uma mulher não pode estar sozinha ao balcão! Está desconfortável, descruza a perna e senta-se muito direita, o que será que ele lhe quer depois de tanto tempo? O empregado pergunta se ela quer alguma coisa: Sim, um shot de uísque, por favor! Não consegue decidir qual a cerveja para acompanhar.
Entretanto, ele chega. O andar desajeitado mas seguro, a mesma pele morena e olhos felinos. Algo está diferente, talvez o cabelo, talvez apenas a lembrança. Ele dirige-se para ela com um sorriso aberto ,mas reservado, aproxima-se e sem dizer nada inclina-se para lhe dar um beijo. O perfume penetra-lhe as narinas, é o mesmo! O mesmo cheiro que lhe ficou entranhado na roupa e na pele, durante tanto tempo. Ela sustém a respiração, sente uma onda de calor a atravessar-lhe o corpo, não consegue pensar com clareza.
Ele senta-se ainda sem dizer nada. Mas que raio, também não vou ser eu a falar! Servem o uísque, ele pede um gin tónico, ela pede uma cerveja preta.
Querias falar comigo? Sim... Ele não continua, ela olha para ele interrogativa. Lembrei-me de uma promessa que fizemos! Ela olha para ele com ar de espanto. Naquela altura foram feitas muitas promessas que não foram cumpridas, a qual se refere ele?
As bebidas são servidas, ela vira-se para o balcão, volta a cruzar as pernas, dá um último travo no cigarro, expira calmamente enquanto o apaga. Dá um gole no uísque e enquanto o malte lhe queima a garganta, o olhar dele queima-lhe o resto do corpo. Continuas linda...Gosta do que está a ver: o vestido preto a contrastar com os cabelos, o decote que nem porta entreaberta e as meias... sempre as ligas pretas, o salto alto é novo nela, mas assenta-lhe bem. Vais ficar a olhar ou vais dizer-me que promessa é essa? Não queria ser brusca mas está a ficar inquieta com o olhar calado, demasiado ocupado em despi-la. Prometemos que um dia dançarias para mim enquanto eu tocava para ti!
Ela lembra-se dessa promessa. Sim, prometemos e agora o que queres? Quero cumprir! Fazia sentido naquela altura, agora...Para mim continua a fazer o mesmo sentido, essa imagem não me sai da cabeça. Da dela, agora, também não. O uísque e a cerveja acalmam, mas nem tanto. Lembra-se tão bem dessa promessa! Foi feita na noite em que dançaram juntos a mais primitiva das danças. Na noite, em que ela sentiu o calor daquelas mãos a espalhar-se por todo o corpo. Na noite em que o sabor frutado daquela boca varreu cada centímetro de pele e se misturou com o sal do corpo dela. Na noite em que o calor dele a penetrou de tantas maneiras diferentes! Na noite que deixou o quarto pintado com gemidos e suspiros de prazer e êxtase. E no final, nús, a promessa...
Lembras-te dessa promessa? Na cabeça dela passaram-se horas. Sim...A voz sai rouca ao que ele sorri, reconhece aquela voz daquela noite. A mente volta a assentar no corpo que ela sente quente e a latejar, tenta recompor-se, sorri. As pernas tocam-se...Qual é a tua ideia? Ele coloca-lhe a mão no joelho e ela estremece. Ele sorri. A minha ideia é levar-te até casa, ao quarto. Quando chegarmos lá, vou sentar-me no sofá e antes de pegar a minha viola, vou tirar-te os sapatos...gosto dos teus pés. De seguida. vou tocar aquela música, que não é a melhor de sempre mas está lá perto, assenta-te bem. Aí, à minha frente vais dançar, como fazes sozinha no teu quarto ou quando pensas que ninguém está a reparar em ti.
Ela cora um pouco, baixa os olhos por instantes, tentando resistir à vontade que se impõe. Quando olha de novo para ele encontra o desejo reflectido. Ele sempre a excitou mas esta segurança é nova e redobra o calor que ela sente dentro dela. Gosto de cumprir o que prometo! As palavras soltam-se da boca dela, pesadas, carregando todas as promessas de prazeres adiados, com os murmúrios a gritar por mais que foram calados, com os beijos e carícias sossegados e a sofreguidão da certeza que esta talvez seja mesmo a última vez!
texto roubado. está aqui para arquivo, que é a utilidade primeira deste sítio.
Entretanto, ele chega. O andar desajeitado mas seguro, a mesma pele morena e olhos felinos. Algo está diferente, talvez o cabelo, talvez apenas a lembrança. Ele dirige-se para ela com um sorriso aberto ,mas reservado, aproxima-se e sem dizer nada inclina-se para lhe dar um beijo. O perfume penetra-lhe as narinas, é o mesmo! O mesmo cheiro que lhe ficou entranhado na roupa e na pele, durante tanto tempo. Ela sustém a respiração, sente uma onda de calor a atravessar-lhe o corpo, não consegue pensar com clareza.
Ele senta-se ainda sem dizer nada. Mas que raio, também não vou ser eu a falar! Servem o uísque, ele pede um gin tónico, ela pede uma cerveja preta.
Querias falar comigo? Sim... Ele não continua, ela olha para ele interrogativa. Lembrei-me de uma promessa que fizemos! Ela olha para ele com ar de espanto. Naquela altura foram feitas muitas promessas que não foram cumpridas, a qual se refere ele?
As bebidas são servidas, ela vira-se para o balcão, volta a cruzar as pernas, dá um último travo no cigarro, expira calmamente enquanto o apaga. Dá um gole no uísque e enquanto o malte lhe queima a garganta, o olhar dele queima-lhe o resto do corpo. Continuas linda...Gosta do que está a ver: o vestido preto a contrastar com os cabelos, o decote que nem porta entreaberta e as meias... sempre as ligas pretas, o salto alto é novo nela, mas assenta-lhe bem. Vais ficar a olhar ou vais dizer-me que promessa é essa? Não queria ser brusca mas está a ficar inquieta com o olhar calado, demasiado ocupado em despi-la. Prometemos que um dia dançarias para mim enquanto eu tocava para ti!
Ela lembra-se dessa promessa. Sim, prometemos e agora o que queres? Quero cumprir! Fazia sentido naquela altura, agora...Para mim continua a fazer o mesmo sentido, essa imagem não me sai da cabeça. Da dela, agora, também não. O uísque e a cerveja acalmam, mas nem tanto. Lembra-se tão bem dessa promessa! Foi feita na noite em que dançaram juntos a mais primitiva das danças. Na noite, em que ela sentiu o calor daquelas mãos a espalhar-se por todo o corpo. Na noite em que o sabor frutado daquela boca varreu cada centímetro de pele e se misturou com o sal do corpo dela. Na noite em que o calor dele a penetrou de tantas maneiras diferentes! Na noite que deixou o quarto pintado com gemidos e suspiros de prazer e êxtase. E no final, nús, a promessa...
Lembras-te dessa promessa? Na cabeça dela passaram-se horas. Sim...A voz sai rouca ao que ele sorri, reconhece aquela voz daquela noite. A mente volta a assentar no corpo que ela sente quente e a latejar, tenta recompor-se, sorri. As pernas tocam-se...Qual é a tua ideia? Ele coloca-lhe a mão no joelho e ela estremece. Ele sorri. A minha ideia é levar-te até casa, ao quarto. Quando chegarmos lá, vou sentar-me no sofá e antes de pegar a minha viola, vou tirar-te os sapatos...gosto dos teus pés. De seguida. vou tocar aquela música, que não é a melhor de sempre mas está lá perto, assenta-te bem. Aí, à minha frente vais dançar, como fazes sozinha no teu quarto ou quando pensas que ninguém está a reparar em ti.
Ela cora um pouco, baixa os olhos por instantes, tentando resistir à vontade que se impõe. Quando olha de novo para ele encontra o desejo reflectido. Ele sempre a excitou mas esta segurança é nova e redobra o calor que ela sente dentro dela. Gosto de cumprir o que prometo! As palavras soltam-se da boca dela, pesadas, carregando todas as promessas de prazeres adiados, com os murmúrios a gritar por mais que foram calados, com os beijos e carícias sossegados e a sofreguidão da certeza que esta talvez seja mesmo a última vez!
texto roubado. está aqui para arquivo, que é a utilidade primeira deste sítio.
exxxcerto
X: Neste momento só consigo pensar nos meus lábios a tratar de ti...
pois.
isso
Mas vou tentar concentrar-me.
Y: tratar de ti, dito por ti, soa muito bem
X: Achas que é egoísmo pensar em "tratar" de alguém para nosso próprio prazer?
Y: não!!!! bem-vinda ao meu mundo!!!!
X: (rebuscada demais, a pergunta?)
Y: nada rebuscada... mas estou à espera
X: ai..
estou um bocado desorientada.
Bem, escusado será dizer que eu gosto de muitas coisas neste campo.
Não sei se já sabias isso.
Adiante.
Y: só adiante?
X:
Y: :D :D não resisti... ignora-me
continua
l'insutenable faiblaisse de l'être*
vertiginosa associação de ideias iniciada com a contemplação da primeiro violino e do quanto faz o meu (?) género. salto imagético para o filme e/ou do livro "a insustentável leveza do ser" (vi o filme antes de ler o livro)(* está só aparentemente mal traduzido) em que eu era ele, a primeiro violino era a lena olin e a binoche era a binoche, e eu e a binoche, e o outro vértice continuava a tocar mas enganava-se a certa altura e eu tomava o seu lugar e, além de saber tocar assim violino não me enganava, mesmo estando desconcentradíssimo com elas entretecidas num novelo de membros e o violino tinha uma câmara fotográfica de não sei quantos pixel incorporada, com lentes carl zeiss e essa coisa toda até que eu próprio era incorporado abandonando o violino que, no entanto, continuava a emitir as notas adequadas ao acompanhamento da voz da binoche que agora cantava esta mesma canção, que é em francês, com esta mesma voz e eu me esquecia que o título da canção era a condição de ter, não só esta vertiginosa associação de ideias, mas também a coisa de a ter registado.
conta ordenado
she: Sou uma profissional das ordens
me: acredito
she: não religiosas
me: (prefiro profissionais às ordens, mas posso experimentar... )
she: não preferes nada
me: pois não... nem uma coisa nem outra :D
she: :D
2011/03/28
bodas de prata
o video não é importante. parece que é uma carripana qualquer...
há 25 anos levei com esta canção em cima e nunca mais fui o mesmo.
perdeu-se uma pessoa decente, capaz, equilibrada, produtiva, ordeira, pragmática, realista, uma coisa qualquer assim nesta onda...
2011/03/25
estar em cima é estar high...?
o melhor jogador chinês, para além da função de captação de sponsors, tem um passe perfeitamente suportável pelo orçamento sportinguista... é só um êlo.
2011/03/24
fofinho
estou convencido que há gente que cai sempre no fofo. de um fofo absorvente, que não deixa rebolar para mundo longe. dantes havia um fofo meio elástico que devolvia aos céus aquilo que nele caía, mas acho que foi proibido. coisas da asae, presumo.
dentro do fofo há muito mais gente que continuamente procura agulhas, questionando, de tempos a tempos, um primo em segundo grau que até tem alguns estudos se é de facto certo de que seja ali o palheiro. a presença de muita (menos) gente que fala estrangeiro assegura a ambos que sim, que é.
há outra gente que muda água a flores cortadas pela base do caule mas esta é irrelevante neste momento.
há ainda, por fim, outra gente. gente que quer mudar as coisas não mudando elas próprias em coisa nenhuma nesse processo. estas estão sempre dispostas a ajudar e têm panamás azul-bebé na cabeça:
"vossa excelência tem alguma questão em que eu lhe possa ser fútil?"
___________________________
a ideia original fundante deste post era a de traduzir para um texto minimamente escorreito as minhas notas de toalha de papel de restaurante acerca da relação ilustrativa do meu ponto de vista teleológico/religioso com seurat ou com o pontilhismo em geral. a técnica e os seus efeitos visuais, não os motivos ou enquadramento histórico-estético.
coisa assim muito muito de vanguarda, um exemplo perfeitíssimo das minhas soberbas capacidades cognitivas ao nível de uma metafórica visão periférica (por vezes periscópica) da realidade.
mas não. deu nisto.
tratarei do seurat mais tarde, que é coisa importante e séria. muito muito num plano diametralmente oposto ao do relacionamento entre a solha e picasso que por aqui consta desde há muito.
__________________________
diálogo a sós:
- vi na televisão alguém a dizer "os franceses chamam orgasmo à petit mort".
- eu sei, estava lá.
- pensei: não é assim, é ao contrário.
- o que é um orgasmo ao contrário?
- sei lá. coisa mais parva...
- acho que vou sair da tua cabeça.
- acho bem, fico mais sossegado.
- ainda te vou ver a usar pijama e essas cenas.
- vai-te foder!
dentro do fofo há muito mais gente que continuamente procura agulhas, questionando, de tempos a tempos, um primo em segundo grau que até tem alguns estudos se é de facto certo de que seja ali o palheiro. a presença de muita (menos) gente que fala estrangeiro assegura a ambos que sim, que é.
há outra gente que muda água a flores cortadas pela base do caule mas esta é irrelevante neste momento.
há ainda, por fim, outra gente. gente que quer mudar as coisas não mudando elas próprias em coisa nenhuma nesse processo. estas estão sempre dispostas a ajudar e têm panamás azul-bebé na cabeça:
"vossa excelência tem alguma questão em que eu lhe possa ser fútil?"
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a ideia original fundante deste post era a de traduzir para um texto minimamente escorreito as minhas notas de toalha de papel de restaurante acerca da relação ilustrativa do meu ponto de vista teleológico/religioso com seurat ou com o pontilhismo em geral. a técnica e os seus efeitos visuais, não os motivos ou enquadramento histórico-estético.
coisa assim muito muito de vanguarda, um exemplo perfeitíssimo das minhas soberbas capacidades cognitivas ao nível de uma metafórica visão periférica (por vezes periscópica) da realidade.
mas não. deu nisto.
tratarei do seurat mais tarde, que é coisa importante e séria. muito muito num plano diametralmente oposto ao do relacionamento entre a solha e picasso que por aqui consta desde há muito.
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diálogo a sós:
- vi na televisão alguém a dizer "os franceses chamam orgasmo à petit mort".
- eu sei, estava lá.
- pensei: não é assim, é ao contrário.
- o que é um orgasmo ao contrário?
- sei lá. coisa mais parva...
- acho que vou sair da tua cabeça.
- acho bem, fico mais sossegado.
- ainda te vou ver a usar pijama e essas cenas.
- vai-te foder!
2011/03/22
das boas ideias dos outros
"tempo das suaves raparigas" é um óptimo título para um livro de poemas de amor.
existe.
ruy belo.
existe.
ruy belo.
smooth talk
ela diz:
apenas com uma foto...
me diz:
e muuuuuita imaginação
ela diz:
devias ver as que tenho em roupa interior!!
me diz:
manda só 1, vai...
ela diz:
não tenho aqui
me diz:
prometo dar-lhe um uso recatado e digno (a sós com a minha vaselina e os meus kleenexes)
apenas com uma foto...
me diz:
e muuuuuita imaginação
ela diz:
devias ver as que tenho em roupa interior!!
me diz:
manda só 1, vai...
ela diz:
não tenho aqui
me diz:
prometo dar-lhe um uso recatado e digno (a sós com a minha vaselina e os meus kleenexes)
2011/03/21
vem isto a propósito de uma conversa ao almoço... e da minha memória.
Todos nós temos necessidade de ser olhados. Podíamos ser divididos em quatro categorias consoante o tipo de olhar sob o qual desejamos viver. A primeira procura o olhar de um número infinito de olhos anónimos ou, por outras palavras, o olhar do público. É o caso do cantor alemão e da estrela americana, como é também o caso do jornalista de queixo de rabeca. Estava habituado aos seus leitores, e quando o semanário foi proibido pelos russos teve a impressão de ficar com a atmosfera cem vezes mais rarefeita. Para ele, ninguém podia substituir os olhos anónimos. Sentia-se quase a sufocar, até que um dia percebeu que a polícia lhe seguia todos os passos, que o seu telefone estava sob escuta e que chegava a ser discretamente fotografado na rua. De repente, tinha outra vez olhos anónimos a acompanharem-no: já podia voltar a respirar! Interpelava num tom teatral os microfones escondidos na parede. Voltava a encontrar na polícia o público que julgava ter perdido para sempre.
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares. São os incansáveis organizadores de jantares e de cocktails. São mais felizes que os da primeira categoria porque, quando estes perdem o público, imaginam que as luzes se apagaram para sempre na sala da sua vida. É o que, mais dia menos dia, lhes acontece a todos. Marie-Claude e a filha são deste género.
Vem em seguida a terceira categoria, a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. A sua condição é tão perigosa como a das pessoas do primeiro grupo. Se os olhos do ser amado se fecham, a sala fica mergulhada na escuridão. É neste tipo de pessoas que devemos incluir Tereza e Tomas.
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são aqueles que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Foi até à fronteira cambojana unicamente por causa de Sabina. Dentro do autocarro, que a estrada tailandesa faz baloiçar violentamente, só sente o seu longo olhar poisado em si.
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares. São os incansáveis organizadores de jantares e de cocktails. São mais felizes que os da primeira categoria porque, quando estes perdem o público, imaginam que as luzes se apagaram para sempre na sala da sua vida. É o que, mais dia menos dia, lhes acontece a todos. Marie-Claude e a filha são deste género.
Vem em seguida a terceira categoria, a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. A sua condição é tão perigosa como a das pessoas do primeiro grupo. Se os olhos do ser amado se fecham, a sala fica mergulhada na escuridão. É neste tipo de pessoas que devemos incluir Tereza e Tomas.
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são aqueles que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes. São os sonhadores. Por exemplo, Franz. Foi até à fronteira cambojana unicamente por causa de Sabina. Dentro do autocarro, que a estrada tailandesa faz baloiçar violentamente, só sente o seu longo olhar poisado em si.
2011/03/20
o feitiço da lua
tenho para mim que fui a única pessoa a tirar fotos (muito mal conseguidas, por sinal) à lua na noite passada. mas havendo a possibilidade de o não ter sido, acho que consegui alguma originalidade na experiência dos seus efeitos.
moral da história:
tipo de meia idade em acesso de loucura temporária a todo o gás por ali abaixo - 0
furgão branco aparecido repentinamente - 1
em se confirmando a suspeita de vários e extensos hematomas ao nível do facies postarei aqui. sempre dá um ar cool, de quem andou à porrada e isso.
2011/03/17
twink wise or think twice or...
ela - ...na pré é obrigatório levar. (braçadeiras de natação, nota minha)
me - detesto a expressão "é obrigatório levar..."... seja onde for...
ela - levar seja onde for é nice!
me - estás diferente....
2011/03/16
tripar a crise
a(s) manif(s) de sábado passado, por fraqueza interna, quer intelectual quer volitiva, e por subversão mediática, foi contraproducente.
pool genético
mad - estás triste?
bigblack - não. estou a ver o céu. tem tantas cores que eu não conseguiria descrever isto tudo... todos os tons de azul, todas as formas, todos os tons... ou só alguns destes, mas num texto que fizesse justiça a esta beleza...
mad - tipo uma composição? às vezes também não consigo escrever.
ratazana - eu consigo. eu consigo escrever. a professora fez um certo grande, do tamanho da folha toda.
bigblack - consegues escrever como está o céu agora?
ratazana - sim. já aprendi o z. nuvem não sei bem...
mad - puto... falta-te vocabulário! faltam-te palavras!!
bigblack - estamos na mesma, puto...
ratazana - o céu está fixe.
mad - o céu está giro.
bigblack - o céu está cool.
(risos)
bigblack - não. estou a ver o céu. tem tantas cores que eu não conseguiria descrever isto tudo... todos os tons de azul, todas as formas, todos os tons... ou só alguns destes, mas num texto que fizesse justiça a esta beleza...
mad - tipo uma composição? às vezes também não consigo escrever.
ratazana - eu consigo. eu consigo escrever. a professora fez um certo grande, do tamanho da folha toda.
bigblack - consegues escrever como está o céu agora?
ratazana - sim. já aprendi o z. nuvem não sei bem...
mad - puto... falta-te vocabulário! faltam-te palavras!!
bigblack - estamos na mesma, puto...
ratazana - o céu está fixe.
mad - o céu está giro.
bigblack - o céu está cool.
(risos)
les idiots
prof - ó pá, já viste? os nossos alunos não percebem nada... nem pensar em colocar um poema de gil vicente ou de fernando pessoa para analisar num teste, que eles não conseguem... têm de ser poemas de caracacá...
eu - não conheço esse poeta. será moçambicano?
prof - hã?
eu - sei lá... eles têm lá desses nomes... pepetela, malangatana, caracacá...
eu - não conheço esse poeta. será moçambicano?
prof - hã?
eu - sei lá... eles têm lá desses nomes... pepetela, malangatana, caracacá...
a causa das coisas
sabe a gelo e invernia
sabe ao pino do verão
sabe a sabor de outro dia
sabe a sabor de ainda não
sabe a noite sabe a sombra
sabe a profundidade
sabe a focinho a tromba
sabe a animalidade
saber de saborear
sabedoria trabalho
sabe a pernas pró ar
sabe a gota de orvalho
sabe a excitação
sabe a nova saciedade
sabe a circulação
sabe a vida a cidade
sabe a frutos do mar
sabe a dunas a areia
sabe a água a marulhar
sabe a força a maré-cheia
sabe a lençol e a fronha
sabe bem sabe depressa
sabe a medo e a vergonha
sabe a mentira a promessa
falta o jargão do gourmet
falta-me o savoir-faire
sabe-me a não sei quê
sabe a uma coisa qualquer...
(achei que era já tempo de isto ter um post próprio. foi lido em público uma vez e foi oferecido para ser lido em público)
sabe ao pino do verão
sabe a sabor de outro dia
sabe a sabor de ainda não
sabe a noite sabe a sombra
sabe a profundidade
sabe a focinho a tromba
sabe a animalidade
saber de saborear
sabedoria trabalho
sabe a pernas pró ar
sabe a gota de orvalho
sabe a excitação
sabe a nova saciedade
sabe a circulação
sabe a vida a cidade
sabe a frutos do mar
sabe a dunas a areia
sabe a água a marulhar
sabe a força a maré-cheia
sabe a lençol e a fronha
sabe bem sabe depressa
sabe a medo e a vergonha
sabe a mentira a promessa
falta o jargão do gourmet
falta-me o savoir-faire
sabe-me a não sei quê
sabe a uma coisa qualquer...
(achei que era já tempo de isto ter um post próprio. foi lido em público uma vez e foi oferecido para ser lido em público)
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